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Edgar

Imaginei que teria de lidar com essas duas pedras no meu caminho mas não nesse momento, Aparecida ficou chateada na hora, sei que não é por amar Luís e sim por se lembrar de toda a situação que ele causou a ela. Susana sorria como se estivesse debochando de nós, mas ainda bem que estão aqui assim fica mais fácil eliminar esses infelizes que fizeram mal para minha mulher.

— Que surpresa agradável encontrar o casalzinho pecador aqui, não pensei que teria coragem de assumir a empregadinha, estou admirada.

— Melhor do que assumir uma vadia que é capaz de tudo para conseguir o que quer. O que vocês dois querem de nós? Já vieram perturbar nossa paz porque ainda estão aqui?

Segurei firme a mão de Aparecida que sorriu agradecida pela proteção jamais vou permitir que eles tirem nossa paz e alegria. Susana estendeu um convite na frente de Aparecida como se quisesse que soubesse que vai se casar e quer nossa presença.

— Queria aproveitar para convidar vocês para o meu noivado com Luís. Espero, Aparecida, que não fique chateada já que você não teve uma festa como terei. Foi um jantarzinho para os mais íntimos, não é? Comigo, Luís quer algo mais glamuroso, eu mereço, não é?

— Já fizemos o convite, Susana, agora vamos embora.

Tive uma surpresa quando Aparecida pegou o convite sorrindo na direção dos dois como se não fosse problema nenhum para ela.

— Agradeço o convite, como meu marido é muito ocupado não sei se poderemos ir, mas faremos um esforço. Desejo felicidades ao casal, agora se não se importam, eu e meu marido estávamos comemorando nosso casamento e gostaríamos de continuar.

O olhar de Luís mudou de repente, que satisfação minha submissa me proporcionou agora. Aparecida não é tão indefesa como antes, consegue se defender bem.

— Vocês são irmãos, não deveriam estar juntos, Aparecida, o que Edgar fez para aceitar ser esposa dele?

— Luís, eu penso que isso não seja da sua conta. Você fez sua escolha inclusive vai se casar com ela portanto minha vida não lhe diz respeito mais.

Meu olhar na direção dele foi de puro deboche, ele pensa mesmo que pode se intrometer na nossa vida. Susana ficou vermelha de raiva ao perceber que seu noivo se importa com uma outra mulher ainda mais uma que ela tanto odeia. Ela saiu arrastando Luís como se ele fosse uma criança mal criada, Aparecida bebeu um gole do suco logo depois sorriu.

— Essa mulher é obcecada em mim, meu Deus, nem sequer penso na existência dela.

— É porque você não se importa com ela e o que pensa por isso Susana a detesta tanto. Vê-la se defender assim me deu uma vontade de comer você de quatro.

— Não, senhor. Ainda não chegou a sobremesa, e você pediu algo com chocolate, sabendo que amo portanto não vamos embora.

Aparecida não é tão indefesa como imaginei, consegue se defender daqueles que tentam colocá-la para baixo, mesmo assim vou me vingar pela afronta de agora, vão pagar caro por ainda querer entrar no meu caminho.

Aparecida

Três meses depois

Estou no jardim brincando com Alegra, minha cachorrinha tem tanta energia que apenas desliga a bateria quando vai dormir a noite, Edgar entregou todos os negócios da família na direção do nosso pai, ele não se importou e ainda pareceu estar muito contente. Em falar do meu pai, ele tentou falar comigo ligando no telefone fixo aqui de casa mas não quis falar com ele.

Ainda não estou pronta para falar com ele, e não sei quando estarei preparada. Edgar me deixou ver Cido, meu irmão está internado em uma clínica de reabilitação, está bem e se recuperando, preocupado comigo e minha relação com Edgar. Eu estou cada vez mais ligada a ele, Cunha mudou ainda que não perca o desejo de dominar e controlar tudo ao redor, somos meio irmãos o que traz uma mancha na nossa relação.

— Alegra, vem, está na hora da mamãe tomar o remédio.

Sinto uma tontura como se tudo ao meu redor estivesse rondando, grito por Luzia que vem correndo me ajudar, sento na grama do jardim respirando fundo para não desmaiar. Luzia chega me ajudando a levantar gritando por Jonatas, agora ele fica mais aqui comigo e percebo que gosta muito principalmente por se considerar meu melhor amigo.

— Menina, está gelada, meu Deus. Filho, chama o menino Edgar e um médico.

— É o sol, Luzia, não chame Edgar, não quero atrapalhar. Minha pressão abaixou, é só isso!

Jonatas pegou o celular ligando para Edgar sei que não atenderia meu pedido de não chamar ninguém. Alegra pulou no sofá ficando no meu colo lambendo minha barriga amostra pelo top que usava.

— Filha, tem quanto tempo que não menstrua? Eu sei que você e o menino são muito animados, essa velha aqui as vezes escuta, vocês não são discretos.

Que vergonha. Comecei a rir com o comentário dela mas logo fiquei nervosa com a pergunta, a última vez que fique menstruada foi na minha primeira semana aqui depois não tive nenhum período menstrual.

— Eu tirei o implante na Espanha, fiquei menstruada a três meses atrás. Luzia, eu não posso estar grávida, como vou colocar um bebê nessa loucura que é a minha vida com Edgar.

— Pare de falar assim, eu tenho certeza que é um bebê, vai vir com saúde e será a alegria dessa casa além da pequena Alegra. Não quero ouvi-la falar nenhuma palavra de maldição em cima dessa criança, entendeu? É uma benção, e eu vou cuidar dela e de você, menina. Não está pecando, o bebê será amado e não um fruto de um pecado.

Luzia me abraçou sabendo que precisava disso, ela tem uma certeza inabalável que eu muitas vezes não conseguia ter. Se realmente estiver grávida, tudo vai mudar drasticamente na minha vida, ainda assim, vou amar o meu bebê com todas as minhas forças.

Entre Sombras e Redenção (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora