Toda Aleatória

Cicatrizes

Minhas cicatrizes são minhas maiores inseguranças, tanto as internas quanto as externas. Meu maior medo é permitir que pessoas se aproximem e conheçam elas, questionem sobre e que isso seja motivo de repeli-las.

E claramente por este motivo eu criei um senso de independência cada vez maior, desde a minha infância e talvez nunca mais consiga permitir alguém se aproximar e conhece-las novamente, porque já usaram delas contra mim, como se fosse uma fraqueza e algo a ser explorado e usado para me diminuir. 

Sim, eu tenho vergonha delas e de falar delas, por mais que eu não devesse ter, pois elas possuem um significado que poucos entendem, elas são marcas de resistência, marcas de fortaleza, coragem, persistência e sobrevivência. 

Quero aprender a olhar para ela com compaixão e com "carinho" porque elas nunca deveriam me envergonhar ou me deixar insegura, deveriam lembrar do quão forte eu sou e de que eu sou uma sobrevivente.

Queria que as pessoas aprendessem a olhar para mim e para elas desta forma também, mas entendo que passados podem assustar e consequentemente repelir, estamos todos a procura de reciprocidade, calmaria e felicidade e como seres humanos julgadores que somos, ninguém enxerga em alguém com tantas bagagens marcantes um futuro pleno e próspero.

Em contra partida, irei continuar tentando lembrar todos os dias que minhas cicatrizes não me fazem menor e espero que você também embarque nesta sobre mas suas, sejam elas externas, internas ou ambas. Nossas cicatrizes e nossa história não nos fazem fracas ou uma complicação sem solução, elas me fazem uma fortaleza, nos fazem guerreiros, lutadores, sonhadores e acima de tudo são lembretes constantes de que merecemos o melhor da vida por tudo isso, porque apesar de tudo estamos aqui e somos sobreviventes.