Capítulo 33

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Beck

Bufei ao vê-lo sair pela porta. Meus olhos se encheram de lágrimas. Uma semana inteira com o Rafe carinhoso me cobrindo de atenções tinha me deixado mal-acostumada e eu esperava outra recepção.

Ah, não é nada disso, Beck, ele está normal, você é que está abalada demais com tudo o que passou hoje e está mais sensível, é isso.

Dei de ombros e subi à procura da minha filha. Empurrei para um lado as preocupações e segui com a minha rotina noturna. A Sra. Graham já havia dado banho em Annabeth e eu a dispensei para seu merecido descanso.

Depois de um jantar leve com minha filha, sentindo imensamente a falta de Rafe conosco à mesa, subi para colocá-la na cama. A pequena não demorou a desabar, deixei a luz do abajur acesa e fui me preparar para descansar também.

Não demorei a me deitar. Meu corpo doía e tomei um analgésico. Pensei que ia desmaiar de cansaço, mas a ausência dele na cama me deixou inquieta e não consegui encontrar o conforto necessário para relaxar.

Queria seus braços ao meu redor e me aninhar em seu peito. Me sentir protegida. Precisava dele mais do que nunca.

Quando Rafe chegou já era madrugada. Eu não tinha pregado os olhos, mas fingi que estava dormindo. Ouvi os sons que ele fazia enquanto se despia e, quando se deitou, foi bem longe de mim. Estranhei. Mesmo quando não nos deitávamos na mesma hora, ele sempre se aproximava e me abraçava. Rafe me cobria de beijos até me despertar e então fazíamos amor lento e gostoso. Mas nessa noite não me tocou.

Ele sabe que você está doente, Beck, é só isso.

Acabei pegando no sono e quando amanheceu ele já não estava lá.

Durante o dia, continuou agindo de modo estranho, frio, distante, mal me dirigia a palavra. No almoço pensei em perguntar o que estava acontecendo, mas a presença de Jesse e da Sra. Graham à mesa me dissuadiram. Passou o dia quase inteiro na lida, jantou fora e à noite, quando voltou, eu já estava debaixo das cobertas fingindo estar dormindo mais uma vez.

Quase acendi a luz do abajur e perguntei o que estava acontecendo, mas, quando fiz menção de me erguer, ele saiu do quarto.

Esperei que Rafe voltasse, mas ele demorou e acabei pegando no sono, sob efeito do analgésico que tinha tomado.

Despertei quando ele voltou e meu marido de mentira novamente se deitou bem longe de mim. Esperei um pouco. Quando começou a ressonar, não resisti e me aproximei, colando meu corpo ao seu. Sua respiração imediatamente mudou e ele me deu as costas se afastando. Girei o corpo, repousando as costas na cama, e soltei uma lufada de ar. Peguei no sono.

Acordei algum tempo depois ouvindo sua exalação. Olhei para o lado e o vi ali, deitado do mesmo jeito que eu, e um raio de luar revelou seus olhos abertos fitando o teto. O que estava acontecendo com ele?

Involuntariamente aproximei a mão e meu dedo mindinho tocou o seu. Rafe permitiu o contato, mas não reagiu.

Entrelacei nossos dedos. Ficamos assim por minutos que pareceram uma eternidade, ouvindo apenas a nossa respiração e o rumor do vento outonal a soprar tranquilamente.

Sem coragem de perguntar o que estava acontecendo, pensei que ficaríamos só nisso, sua respiração descompassando. Até que ele resmungou o que pareceu um xingamento. Rafe rolou ficando de lado, os dedos da mão direita se embrenhando em meus cabelos, e capturou a minha boca com um beijo faminto.

Meu corpo respondeu imediatamente sob o seu e eu retribuí o beijo agarrando seu pescoço. Envolvi seu quadril com as pernas, deixando sua língua ávida sondar cada canto da minha boca, bebendo dos meus gemidos. Suas mãos afastaram minha camisola e apertaram meus seios, a ereção pressionando meu sexo com força, se esfregando, fazendo-a palpitar em resposta.

A esposa Comprada do Cowboy - Rocky Mountain StarsOnde histórias criam vida. Descubra agora