Liam realmente pensou em se matar antes de entrar ali, mas não achava justo perder a vida sem que Zayn a perdesse primeiro, de maneira torturante e digna. E mal podia esperar para executar seu maior desejo.
Jamais pensou que pudesse odiar tanto alguém como odiava Zayn, principalmente ao lembrar da forma como o tratou ao descobrir o seu segredo, com ironia e nenhuma piedade. E por que teria? Ele era conhecido por sua frieza e mau caratismo. Um sujeito assim não poderia perdoá-lo. E mesmo que não tivesse medo, ainda assim, se preocupava com o que de fato ele poderia fazer.
Suspirou ao chegar. O combinado era entrar sozinho pelos fundos, de boné, blazer e óculos escuros para não ser reconhecido pelos capangas da casa. Já passava das nove, sendo que devia estar ali às oito e meia e esperava que isso não fosse um problema.
— Está atrasado, princesa. Melhor ser pontual da próxima vez. — alertou, se divertindo com a expressão de poucos amigos que o gângster exibia ao entrar em seu escritório.
— Diga de uma vez. Não tenho o dia inteiro.
— Primeiro a grana. — apontou para a mala que ele segurava. Com rancor, Payne se aproximou e a colocou sobre a mesa.
— Está aí o seu precioso. Se era so isso, eu ja vou indo.
— Eu deixei? Sente-se. — ordenou ao ve-lo se virar, prestes a se esgueirar. Liam bufou e se virou para ele, procurando manter a calma, embora achasse que ela estava em coma.
— Prefiro ficar em pé.
Zayn deu de ombros e sentou, abrindo a maleta e conferindo montantes de notas de cem.
— Meu banheiro está imundo depois da festinha de ontem. Quero que limpe ele primeiro antes de faxinar o resto da minha cobertura e tome cuidado ao expulsar as gracinhas da minha suite master. Troque os lençóis e se quiser usar luvas para catar as camisinhas espalhadas no quarto, fique a vontade.
Liam franziu o cenho, procurando algum sinal de brincadeira, porem Zayn permanecia brando.
— Eu não sou a sua faxineira.
— Por hoje sim. E vai ter que limpar a casa usando um uniforme especial que providenciei so pra você. — abriu a gaveta, tirou dela uma sacola cor de rosa e a jogou para que Liam pegasse. Ao abrir, fez careta pela peruca preta curta, com uma franja. Sapatos brancos de modelo babuche para executar seus afazeres sem riscos e por último, o que mais lhe chocou. Se achou a peruca um absurdo, aquelas roupas ultrapassaram todos os limites possíveis e impossíveis.
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— Isso nunca. Prefiro que me mate de uma vez do que ter que usar isso. É muita humilhação! Eu não sou sua cadelinha pessoal..-
— Pois eu acho que agora é, Arturo. Quanto vale manter sua reputação intacta? Também estamos falando do futuro da sua quadrilha, princesa. Se não colaborar comigo, pode ser que ela não tenha futuro. Estou te dando a chance de fazer a coisa certa. — o deboche era uma chicotada no âmago de Liam. Ele sabia que precisava ir para seu lugar seguro para não esfolar o couro de Malik e servir de comida para os tubarões. Por isso imaginou os dois sozinhos em uma praia paradisíaca, onde arrancaria o braço dele e bateria em seu rosto para depois arrancar o outro e fazer a mesma coisa, para só então arrancar o coração dele e fazer com que engolisse.
