VI

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Olímpia possuía um centro movimentado; a grande cidade, próxima à Montanha dos Deuses e ao canal do mar, abrigava o maior porto da Terra; os olimpianos orgulhavam-se de serem chamados de senhores do mar. Em virtude disso, a cidade se tornara uma potência econômica, e mesmo a classe mais humilde estabelecida no distrito do xadrez desfrutava de condições dignas. Contudo, o acesso à Montanha dos Deuses era restrito à realeza e alguns generais do exército, transformando os Carters em figuras divinas. Suas aparições eram marcadas, principalmente, no grande auditório e no templo, durante comunicações e festividades anuais. O fato de reinarem sob a montanha da criação fortalecia isso, tornado Zeno a figura mais emblemática existindo na atualidade.

Priorizando a enigmática crença das primeiras escrituras, os estrangeiros não eram bem-vindos, enfrentando perseguições, principalmente do Templo, a raça pura olimpiana prevalecia aos arredores da montanha. A riqueza e o bem-estar eram raros para aqueles não originários de Olímpia. Falando no Templo, Cato espalhava que Zeno era o Príncipe Prometido das Profecias e juntos desses boatos colocava novos moldes para a fé aumentando as perseguições e também o fanatismo de muitos. A família real detinha autoridade absoluta, e qualquer desafio resultava em tortura e morte, com os restos expostos como demonstração de poder.

Dentro do palácio, Zeno foi saudado ao adentrar a sala do trono, trajando uma túnica de seda dourada, com um cajado na mão direita e uma coroa destacando seus longos fios loiros. Na base do trono estavam quatro cavaleiros dourados que faziam sua guarda pessoal. Alexandros, Andreas, Kosta e Cedric respectivamente. Desde a traição de Ezio Zeno assumiu o comando direto junto de Orfeu no treinamento dos homens mais altos do exército. Evan Dion, rei de Roston era um de seus braços direito, ajoelhava-se diante dele.

— Quais são as novidades das regiões distantes? — indagou Zeno, tomando assento em seu trono dourado, cujo suporte acima da cabeça ostentava uma moldura representando o Criador com um cajado semelhante ao de Zeno, conforme descrito nas escrituras antigas.

— Apollo e Var Schar conquistaram Nimb e mais alguns vilarejos, em breve deverão marchar para os demais reinos — informou Evan. — Frey Nostrald faleceu, e o filho Levi foi coroado. Um garoto governando um reino enfraquecido em meio a uma guerra, ao lado de reis abalados. Tudo está ao nosso favor.

— Ótima notícia! — respondeu Zeno satisfeito. — Provavelmente já pediram mais reforços para Linsk, não é mesmo?

— Sim, senhor. Temos informações de que Austin enviou suprimentos e homens, além de que seus camponeses não estão repassando mercadorias para nós.

— Nossos portos trazem riquezas e nossas terras podem ser cultivadas — disse Zeno, com um sorriso. — não somos reféns do comércio linskiano — ele encheu uma taça de vinho que estava no braço do trono, bebeu e voltou a olhar para Evan — E nossos vassalos? — indagou em seguida.

— Phoenix persegue hereges em Tebas, seguindo suas orientações e concordando com nossos novos moldes de fé. Apesar de ainda almejar o trono, ele obedece rigorosamente a todas as ordens. Roston está seguindo conforme suas instruções. Faltam informações de Vrontí e Varmênia.

— Phoenix não desistirá, certo?

— Não. Ele acredita que merece o trono mais do que o sobrinho sob nossa proteção. E todos os demais acreditam que caso Ícarus seja nomeado ele forçará uma guerra civil

Zeno permaneceu pensativo e acrescentou:

— Comunique Echo Aster de Varmênia e Kristo Darian de Vrontí que enviarei alguns homens a eles e que me mandem informações, além disso ordene especialmente a Echo Aster que comece a preparar navios pra um ataque a Dozzo pelos rios. — Evan concordou com um aceno. — E a Catedral?

Olímpia - A Queda dos Reinos (Livro 1) FINALIZADOМесто, где живут истории. Откройте их для себя