seven

867 57 67
                                    

05/12/2023

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

05/12/2023

꒰⁠⑅⁠ᵕ⁠༚⁠ᵕ⁠꒱⁠˖⁠♡

Último treino do São Paulo na temporada de 2023. No entanto, ao invés de acompanhar as postagens pelo Twitter e pelo Instagram, eu estava a caminho do CT para ver tudo de perto. Eu me sentia uma criança prestes a visitar a Disney ou ir à praia pela primeira vez. 

Meu pai, no volante, não conseguia parar de falar do São Paulo para mim e para Dora, que estávamos no banco de trás. De como foi a emoção de conquistar dois mundiais seguidos. De como o Rogério Ceni é o melhor goleiro da história. Como se a gente já não tivesse escutado ele falar de tudo isso mil vezes. 

Todos nós usávamos camisetas do São Paulo, óbvio, e claro que eu estava com a minha camiseta de quase oito anos de idade que tinha o nome do Calleri escrito atrás. Eu só a usava em ocasiões importantes, como a final da Copa do Brasil. Bom, aquela ocasião era quase tão importante quanto conquistar um título inédito.

Meu pai encontrou um estacionamento próximo ao CT e, depois de deixarmos o carro lá, percorremos o resto do caminho à pé. Então, como se não fosse nada demais, lá estávamos nós parados em frente ao CT do São Paulo na hora marcada.

Mas não éramos os únicos que estavam lá. Um grupo de uns quinze são paulinos também parecia aguardar alguma coisa. Meu pai, que era bem mais extrovertido que eu, perguntou a uma mulher que estava com um bandeirão do São Paulo nas costas e dois meninos pequenos, provavelmente gêmeos e que não deviam ter mais que dez anos, se eles estavam lá para visitar o CT também.

— Sim! — ela sorriu. — Meus filhos gravam vídeos pro TikTok falando do São Paulo. Convidaram a gente pra conhecer o time.

Por um momento, o sorriso que estava plantado na minha cara desapareceu.

Que estupidez a minha achar que aquele seria um momento único, apenas meu, da minha amiga e do meu pai. Mesmo que ninguém ali soubesse que eu achava aquilo, eu me senti envergonhada a ponto de querer me recolher no chão feito um tatu-bola.

Droga, por que aquilo tinha me deixado tão afetada?

Enfim, vida que segue. Não seria um momento só meu, mas seria um pouco meu também; respirei fundo e tentei abraçar essa mentalidade enquanto meu pai e Dora faziam amizade com os outros são paulinos.

Alguns minutos depois, um funcionário do CT apareceu para checar nossos RGs e liberar a nossa entrada. Um a um, fomos atravessando o portão e adentrando aquele enorme espaço, repleto de árvores ao redor. Era aconchegante, eu moraria ali facilmente.

Recebemos algumas instruções desse funcionário e ele nos disse que, após o treino, haveria lanche de cortesia para nós. Fiquei feliz de saber, afinal comida grátis sempre me animava não importava as circunstâncias.

ESSAY GIRL • Jonathan CalleriOnde histórias criam vida. Descubra agora