Spaghetti

1.6K 75 12
                                    

Agatha Rouge Samirez

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Agatha Rouge Samirez

Talvez eu tenha pegado pesado com Amala. Talvez eu tenha dito muito pouco pra ela. Talvez eu tenha parecido uma adolescente de 17 anos surtada que acabou de saber de uma traição de uma suposta amiga. Ou talvez eu tenha só dito o certo.

Me sinto indiferente, como se algo naquelas falas raivosas não fosse algo que eu em sã consciência faria, apesar de aquilo ter tirado um peso de toneladas dos meus ombros. Acho que sem querer descontei todas as minhas frustações da semana em Amala. Joseph ficaria assustado se tivesse visto a discussão. Eu também ficaria se visse a pessoa que eu casei (mansa e paciente) tendo um comportamento tão... Selvagem. Tão furioso.

Não é do meu feitio ser tão boca suja e cruel desse jeito, até os meus mais altos picos de raiva foram mais calmos do que aquela coisa. Acho que Amala conseguiu descobrir um lado meu que nem eu mesma sabia que existia.

Posso até confessar que sou uma pessoa de curta paciência, porém foi tudo diferente naquele minuto. Bem, eu julgava tanto as pessoas por elas ficarem dias reclamando de um erro de algum amigo que agora estou pagando com a língua. Saber que Amala realmente achou que sou do tipo assassina de aleatórios como a máfia inteira me faz querer vomitar de imediato. Usei eles como um tipo de combustível e me lembro que na adolescência dei até um nome pra isso. "Se esforce até o último suspiro para não acabar como eles." Repetia isso pra mim mesma todo dia de frente ao espelho.

Ouvir isso sair da boca da pessoa que você pretendia confiar e que acabou de te conhecer fez minha cabeça explodir igual uma bomba TNT.

Como assim eu sou do mesmo tipo daquela gente?

Como assim ela acabou de me chamar de insolente?

Como assim ela acha que eu sou "igual a todos dentro dessa máfia ridícula"?

Foram alguns dos rápidos pensamentos que eu tive naquela hora. Fiquei em êxtase.

Aquilo contribuiu pra alguns problemas pequenos ou médios se tornarem uma grande bola de neve. E aí eu taquei essa bola de neve na cara da Amala. Não foi justo, óbvio, mas ela bem que merecia.

E agora, me vejo sentada no banco passageiro do carro de Joseph comendo o meu almoço que eu pedi por delivery no estacionamento do hospital.

Sim, ainda continuo aqui.

Estou comendo um espaguete á carbonara com carne moída e cheiro verde. Não é uma coisa chique mas é gostosa, é um dos meus pratos favoritos. Um suco de laranja está no portador de copos do carro.

Por baixo dos cílios consigo enxergar uma movimentação na porta de entrada e assim eu olho pra ela, encontrando um Joseph neutro enquanto caminhava até o carro.

Respirei fundo quando ele me encarou, o loiro acastanhado apareceu abrindo a porta do motorista em questão de segundos. Ainda não me resolvi com ele. Nem ele se desculpou de verdade comigo. Vai ser difícil ter um diálogo casual.

O Mafioso de Las VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora