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Sarah

── Raphael Veiga, você tem três minutos para levantar dessa cama ou eu mesma te tiro daí. — Falei penteando meu cabelo molhado e Rapha resmungou, ainda deitado.

── Você parece minha mãe as vezes.

── Sem mas.

── Que horas são?

── Seis e trinta.

── Minha cabeça dói.

── Falei para não beber tanto.

── Como você tá em pé, hein? — Levantou a cabeça com o rosto amassado.

── Porque eu sou responsável e não bebo muito se preciso trabalhar no outro dia! — Falei girando a cadeira e o encarando. ── Um...

── Tô indo, patroa. — Falou se arrastando para o banheiro.

Neguei com a cabeça e voltei a me encarar no espelho do quarto dele. Noite passada eu que tive que dirigir e eu nem tenho carteira, o bom é que se der multa vai para o Rapha mas em minha defesa ele não tinha condições de dirigir. Quase ninguém tinha. Minha irmã e eu fomos as mais sóbrias, mas eu amei as pérolas que a festa do Gabriel rendeu.

Ouvi o barulho do chuveiro e fiz minha maquiagem devagar, em seguida peguei o secador e liguei porque não tô afim de pegar frio com o cabelo molhado e ainda gripar. Assim que terminei, Veiga apareceu já vestido quando eu estava ligando a chapinha com o cabelo já seco.

Senti um beijo ser depositado na minha testa antes do mesmo sair do quarto e após a porta fechar abri um sorriso involuntário. Não sei se é porque tá no início ou sei lá, mas amo o jeito que ele me trata, amo quem eu sou perto dele e tenho medo disso mudar um dia e evoluir para algo tóxico. Mas algo dentro de mim diz que isso não vai acontecer.

Aproximadamente quarenta minutos eu já estava com o cabelo pronto e a maquiagem também, vesti a roupa que eu havia separado, passei perfume e quando desci o abracei por trás.

── Fiz café, vai tomar aqui ou no CT? — Perguntou se virando e ficando de frente.

── Aqui, é lógico. Posso te perguntar uma coisa?

── Fala ai.

A nossa diferença de altura é gritante e é por isso que para poder o encarar eu tinha que literalmente ficar olhando para cima. Rapha abaixou mais a cabeça e roçou nossos narizes.

── Por que você e o Joaco se chamam de mula?

── Ué, a resposta é óbvia!

── Qual?

── Porque ele é uma mula. — Falou como se fosse óbvio. ── Sei lá, não sei ser carinhoso com meus amigos.

── Noite passada você foi. — Ri.

── O que?

── Nada não, depois você vê os story. Já pensou em ser cantor?

── Sarah Veras, por algum motivo você tá zoando o meu dom para a música? — Perguntou com ironia enquanto eu sentava na mesa.

lar, raphael veiga. Where stories live. Discover now