Em 1650 o navio que levava a família real de volta para Coreia, acaba naufragando tendo como único sobrevivente o filho único dos reis. Anos se passaram e agora felix enfrentava seu maior pesadelo, ser obrigado a ser casar para assumir o trono e man...
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Hwang Hyunjin
Depois da primeira noite em que felix dormiu na minha cama, eu não tirei ele da cabeça um minuto sequer, minha mente me dizia para ficar longe dele, o mais longe que eu pudesse só que meu coração queria outra coisa. E pela primeira vez na vida eu decidi ouvir meu coração.
Eu havia o levando para o local mais alto no navio, e mostrando algumas constelações para ele mas nenhuma daquelas estrelas no céu, se comparava aos lindos pontinhos que faziam sua própria constelação em seu rosto.
Quando eu olhava para felix achava impossível ele ser real, tamanha era sua beleza.
Quando retornamos para o quarto ele já estava caído de sono, apenas se jogou na cama dormindo, retirei seus sapatos e depois o levantei o segurando com uma das mãos enquanto retirava com cuidado meu casaco de seu corpo, tenho que confessar que amei vê-lo usando minhas roupas. Depois de retirar o casaco o deito novamente na cama, o cobrindo já que o clima estava bem gelado.
Como não estava com sono peguei meu caderno de desenho, me sentando ao lado de felix na cama, fazia muito tempo que eu não desenhava nada isso era um hobby secreto que meus amigos não faziam ideia. E nos últimos tempos eu não tinha nenhuma inspiração para fazer novos desenhos.
Começo a passar o lápis pela folha sem ter uma ideia ao certo, do que queria fazer já estava quase terminando o desenho quando sinto felix se remexer na cama inquieto. Jogo meu caderno no chão tentando acorda-lo.
- Felix.- toco seu braço.- Felix acorda!
Ele abre seus olhos se sentando na cama, ele estava suado e ofegante pego a jarra de água que estava no quarto dando um pouco para ele.
- Obrigado.- ele diz devolvendo o copo.
- Tudo bem?
- Sim esses pesadelos são normais para mim.
- Ter pesadelos não é normal felix.
- Eu os tenho desde criança, então para mim é algo normal.
- São sobre o que? Não precisa responder se não se sentir confortável.
- Não tudo bem, é sobre meus pais, sobre o dia que eles morreram, eu era criança e nós estávamos indo para o reino vizinho mas no meio da noite algo aconteceu e nosso navio afundou sinceramente aquela noite pra mim é um borrão.
- Sinto muito pelo seus pais.
- E eu também sinto.- noto seus olhos marejados, resolvo mudar de assunto antes que ele comece a chorar.
- Quer dar uma volta lá fora? Ou comer alguma coisa?
- Não estou bem, será que posso ler algum daqueles livros?- ele pergunta apontando para a pequena pilha de livros em cima da mesa.
- Fiquei a vontade.
Quando felix se levanta para pegar o livro, pego meu caderno do chão mudando de página para que ele não veja o desenho.
- O que você estava fazendo?
- Apenas algumas anotações.
Felix se senta novamente ao meu lado na cama lendo seu livro, volto minha atenção para meu caderno.
- Qual sua flor favorita?
- Rosas.
Então começo a desenhar um buquê de rosas, depois eu daria ele para felix. Não sei em que momento da noite eu adormeci mas tive um sonho estranho, que mais se parecia com uma lembrança do meu subconsciente.
Me lembro de acordar ao ouvir muitos passos do lado de fora do navio, me levanto da minha cama indo até o convés, meu pai estava com um garoto no colo que chorava muito.
- Pai o que aconteceu com ele?- o garotinho de cabelos escuros olha para mim ainda chorando.
- Os pais deles se machucaram, por que não leva ele lá pra dentro filho.- meu pai fala colocando o menino no chão, antes de entrar com ele posso ver o fogo do outro navio.
Adendo; Thomas Cavendish foi um pirata que existiu de verdade. E mais: ele atracou em Ilhabela (SP), entre os anos de 1591 e 1592 para reabastecer seu navio. Dizem que ele enterrou um tesouro na ilha.
