Capítulo 4

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— Hum... Ah! — Estalei os dedos, sorrindo. — Eles queriam me assaltar! Sim, era isso!

Ele ficou me reparando com um olhar estranho, mas logo começou a rir enquanto batia no meu ombro direito.

— Não é que faz sentido?!

— Não é?

— Para eles querem te assaltar significa que a guilda de aventureiros não está pagando muito bem — disse Sr. Alexodoro.

— Não é como se aquela guilda fosse durar muito tempo — disse Zernen. — Eles estão muito endividados para trocar gemas por moedas.

"Agora tudo faz sentido. O mau pagamento do guarda... Ele deve estar muito desesperado."

— Mas eles não tem o negócio do restaurante?

— Ah, esse negócio? Tá muito fraco!
As comidas já não tem a mesma qualidade que antes, desde que Lisha se foi.

— Oh...

— A comida dela era uma iguaria — acrescentou Sr. Alexodoro.

Isso me lembrou da comida da minha mãe. Pensar que jamais voltarei a vê-la, me deixou um pouco triste, mas acho que ela vai ficar bem. Uma boca a menos, menos despesas, menos trabalho, menos gritaria... Ah, acho que vou chorar.

— Você está bem? — questionou Zernen.

— Estou sim. — Limpei algumas lágrimas ao redor dos meus olhos. — São problemas familiares apenas.

— Nem me fale! — Zernen sorriu.  — Um dia desses, quando eu fui visitar os meus irmãos, a gente entrou numa pancadaria que fez nós todos ficarmos internados!

— Ah, entendo. — Soltei um sorriso torto.

"Como esse moleque consegue falar disso tão naturalmente?"

— Não fale com tanto orgulho, seu tolo. — O senhor Alexodoro bateu na cabeça do seu neto e ele gemeu de dor. — Sabe quanto custou a vossa recuperação, hein? A gente por pouco ia a falência... — O Sr. Alexodoro me lembrou demais o meu pai comigo. Passei as minhas preciosas duas horas ouvindo o sermão dele. Deu uma certa nostalgia ver aquilo.

Olhei para janela e o céu estava num tom laranja. O entardecer havia começado e o meu tão aguardado encontro com o Faisal havia chegado.

Nessa noite, eu direi adeus a pobreza e bom dia a uma vida de rico na minha própria mansão, assim como eu mereço. Se bem que isso só durará dois meses, porque eu é que não vou querer ficar aqui quando a invasão chegar.

Vou usar a renda mensal que o Faisal me der para comprar uma carruagem, mantimentos que durem dias, armas e poções mágicas.

"Sabiá decisão, Jarves. É assim como se pensa."

Balancei a cabeça positivamente com um sorriso. No entanto, havia algo que ainda me incomodava... A personalidade do Faisal. No livro, ele não era alguém que deixava algo barato. Com toda certeza essa noite ele tentará algo. Terei que assegurar a minha vida antes de tudo e selar de uma vez o nosso acordo.

E eu acabei de ter uma ideia agora mesmo.

— Zernen.

— Hum?

— Você poderia me acompanhar a mansão dos Stein?

— O que vai fazer lá?

— Negócios.

— Opa! Se tem dinheiro, estou dentro!

— Ah — suspirei, não me lembrava dele ter sido tão ganancioso assim na série. — Não espere muito dinheiro.

Renasci só para mudar o final da História Onde as histórias ganham vida. Descobre agora