Jeongguk era um garoto comum do reino do sudoeste, e, movido pela sua enorme curiosidade, acaba se envolvendo em uma grande confusão com a corte do norte, principalmente com o rei de asas negras e longas.
Taekook
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Jeongguk olhava pela janela de seu quarto, as folhas secas das árvores, junto das que caíram no chão, deixava tudo em tons bonitos de marrom e laranja, ajeitou a manta sob suas pernas e voltou a focar no livro que estava lendo. Se assustou ao ouvir um barulho alto no andar de cima, olhou rapidamente o horário, percebendo que ainda não era o seu horário de trabalho.
Jeon era um garoto comum, que vivia no lado sudoeste da grande muralha, onde humanos comuns viviam. Pelo o que chegava aos seus ouvidos, eram o melhor reino dentre os três, mas não conseguia acreditar muito naquilo, não podia existir pior lugar do que aquele.
Pelo o que sabia, o norte era um reino dominado por dois tipos de criaturas, uns seres com asas enormes, todos diziam ser assustador, mas Jeongguk viu uma vez, e achou lindo. E outros que dominavam magia, o que também falavam ser algo ruim, o povo do sudoeste acreditava que aqueles poderes só causavam destruição e morte.
Já no sudeste, era um reino dominado por pequenas criaturas, também com asas, mas pelos desenhos possuíam a pele azulada, e, de alguma forma, a aparência deles o lembrava de flores delicadas. Nunca tivera a chance de ver um deles pessoalmente, mas sonhava em poder fazer isso um dia.
Mas aquilo era tudo o que sabia, costumava imaginar como seria viver em um dos dois povos, se perguntava como deveriam ser as divisões de trabalho, as moradias. Imaginava sempre como seria ter aquelas grandes asas e voar por aí. Fechou o seu livro, percebendo que realmente não estava muito no clima para ler.
Se levantou, arrumando o casaco que vestia e se dirigindo para fora do quarto. Estranhou a grande confusão que estava acontecendo no corredor, a cozinha parecia estar uma completa bagunça. Procurou ao redor alguém que lhe pudesse explicar o que estava acontecendo, até que o seu pulso foi segurado e começou a ser arrastado por uma mulher mais velha.
— A corte do norte está vindo para cá — ela falava de maneira rápida
— Por que? — perguntou automaticamente, sendo ignorado, sua mania de fazer perguntas nunca era bem vista.
— vou ter que colocá-lo para ser um dos servos para eles, Mina não está conseguindo sair da cama — seu tom tinha uma leve preocupação — sei que você normalmente trabalha na cozinha, mas consegue dar conta disso? — perguntou sem olhar.
— Sim — falou rápido.
Não é como se tivesse muita escolha, era um servo do castelo, tinha de fazer tudo o que lhe era mandado, mas a ideia de ver de perto alguém do norte também o animou. Jeongguk era órfão, haviam o abandonado na porta de um orfanato enrolado em uma manta, foi uma freira quem o deu o seu nome, e como todos os órfãos, seu sobrenome era o nome do orfanato, Jeon.
Quando tinha 11 anos as freiras explicaram para as crianças mais velhas que estavam devendo para a coroa, e que aqueles que quisessem ir trabalhar lá por eles poderiam ir. O pequeno Jeon sabia que não seria adotado, quase ninguém era, então concordou em ir, era uma forma de garantir que não passaria fome quando crescesse. E ali estava, nove anos depois, sendo arrastado para um quarto por uma das governantas do castelo, para pegar algumas coisas e seguir para arrumar um dos quartos.
