63

3.5K 538 128
                                    

Lívia

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Lívia

15 de Junho de 2025
Jardim América 
Zona Oeste, São Paulo.

Eu estava com a Maitê no meu colo, na cozinha da minha casa, enquanto conversava com os meus pais por chamada de vídeo no celular.

O Jorge e o Thiago estavam juntos destruindo algum cômodo da casa.

Depois que o J começou a andar, ninguém segurava mais. Era correndo o tempo todinho, pra lá e pra cá, pra cima e pra baixo, e a única pessoa com pique pra aguentar e fazer tanta bagunça quanto, era o Thiago.

Por sorte, os três meses de vida da minha menina me deram uma paz gigantesca de notar o tanto que ela era calminha. Mas o Thiago fazia questão de lembrar que o Jorge também era calmo com essa idade, e isso mudou da água pro vinho.

Mas na verdade, eu nem tinha do que reclamar. Ver os meus filhos lindos, crescendo cheios de saúde e energia era o melhor presente da minha vida.

Luciana: Levou ela pra doutora ver os olhinhos, filha?

Concordei com a cabeça, encarando a neném que dormia bem calminha no meu colo.

Lívia: A princípio tudo certo. Ela vê bem.

Eu ouvi a minha mãe respirando aliviada no mesmo segundo que escutei a porta de casa sendo fechada e o Jorge gritando.

Isso só podia significar uma coisa.

O Thiago saiu pra dar comida pros cachorros e o J não gostou. Era sempre assim, todo dia. Pra dar de comer pros bichinhos, o Thiago tinha que sair nas escondidas, porque se não o Jorge queria ir junto e não deixava os coitadinhos comerem, porque queria ficar grudado brincando com os cachorros.

Eu me levantei rapidinho da cadeira, falando pra minha mãe que já voltava, e entrei na sala de casa, encontrando meu filho chorando, no maior drama, com a testa encostada na porta de vidro.

A cena que cortou meu coração, me fez ter vontade de rir de tanto drama. Parecia a mãe dele.

Lívia: Que foi, filho? - perguntei, abaixando do lado dele - Papai já vem, amor. Vem aqui comigo.

A Maitê se tremeu no meu colo, com o barulho do choro do irmão, e quase acordou, mas a super mãe tratou logo de acudir o Jorginho. Uma mão com a minha menina no colo, na outra, com meu menino. Ele encostou o rostinho no meu ombro, parando de chorar aos poucos.

Era o soninho fazendo efeito.

Lívia: Pronto, pronto. Vamos ver quem quer falar com você.

Nocaute - A profeciaWhere stories live. Discover now