Capítulo 38 - Covarde

25 4 1
                                    

Loki

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Loki

— Você ainda não desistiu disso? — Ouço o ecoar da voz de Alva. Fecho os olhos me xingando por tê-la pedido ajuda.

— Vá embora, está me dando nos nervos.

— Ainda não achamos sequer um minúsculo pedacinho de uma chama cintilante..

— Eu sei, sou eu quem estou procurando nas últimas semanas.

— Não deveria admitir que mentiu?

Paro de usar a picareta arremessando-a em sua direção que logo grita e foge saindo da caverna.

— Se não for ajudar não me irrite! — Exclamo fazendo as pedras tremerem.

— Só estou dizendo, pois o tempo está se esgotando e a princesa deve chegar logo..

Maldita hora que fui afirmar ter a pedra, porque fui me comprometer a isso, não serei eu a colocar o anel em seu dedo. Eu fugi, assim que o trovão bradou anunciando a chegada de Thor, eu fugi. E desde aquele momento eu desejo apenas me afastar de tudo isso. Não posso tê-la, a assustei, fui maligno em sua frente, me conheço bem o suficiente para saber que esse comportamento nunca mudará. Sou ruim de natureza, todos sempre me trataram como um ser maligno, sou realmente um, mas só agora a ficha me cai.

Mas Deuses.. Ela retribuiu o beijo e foi como ter morrido e sido levado para valhalla. Fecho os olhos revivendo o mesmo momento pela milésima vez.

Assim que encontrar a pedra mandarei Alva entregar a alguém para que a levem ao palácio e por fim partirei. É o melhor a ser feito, quem sabe no futuro com a cabeça no lugar eu possa vê-la novamente. Não é normal, não é aceitável a forma que me enfeiticei por ela. Será bruxaria? É isso que praticam em Midgard?

— Vamos voltar, precisamos comer. Quando foi sua última refeição?

Comer? O que é isso? Rio ironicamente largando a ferramenta no chão. Procurar a pedra preciosa até cair de exaustão tem sido o que me mantém vivo. O quão dramático me tornei apenas por desejar uma mulher, uma pequena, debochada e irritante mulher de olhos âmbar.

...

— Quer mais? — Alva pergunta empurrando o prato com vegetais. Faço uma careta em resposta. Vim até sua cabana apenas para me alimentar já que tenho acampado na cachoeira a alguns quilômetros. — Estou te dando comida e você mal fala, quando irá me contar sobre suas aventuras em Midgard?

— Nunca. — Esbravejo recebendo uma careta infantil da Huldra.

Tirando meu prato ainda com comida ela empurra a cadeira ruidosamente se pondo de pé.

— Vá, vá logo embora. — Me expulsa.

Me coloco de pé batendo as mãos em minhas roupas que parecem trapos sujos. Já estive melhor, por sorte poucas pessoas vem até essa região. Caminho até a porta e antes que possa tocar a maçaneta sinto o cheiro intenso de flores e alcaçuz, agora também estou alucinando? Que ótimo!

Abro de uma só vez dando de cara com sua mão erguida.

— PRINCESA! — Alva berra atrás de mim me empurrando para sair do caminho abraçando Dahlia escuto ambas rirem.

— Não esperava toda essa recepção. Sentiu tanta minha falta assim?

— Oh sim, quando Loki voltou eu o enchi de perguntas, mas ele não me disse nada. Estava aguardando seu retorno, chegou hoje?

— Vim direto para cá. Essa é minha amiga Prija, ela também é de Midgard, mas ao contrário de mim ela é mortal. — Fala explicando a Huldra. A garota que vi no quarto de Dahlia na noite de sua dança com a espada ergue a mão acenando nervosamente para a Huldra.

— Você é tão bonita, seus olhos.. Uau! Eu nunca vi nada parecido, são lindos!

— Eu.. Obrigada. — A garota diz entrando ao ter Alva pegando sua mão.

— Trouxe aqueles presentes que falei, posso tirar da charrete?

— Presentes?

Saindo porta afora ouço sua risada. Engulo em seco percebendo que fui completamente ignorado, em momento algum Dahlia olhou em minha direção ou se dirigiu a mim. Saio da pequena cabana vendo Thor tirando enormes caixas de madeira da charrete e Alva às abrindo ali mesmo. Meu sobrinho para brevemente passando o braço ao redor de Dahlia sussurrando algo em seu ouvido.

Cerro os punhos engolindo a inveja e apenas me afasto de toda essa felicidade voltando para minha atual penitência.

...

Na manhã seguinte desperto com o som de passos se aproximando. sento nas pedras sabendo ser Alva, mas logo ela surge com a amiga de Dahlia.

— O que está fazendo aqui? — Pergunto sem acreditar.

— Prija ficou comigo em minha cabana essa noite, ela estava me ensinando a usar meus presentes. Vou fazer o vestido de noiva da princesa e ganhei uma coisa chamada máquina de costura. Além disso agora tenho elergia.

— Energia.

— Como?

— Trouxemos dois painéis para ela usar a máquina de costura e a vitrola. São os presentes da princesa pelo serviço.

— Minha cabana está tão linda, além disso gostei tanto de ouvir aquelas melodias..

— E por que vieram para cá?

— Viemos nos banhar, mas me lembrei que você está aqui, então trouxe comida. — Responde colocando um cesto a minha frente.

— A princesa também ficou na cabana?

— Não! Minha moradia é simples demais, me envergonharia de hospedar a futura rainha de Asgard.

Concordo com a cabeça me colocando de pé, a jovem mortal olha tudo em volta surpresa. As plantas desse reino são diferentes do seu. Até mesmo os sons na floresta, se ficar quieto o suficiente, é possível ouvir sussurros e cantos de algumas criaturas da natureza.

— Vou dar privacidade a vocês, tenho assuntos urgentes para tratar.

— Senhor?

Viro-me para encarar a mortal que parece nervosa.

— Eu.. Eu não sei o que aconteceu com vocês, mas.. Mas os fotógrafos eles.. Eles tiraram algumas fotos do que ocorreu naquele terraço. As coisas se tornaram um grande caos para a princesa, e.. E foi assim que a majestade descobriu que você estava se passando por Thor.

Maldito seja, as coisas foram de mau a pior.

— Ela está bem?

— Aquela gravação que foi ao ar apresentou o Deus loiro ao povo, dizendo que ele seria seu futuro marido e imperador, mas as imagens que os fotógrafos têm são de vocês juntos se beijando.

— Foi isso que eles retrataram? Não Ícaro?

— Ícaro? — Pergunta parecendo confusa.

— Thor sabe, que eu..

— Não. A princesa manteve todo o cuidado para que ele não tivesse acesso a tais imagens.

— Você beijou a Dahlia? — Alva pergunta um tanto chocada.

Respiro fundo percebendo que não deveria ter fugido. A deixei ser repreendida sozinha, imagino o quanto a imperatriz foi dura. Fecho os olhos esfregando as mãos na cabeça.

— Preciso ir. — Falo saindo da caverna balançando brevemente as mãos entrando no meio das chamas surgindo em frente a morada de Freya, a deusa do amor. Eu já deveria ter feito isso antes, era o mais fácil desde o início, para meu próprio bem.

O Jogo da Trapaça (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora