Essência Desvelada:

A Jornada da Mulher Além dos Rótulos

No eco das palavras cortantes, a mulher se vê, 

Em um mundo de rótulos, em que não escolheu estar. 

Força reativa, revida quem a machucou, 

Mas no fundo, deseja apenas dias de paz, onde possa sonhar.

Romantizada a maternidade, mas o peso é real, 

Dona de casa, profissional, amante, mãe ideal. 

Proibida de cansar, de fraquejar, de pedir socorro, 

Num ciclo sem fim, onde a carga só aumenta, sem decoro.

Cuida de todos, mas quem cuida dela de verdade? 

Uma alma invisível, presa na obrigação da equidade. 

Desobrigada de ser a fonte de equilíbrio, mas é cobrada, 

Pelo bem-estar de todos, sua própria alma é negada.

Mãe, mulher, uma identidade dividida,

A maternidade não define, mas é imposta, sofrida. 

Corpo e mente esgotados, anseiam por um alívio, 

Mas o amor incondicional é usado como um rio.

Rio de lágrimas, de sonhos despedaçados, 

Em busca de momentos lindos, de sorrisos dourados. 

Mas o boiar suave, o temerário sobre os braços amados, 

São luxos negados, em um mar de filhos malcriados.

Cama elástica, limite da paciência, 

Corpo desgastado, pela insistência. 

A formação deles, além do amor, do afeto, 

Depende do mundo, das lições, do correto.

Mulher, alma forte, coração em guerra, 

Resgata-se do mundo, resgata-se da terra. 

Surdos e cegos, por séculos oprimidos, 

A verdadeira mulher emerge, sem ser mais escondida.

Que o peso das palavras seja aliviado, 

Que o eco cortante seja dissipado. 

Mulher, és mais que um rótulo, mais que uma função,

 És a essência da vida, em sua plena razão.

"Inspirado na dor de ser mulher, e viver dia após dia com uma visão de quebra de identidade, onde você não é mais você, mas sim, a genitora e a morada de todo amor, caos, aflição, expectativa, tormento, dor, alegria, tristeza e solidão, de ser grande e ainda sim, desprotegida. Para as mães que se perderam em ser mãe, e deixaram de ter um nome e um sentido na sua existência individual, porque agora ela têm o mais alto titulo, que a contempla a uma vida eternamente julgada e de cunha eterno em preocupação, na mente solitária".