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—Você está calada

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—Você está calada.—Aponta quando estamos dentro de um SUV simples e muito limpo, me provando que Sebastian não é como os outros caras que conheço, e pelo menos tem o básico de higiene.

Suspiro.

—Você está calado.—Devolvo sorrindo.

Ele não falou muito desde que entramos no carro, ou talvez seja desde que o treinador o chamou antes que pudéssemos entrar no veículo e começou a dizer algumas coisas um pouco fortes a ele.

Não que eu saiba o que são, já que os dois estavam há alguns metros do carro e sou péssima em leitura labial.

—Gosta de comida italiana?—Pergunta.

Eu assinto.

Durante o caminho, tento não cantoralar a playlist perfeita de Sebs com meus cantores favoritos, para que eu possa pensar em como questioná-lo sobre o assunto "relacionamento" sem parecer grosseira.

Quando o carro é estacionado quase a frente do restaurante um pouco vazio pelo dia com uma previsão de chuva de neve, o jogador rodeia o veículo até abrir a porta para mim e segurar minha mão tal qual um cavalheiro do século passado faria (caso houvesse SUV's altos por lá).

A mão grande coberta por uma luva escura para no meio das minhas costas e andamos até uma mesa vazia e mais ao canto assim.

—Não quero pensar como será a neve de janeiro.—Murmura olhando pela janela de vidro que reflete nossas próprias imagens, mas dá a visão da cidade iluminada.

—Penso seriamente em ir para o sul do continente.—Afirmo retirando meu casaco e o colocando de lado, ficando apenas com meu suéter de gola alta e fofa.

—Gostaria de viver em um país tropical?—Pergunta com uma sombra de um sorriso no rosto.

Eu pondero.

—Seria bom viver mais que apenas quatro meses de calor.—Constato.

Sebs assente sorrindo.

—Já quer fazer os pedidos?—Pergunta passando a mão nos cabelos castanhos aloirados que brilham mesmo na pouca iluminação.

Queria apenas que meus dedos se enfiassem mais uma vez entre esses fios macios...

Umedeço os lábios e olho em volta a procura do garçom.

—Esse é o meu restaurante favorito.—Comento soltando uma piscadela ao homem.—Juro que não estou falando para te agradar.

Uh, sei disso.—Afirma com uma expressão divertida.—Então vou deixar que escolha nosso jantar.

—Tem certeza?—Ergo uma sobrancelha.—Vai confiar em alguém que toma café puro para poder pedir o seu jantar?

Sebs bate a mão na testa.

—Me esqueci do detalhe mais importante.—Choraminga.—Se importa se eu fizer? Não quero sair daqui chorando com a barriga vazia por comer legumes num espeto. Bom, aqui não vende essa abominação culinária, mas sei que seria seu pedido.

Tapo a boca para gargalhar.

—Qual comércio incrível vende legumes em espeto? Me diga já, Balenger!—Brinco.

—Eu me certifiquei de que esse não vende.—Estala a língua.—E não há nenhum num raio de três quilômetros.

Gargalho mais um pouco, agradecendo por ter poucas pessoas presentes, as quais estão distantes de nós e absortas em seus próprios assuntos para perceber uma maluca rindo como uma gralha engasgada.

—Que babaca!—Exclamo quando estou recuperada.

—Vou pedir risoto, o que acha?—Pergunta me encarando enquanto coça o queixo com o início de uma barba nascendo.

Agora o encarando assim, ele claramente está cansado.

—Pode ser.—Afirmo.

Agora eu não sei se devo falar sobre o que eu queria dizer a ele. Não se se devo, não quando Sebs parece estar em um dos seus piores dias.

Os olhos estão fundos, mas ainda brilhantes, o sorriso torto e galanteador permanece, mas menor do que já vi.

—Você fez aquele seminário do professor demônio?—Ele questiona após fazer nossos pedidos ao garçom engravatado.

Suspiro coçando a nuca.

—Fiz, mas ficou uma merda.—Assumo.—Dormi durante toda a explicação.

Sebs solta uma risada.

—Não fiz nada.—Suspira.—O treinador veio falar sobre isso hoje.

Arregalo os olhos.

Esperava que o assunto seria passes ruins no hóquei, distração nos treinos, ou fumar um baseado antes dos jogos.

—Sobre essa matéria?—Questino e ele assente.

—Eu não posso ter nenhum problema acadêmico enquanto estou no time, principalmente sendo um bolsista.

Mais uma vez arregalo meus olhos.

—Não sabia que era bolsista.—Comento supresa.

Ele sorri parecendo tímido.

—É.—Coça a nuca.

—Bom, se quiser posso te ajudar com os trabalhos.—Ofereço bebericando a taça de vinho que nos é colocada a frente.—Já ofereci uma vez.

O jogador morde o lábio.

—Não precisa, gatinha, vou dar um jeito.—Recusa.—Tem algum plano mais tarde?—Eu nego óbvia.—Quero te levar em um lugar.

—Quero te levar em um lugar

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Querido SebastianOnde histórias criam vida. Descubra agora