Capítulo 02

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Decidido a sobreviver, finalmente pensei em um lugar para ir.

Para sobreviver em um apocalipse zumbi, era necessário matar zumbis(obviamente), e as armas poderiam ser eficazes nesse quesito. Foi pensando nisso que aproveitei a hora mais quente do dia para caminhar escondido entre os carros e motos espalhados pelas ruas.

A rua estava silenciosa, mesmo sendo um bairro pobre populoso, não havia muitos zumbis a vista, provavelmente foram mortos pelos bandidos e gângster armados do bairro, já que são muito mais fortes que a polícia.

Avistando um pequeno prédio de dois andares, não pensei duas vezes, entrando rapidamente, encontrando alguns zumbis fardados esperando ansiosamente por um cérebro para saborear.

Um deles era estritamente familiar, era o Policial Lee, famoso por trair a mulher, cuja mesma era uma senhorinha que costumava me encher de comida sempre que me via, nunca pude entender como ela continuou ao lado desse homem. Alguém tão bom, para alguém tão má.

Mesmo sem armas, eu não saí despreparado de casa, com os litros de álcool na mochila eu poderia facilmente joga-los longe para chamar atenção dos zumbis e passar facilmente — Eles eram burros demais para perceber um homem de 1,67 de altura e preferiam correr atrás de uma garrafa barulhenta, foi assim que percebi que eles eram parcialmente cegos, mas tinham uma audição aguçada — Passei ligeiramente pelo corredor, indo diretamente para o armário de armas da polícia, que confesso, foi um pouco difícil de achar.

Eu estava na merda, como meu azar pode ser tão grande?

No armário não havia nada além de uma pistola Taurus, uma granada de mão e algumas munições. Nada disso será suficiente para enfrentar todos aqueles monstros famintos por carne humana.

Foi aí que tive uma ideia — Quase — brilhante. No meu bairro, a máfia era a chefe, portanto lá deveria ter mais armas do que essa simples delegacia, eu só precisaria me esgueirar pela base deles, roubar algumas armas, e cheque mate! Matar todos os zumbis que aparecessem na minha frente.

O uso das armas não será difícil pelo fato da minha mãe ter sido policial e ter me ensinado o básico a atirar antes de falecer, então será moleza — Ou talvez não, apenas tentando para saber.

Com essa ideia em mente, recolhi rapidamente os materiais, percebendo algumas munições sumindo rapidamente na minha mão, era o mesmo fenômeno que aconteceu com as garrafas de água, mas um pouco mais forte, porém ignorei novamente, eu estava mais preocupado com não ser mordido do que saber porque algumas coisas estavam simplesmente sumindo em minhas mãos.

Parando de pensar tanto, corri silenciosamente pela delegacia e pelas ruas, me escondendo atrás dos carros novamente e atirando e chutando alguns zumbis malditos que ousavam se aproximar, às vezes quase sendo mordido, até que descobri que pular por cima dos carros era muito eficaz, havia muitos deles espalhados pelas ruas, todos juntos e desorganizados, além disso, os zumbis não conseguiam subir facilmente.

Depois de um tempo, avistei finalmente a base da máfia, como eu sabia que ali era a base? Simples, aquele velho de merda tinha dívidas de apostas enormes com a máfia e constantemente eu tinha que ir pagar com algum dinheiro que havia juntado para não morrer com uma metralhadora na cabeça, e o pagamento era justamente feito na base deles, talvez não exatamente uma base, já que era fedorenta e suja, mas talvez apenas um ponto de encontro deles.

Rapidamente cheguei a base, era um pequeno prédio, mas se distinguia facilmente das casas ao redor, aparência sinistra, pintura toda em vermelho-escuro e algumas palavras escritas, Yong Zhong — Eterna Lealdade.

Confiante que não haveria muitas pessoas(apenas zumbis) adentrei com passos silenciosos o primeiro andar, havia algumas pessoas
que me viram, mas por provavelmente acharem que
era só mais uma pessoa atrás de um ombro para se escorar, todos me ignoraram completamente.

Suspirei aliviado e segui adiante, percorrendo um longo caminho até a sala de armas, sendo um pouco mais difícil de achar, já que estava fechada com um cadeado e escondida em um porão nojento, tive que quebrar o cadeado com uma barra de ferro que estava por perto. Infelizmente não estava totalmente preenchida já que provavelmente todos no prédio já haviam retirado armas, mas com certeza tinha mais armas do que aquela pechincha de delegacia.

Assim que comecei a guardar os materiais na mochila, ouvi uma voz atrás de mim.

— O que está fazendo?

A voz era de um homem, dava para perceber pela sombra refletida na parede que ele era um pouco mais alto do que eu.

— Roubando, não é óbvio?

Respondi bufando irritado, esse cara por acaso era cego? Como ele ainda faz parte de uma máfia, sério?

Antes que ele resolvesse me atacar o chutei no peito o fazendo cair para trás, e com a mochila cheia, corri rapidamente.

Entrar havia sido muito fácil, mas talvez sair seja mais perigoso, afinal um louco correndo dentro de uma máfia não poderia ser normal, né?

Me escondi em um quarto antes que os capangas atrás de mim me pegassem.

Pude finalmente respirar aliviado, agora eu poderia bolar um plano calmamente para sair dali.

A sala estava bastante fria, como uma geladeira. Rapidamente notei alguém sentado em uma poltrona de veludo vermelho muito bonita, será que lá estava quentinho? Está realmente fazendo frio nesse quarto!

— Quem é você?

Perguntei mantendo distância, afinal não sabia se era um humano ou aqueles monstrengos lá fora.

— Você está na minha casa, não sou eu quem deveria perguntar isso?

A voz era arrepiante e imediatamente senti meu corpo tremer, e não somente pelo frio.

—Garotinho, você perdeu a língua?

Dava para notar o tom sarcástico em sua fala, confesso que segurei um monte de xingamentos nesse momento!!! Espera...se essa é casa dele significa que ele é o chefe?Oh não...esse não é meu dia de sorte....

— Parece que entrei no quarto errado senhor, peço perdão, acabei de entrar nesta família e ainda não me acostumei com as regras.

Era um pouco de exagero chamar essa grande máfia de família, mas acho que foi o suficiente para convencê-lo...

—Não fiquei sabendo que chegaram novas pessoas.

De fato a minha sorte se esvaiu completamente, e eu estava pensando em como eu iria fugir disso, mas algo estava me preocupando mais, havia gelo por todo o quarto, finas camadas, cobrindo tudo com exceção do pouco chão em que eu estava a pisar.

— Como eu disse, cheguei muito recentemente.

Notei o gelo se mexendo lentamente ao meu redor, fazendo belos padrões, era como se alguém estivesse o controlando.

Terra sem leiWhere stories live. Discover now