Blue | Matt Smith

ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ 9

Após turbulentas horas de voo, o avião finalmente pousa em solo italiano. Blue desce primeiro, ansiosa para finalmente pisar em solo firme, ela se sente segura somente quando está longe do avião, respirando fundo e controlando a sua respiração. Mesmo sabendo que poderia demorar, a loira, em sua mente ansiosa, já pensa em como será a volta para casa, será que ela poderia optar por voltar de carro?

Blue ainda se sente enjoada enquanto prende seu cabelo em um rabo de cavalo e tenta controlar sua respiração, ela observa a paisagem ao seu redor pela primeira vez. Eles não estão em um aeroporto tradicional, é possível ver o mar atrás deles e uma longa vegetação até uma imensa casa branca ser vista, a vegetação é bem cuidada e extremamente verde, as folhas balançam devagar com o vento e o sol brilha intensamente apesar do frio.

— Onde estamos? — Blue pergunta, se aproximando do loiro que acende um novo cigarro.

— Capri — Matt responde.

O local é exuberante e a loira mal podia esperar para conhecer mais o local. Matt põe um óculos escuro e se aproxima, Blue recua alguns passos e cruza os braços, não querendo está próxima dele em um espaço tão grande.

Alguns minutos depois um carro se aproxima, é um carro grande e branco, claramente de luxo. O carro estaciona e um casal desce, o homem usa um terno branco, é moreno e tem uma pele levemente bronzeada, seus olhos são azuis claros e ele possui uma barba rala e grisalha. Ele facilmente teria em torno dos trinta anos, mas com certeza atrai diversos olhares por onde passasse. Ao seu lado, uma mulher caminha em um salto alto, ficando quase na mesma altura do homem. Ela tem um cabelo preto longo e usa uma roupa também branca com uma saia longa. Blue acha aquele estilo de roupas bem incomum, principalmente por eles combinarem, ela não deixa de notar que a mulher usa uma aliança fina com uma delicada pedra e o homem uma aliança grossa da mesma cor.

Blue olha novamente para a mulher, tentando encontrar nela algum sinal de tristeza, algo que pudesse mostrar que ela é igual a si própria, presa em um casamento infeliz, mas não vê nada. Muito pelo contrário, ela parece feliz, eles estão de mãos dadas e a mulher tem um imenso sorriso no rosto, não parecendo nem um pouco desconfortável com o toque.

— Matthew Smith! — O homem diz e estende a mão.

Matt o cumprimenta sorrindo.

— Coppola!

— Pare com as formalidades, você sabe que pode me chamar de Vittorino.. — ele diz. — Matt, está é minha esposa, Maia!

Matt estende a mão e cumprimenta a garota, beijando sua mão, com aquele estúpido sorriso pequeno no rosto. Maia sorri, um sorriso pequeno que faz uma covinha aparecer em sua bochecha e desvia o olhar envergonhada. Blue não deixa de notar como ela está confortável enquanto o homem passa o braço ao redor de sua cintura e ela sorri para ele. Se aquilo era teatro, ou verdade, Blue talvez nunca saberá dizer, mas ela olha para Matt e o vê sorrindo, um sorriso de cafajeste, e se questiona se algum dia ele poderia amá-la, será que algum dia ele já havia amado alguém?

— Vamos entrar? O jantar daqui a pouco será servido — Vittorino fala.

Ele gesticula com a mão e o homem atrás dele abre a porta do carro, Maia o acompanha para dentro do carro e eles fecham a porta. Em seguida, outro carro aparece, um segundo homem de terno abre a porta e os dois entram. Matt senta próximo à janela e a abre, jogando seu cigarro para fora e a deixando aberta enquanto o carro se move. Ele a fecha somente quando todo o cheiro do cigarro desaparece de dentro do carro, Blue arqueia a sobrancelha com aquela atitude.

O carro faz um percurso tranquilo por uma estrada extremamente bem cuidada e com a vegetação rasteira intensamente verde e sem nenhum defeito. O cenário permanece o mesmo até eles pararem em frente a uma enorme casa branca com colunas imensas e com janelas de vidro. Ela parecia ainda maior do que vista de longe. Os carros param e eles descem e acompanham o casal, Matt e Vittorino seguem para uma direção oposta, Maia e Blue ficam na sala em um silêncio constrangedor.