02.

107 21 0
                                    

Harry

Com o celular na mão vejo que recebi o e-mail que disseram que eu receberia. Uma semana se passou e eu até tentei arranjar um emprego durante esse tempo, talvez eu teria tempo de desistir dessa loucura, mas não consegui nada além do email do filho do governador.

No email diz tudo que eu posso e não posso fazer, e também deixa bem claro que eu tenho que fazer sexo com ele, essa parte me assusta. Eu espero que ele seja gentil.

Também tem o número dele aqui e diz que eu posso ligar sempre que eu precisar. Parece que hoje a noite vamos nos encontrar, vamos a um restaurante e vamos agir como namorados, eu estou nervoso.

Passei o dia inteiro fora de casa tentando relaxar um pouco, mas não deu muito certo, uma hora antes do encontro voltei pra casa e fui tomar um banho. Olhando no espelho eu não vejo mais os hematomas dos tapas que eu levei, é muito bom isso ter sumido porque eu realmente não quero incomodar o Sr.Tomlinson com os meus assuntos. E ainda bem que o meu nariz não quebrou.

Depois do banho as horas passaram bem rápidas, eu me vesti e logo recebi uma mensagem dizendo que o motorista estava na porta da minha casa. O carro era grande, eu não entendo muito de carros, mas sei que esse com certeza é muito caro.

— Eu sou Mike, o Sr.Tomlinson está te esperando no restaurante. — O motorista disse abrindo a porta do carro para mim com um sorriso simpático.

Que vergonha.

— Obrigado... hum... o senhor não precisa se incomodar. — Digo me referindo a porta.

— Por favor, não me chame de senhor, eu é quem devo chamá-lo assim. E não se preocupe, esse é meu trabalho. — Outro sorriso simpático e eu assenti com a cabeça.

Entrei no carro e ele fechou a porta para mim, acabou fechando com um pouco de força porque seu chapéu quase caiu de sua cabeça e ele se apressou em pegá-lo.

— Vamos nessa! — Ele entrou no banco do motorista e fez um sinal de jóia para mim aqui no banco de trás.

Pelo menos ele parece ser legal.

Meu coração parecia que ia sair pela boca durante o trajeto até o restaurante. Demorou um pouco para chegarmos no grande e chique restaurante, o Sr.Tomlinson estava na porta com as mãos dentro do bolso do casaco.

Agora eu estou ainda mais nervoso.

Mike abriu a porta para mim e o outro me olhou da mesma forma que ele me olhou na primeira vez que nos vimos. Frieza.

— Vocês demoraram.

— A casa do Sr.Harry é um pouco afastada. — Mike disse com um sorriso sem graça.

— Eu esqueci que você morava na favela.

Nossa.

Não posso negar a verdade.

— Te ligo quando terminarmos, Mike. — O filho do governador falou, tocando a minha cintura e me fazendo levar um pequeno susto.

— Tudo bem, até mais tarde, senhores.

Mike saiu e eu senti meu estômago revirar.

— Leu o contrato?

— O email?

— Exato.

— Li.

— Ótimo.

Ele me puxou pela cintura para mais perto do seu corpo.

— Senti sua falta, querido. — Se aproximou de mim e beijou meus lábios.

Por um impulso eu coloquei a mão em seu peito e o afastei.

— O que tá fazendo?

— Beijando você.

— Mas...

Ele bufou e se aproximou do meu ouvido e falou um pouco mais baixo.

— As pessoas não podem nos ouvir, mas estão nos vendo. Tem um fotógrafo dentro daquele carro preto do outro lado da rua, então você vai ser um bom garoto e vai beijar seu namorado agora, entendeu?

— S-Sim.

Ta bom, Liam... É só beijar.

Não complica.

Fiquei na ponta dos pés e juntei nossos lábios. A boca dele é quente, a língua dele é quente também.

— Vamos ter que trabalhar nisso. — Ele disse afastando nossos lábios.

Eu beijo mal?

— Desculpa...

Ele voltou a segurar minha cintura e nós entramos no restaurante, aqui é chique demais, nunca vim em um lugar assim antes.

— Relaxa um pouco, por que tá tão tenso? — Sussurrou em meu ouvido.

Não demorou para nos atender e nos levarem até uma mesa onde parece que o outro fez reserva. Nos sentamos e nos deram o cardápio.

Quantas coisas.

Será que seria muito infantil pedir bife e batata frita?

— Sr.Tomlinson, por que você quer que eu finja ser seu namorado? — Não é da minha conta, mas eu estou curioso.

— Meu pai odeia que eu seja gay, acha que pode controlar minha vida. Então por que não brincar um pouquinho com ele?

— É para provocar seu pai?

— Sim, vai ser divertido ver o velhote surtar com as notícias. Quem sabe assim ele entende de uma vez por todas que eu não esteja em uma fase aos 28 anos.

— Entendi...

— Também quero me divertir um pouco e você vai servir.

— Servir?

— Tem um rosto bonito, um corpo bonito também.

— Obrigado, Sr.Tomlinson...

— Não fique tão corado com um elogio.

— Desculpa...

Fizemos o nosso pedido e eu não pedi bife com batatas fritas, pois deixei que ele escolhesse por nós dois.

Ele é tão sério, não consigo entender o que ele está sentindo, ele não expressa sentimento nenhum.

Mas ele é bonito.

— Meu assistente me informou que você quer fazer faculdade. — Ele dá um gole no seu vinho.

— Medicina veterinária.

— Gosta de animais?

— Sou apaixonado, sempre foi meu sonho trabalhar com isso.

Tento não sorrir tanto, mas é impossível não sorrir falando disso.

— Amanhã você pode se matricular.

— O-Oi?

— Fazer a matrícula para o curso. Você não quer?

— Quero... mas você não precisa se incomodar com isso, Sr.Tomlinson.

— Temos um contrato, não temos?

— Sim.

— Amanhã o dinheiro vai estar em sua conta.

— Muito obrigado, Sr.Tomlinson. — Eu estou sorrindo muito agora.

— Me agradeça mais tarde.

Por que ele piscou pra mim?

Submisso. - L.S!Where stories live. Discover now