Capítulo 6 - 'anywhere I want, just not home'

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JORY ANDERSEN POINT OF VIEW

No momento, não havia nada no mundo que eu desprezasse mais do que ir a escola.

Estávamos na última semana de agosto, e eu estava indo para o meu primeiro dia de aula do mais novo ano letivo. Na verdade, esse era o segundo dia, mas me recusei a levantar da cama ontem e me aprontar para a escola.

Decisão sábia. Os primeiros dias eram sempre os piores.

Agora eu estava sentada no banco do ônibus, olhando para fora da janela com muito provavelmente a expressão mais entediada do planeta estampada no rosto. Lena estava ao meu lado, tentando alcançar algo dentro do buraco sem fundo que era sua mochila, de tanta coisa que ela guardava lá dentro.

— Jory! – ouvi a estridente voz familiar próxima de mim, e me virei lentamente para trás à medida que a garota aparecia em meu campo de visão. — Sinto muito pelo o que aconteceu.

Quando Lois Smith surgiu completamente à minha frente, apoiando um dos braços no encosto do banco em que Lena estava sentada, lancei um sorriso fraco para ela, torcendo para que não notasse o quão falso ele era. Na verdade, eu queria que ela percebesse, mas Lois era a personificação da loira burra que tinha uma extrema dificuldade em se dar conta de coisas óbvias.

Garota insuportável.

— Deve ser horrível virar órfã e então ter que ir viver com outros órfãos, mas eu espero que você fique bem – fala, se sentando no assento do ônibus de frente ao meu e ajeitando seu cabelo impecável com uma das mãos. — Enfim, o que fizeram nessas férias de verão?

— Enterrei a minha mãe. – Consegui sentir os olhos de minha amiga lentamente se fixarem em mim, e Lois limpou a garganta com um pigarro baixo. — E você? – perguntei docemente, me segurando para não piscar os olhos em sua direção por baixo dos cílios.

— Sabe como é, nada demais. Minha família e eu viajamos para a Califórnia. Lá é um lugar incrível para ir no verão... — começa, dando uma pausa forçada no meio da frase. — Mas para mim o que mais valeu a pena foram os shows da Taylor em LA...

— Ah, sim. Parece ter sido ótimo mesmo. – A corto antes que possa continuar falando sobre coisas que não tenho a menor curiosidade em ouvir, e felizmente o ônibus chega na frente da escola na hora perfeita, e eu e Lena nos apressamos para descer, deixando Lois para trás.

O lugar está o mesmo de dois meses atrás. Com as mesmas pessoas, as mesmas conversas, as mesmas aparências. Lois é apenas uma das garotas que têm como passatempo predileto fazer aqueles que julgam não estar no mesmo nível que elas se sentirem inferiores, mas nunca permiti que me deixassem sentir assim.

— Tenho que ir na sala do diretor antes de ir para a aula – falei para Lena, que assentiu e continuou caminhando na direção da sala de aula.

No corredor barulhento, só andei mais alguns passos até virar a esquerda e dar três batidas leves na porta antes de abri-la lentamente.

— Ah! Bom dia, Jory. – O diretor fala, cordialmente, e indica com a mão para que eu me sente na cadeira à frente de sua mesa. — Primeiramente, meus pêsames. A notícia pegou todos de surpresa. Imagino como deve ter sido para você, que só tinha a sua mãe.

Dou um sorriso pequeno a ele e agradeço pelas palavras, só para ter que ouvi-lo falar mais palavras ensaiadas nos próximos 10 minutos, e em algum momento me pergunto se aquilo é um protocolo ou se ele realmente se empolgou em seu discurso.

— Então... A verdade é que a chamei aqui para saber se você está realmente bem, a respeito de tudo o que aconteceu, ou se precisa de mais algum tempo. É muita coisa para processar em apenas um mês, ainda mais para uma menina de 12 anos...

Safe & Sound | Taylor & TravisOnde histórias criam vida. Descubra agora