𝗫𝗫𝗩𝗜𝗜

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No laboratório havia alguns sons inconfundíveis, como o pinga pinga da água que caia da infiltração no teto, o ranger das palhetas da ventilação, os barulhos dos objetos de tortura que se batiam um contra o outro enquanto Mahito os jogava contra a mesa, por fim, os dentes trêmulos da S/n que se chocavam causando um barulho repetitivo irritante. O homem deslizava os seus dedos sobre os objetos, escolhendo cada um cuidadosamente, até que sua escolha foi um utensilio de tortura feito de metal, o mesmo parecia bastante com um anzol.

— O que vai fazer com isso? — S/n pergunta sentindo o ar deixar os seus pulmões, os olhos da mulher encontravam-se tão arregalados que daria a impressão que pulariam para fora.

— Isso... as pessoas geralmente usam para destrinchar carne, e acho que irei fazer o mesmo com você, quero que o seu rostinho fique tão desfigurado quanto o meu. — Mahito vocifera se aproximando.

— Não faça isso.

— Você não dá ordens aqui. — Mahito expressa posicionando a ponta do anzol no rosto da mulher, ela fura a bochecha de S/n a deixando com dor e desconforto, o sangue escorre pela lateral o que a deixa mais nervosa. — Eu posso fazer o que quiser com você agora S/n.

— MAHITO! — a voz masculina atravessa o laboratório como um raio, tão agudo e estrondoso que assusta S/n deixando o corte mais profundo. Mahito se afasta instantaneamente quando observa Geto caminhando em sua direção com uma faceta ameaçadora. — O que você está fazendo?!

— A S/n tentou escapar, estava a ensinando a lição que deveria. — Mahito vocifera dando passos para trás enquanto Suguru se posiciona a frente da mulher que chora ao saber que teria alguém que confiava levemente naquele lugar. Os olhos do moreno arregalaram-se quando observou o estado dos pés da mesma junto ao sangue que escorria escuro em seu rosto.

— Não acha que o que fez já é o bastante? Ainda não teve a sua vingança Mahito? Você ainda quer mais?! — Geto vocifera extremamente chateado, tanto que Mahito lançou para longe a ferramenta de tortura que usaria na mulher. — Não acha que prender Nanami, sequestrar a S/n e a obrigar a trabalhar todos os dias não é o bastante? Agora como ela irá fazer os serviços diários? Como irá cozinhar com esses pés?! 

— Iremos colocar uma cadeira com rodas, isso não será motivo para parar a produção, infelizmente você é inútil demais para aprender como comandar essa cozinha. — Mahito agarra o rosto de S/n o balançando de um lado para o outro molhando os seus dedos com o sangue da mulher. — Limpe essa bagunça e não atrapalhe a minha produção. — o homem se a fasta soltando o rosto da mesma com força a fazendo morder os lábios, Mahito já havia deixado o laboratório quando Geto se aproximou retirando as amarras da mulher.

— Me desculpe, me desculpe. — Suguru implora enquanto a encara nos olhos, S/n não teve outra reação a não ser o abraçar, suas mãos agarraram a blusa azul marinho do homem que sentiu sua respiração oscilar, o peso em suas costas caiu. — Vamos, eu preciso cuidar disso.

Os tornozelos da mulher foram enfaixados com uma bandagem velha que havia restado do incidente do rosto do Mahito, Geto tomava o maior cuidado para não piorar a situação da S/n, ele queria que ela melhorasse logo, seria questão de tempo até Mahito se livrar dela. Infelizmente depois do ocorrido, todos na casa apostariam que a S/n não tentaria escapar novamente, se Geto não tivesse aparecido antes, ela estaria sem a pele do rosto nesse exato momento.

Na manhã seguinte S/n empurrava os balcões para se locomover de um lado para o outro com a cadeira giratória, ela se sentia mais cansada, a força em seu braços era maior que o habitual, e por não se alimentar como deve, suas energias acabam rápido. Suguru percebeu todo o seu esforço, então tentava pegar os materiais que a mesma precisava antes que usasse sua força para chegar até o outro lado do laboratório.

𝗖𝗢𝗡𝗧𝗥𝗔𝗧𝗢 𝗗𝗘 𝗛𝗢𝗡𝗥𝗔 - 𝗡𝗮𝗻𝗮𝗺𝗶 𝗞𝗲𝗻𝘁𝗼Where stories live. Discover now