Capítulo 20 ― Uma canção sobre vida e morte

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Boa tarde diretamente das Cidades Flutuantes! O clima em Farkas é quente e úmido, com alta chance de morte sem explicação causada por maluco. Fiquem atentos!

No capítulo anterior... Yue e Lótus se aproximaram depois de se encontrarem no Sesc e o coração de Yue parece cada vez mais no lugar. Nas Cidades Flutuantes, a morte súbita das mariposas-de-sereno é um problema, mas o Senhor dos Lobos parece ter encontrado uma nova aliada e conselheira (ou não?). Vamos ver como está a situação.

A trilha-sonora do capítulo é Drama, do Aespa!

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Capítulo 20 — Uma canção sobre vida e morte

Capítulo 20 — Uma canção sobre vida e morte

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Farkas, Pré-Hecatombe

Toda vez que matava mais alguma criatura, Kuí sorria.

Já tinha experimentado a sensação diversas vezes ao longo dos anos, desde bem antes de fundar a Ópera ou ser reconhecido como diplomata. Existe um momento limítrofe, em que a alma presa a um corpinho já inerte se agita na iminência de se soltar. Se alguém soubesse as perguntas certas a fazer, conseguiria tirar de Kuí que aquele era o seu favorito.

O momento tinha uma duração diferente para cada criatura, dependendo do espírito, do apreço à vida e, é claro, da causa da morte. Quando escolheu seus venenos naquela manhã, o Instrutor fez questão que não ferissem a carcaça imóvel largada no chão e que garantisse um momento especialmente longo.

Para que Yan tivesse tempo o suficiente para aproveitar seu presente.

Havia muito poder em ser aquele que escolhe a dedo quem vai morrer. E um poder ainda mais aterrador em decidir quem permanece vivo, ou a quem a vida deve ser devolvida como uma dádiva divina.

— Aquele era só um filhotinho, Yan-Yan.

A voz de Nyan soou baixa e juvenil. Ainda meio escondido atrás de um tronco, ele observava os passos incertos da criatura que Yan tinha acabado de reviver, caminhando lentamente para longe deles como se temesse um novo mal súbito.

O garoto se parecia muito com Yan, embora fosse um pouco mais alto e de rosto visivelmente mais jovem, com olhos grandes e brilhantes em um tom castanho-claro. As mangas de suas vestes cor de palha eram longas e abertas, mas ele as prendera com um alfinete na altura dos cotovelos. O avental que vestia por cima entregava o motivo: estava assando biscoitos quando notou o primeiro animal morto.

Pontes Imortais [BL]Where stories live. Discover now