Capítulo 8

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Abby caminhava injuriada para dentro de casa. Sentia-se extremamente frustrada.

Sabia que o que o conde queria não ia ser bom para ela. Apesar de ser apenas uma plebeia, ela presava por sua reputação.

E além disso, é pecado, imoral, sujo. Quando se deitasse com alguém queria que fosse sincero e tivesse amor.

Mas ao mesmo tempo que achava tudo isso errado, também sentia vontade de ceder e simplesmente dizer "sim".

Ansiava em cada parte do seu corpo ser amada. 

Como era irritante esse sentimento de querer tanto fazer algo, mas não poder. Quando já estava quase alcançando a porta da cozinha Abby sentiu seu braço ser puxado, perdendo o equilibrio ela  apoiou-se em George que a segurou primeiramente pelo braço, mas logo a segurou pela cintura. 

Abby estava inebriada pelo toque do conde, sentia como se fossem pequenos choques em sua barriga, sentia seu rosto esquentando e seu coração parecia que ia sair do peito. 

— Me desculpe! — falou o conde e passou seu outro braço pela cintura dela, fazendo uma espécie de abraço, Abby continuava estática ainda apreciando as sensações do toque dele. 

— Srta. Jones! — Abby desperta do seu devaneio e olha embaraçada para o conde.

—O que disse? — ela evitava o olhar dele, mas ele continuava a encarar. Soltando sua cintura e agarrando o rosto dela com as duas mãos a fazendo olhar para seus olhos, disse:

— Eu gostaria que me desculpasse, srta. Jones! A proposta que fiz foi totalmente inadequada e gostaria que começássemos  de novo - ao ouvir a palavra "inadequada" saindo da boca do conde ela tomou consciência que as sensações delirantes que estava sentindo se devia justamente ao toque inadequado dele. Desvencilhando-se do seu contato respondeu. 

— Sem problemas, vossa graça! Está tudo no passado, tudo mesmo — dando um sorrisinho sem graça tentou sair, mas ele a impediu. 

— Espere! Eu gostaria de reformular minha proposta. Eu quero a cortejar! — Abby paralisou estupefata. Ele pega novamente a mão dela e beija delicadamente. 

— Eu.. Err — Abby não sabia o que responder e balbuciou mais algumas coisas, mas passou tempo demais apenas olhando para ele em silêncio ainda processando o que ele dissera. 

George estava tenso. Não imaginara naquela manhã quando pediu que preparassem a surpresa no jardim que iria pedir para a cortejar, mas só queria ficar com ela e não importava como isso iria acontecer.  Já não aguentando o silêncio pegou a mão dela e acariciou lentamente  e disse. 

— Peço que pense com carinho, senhorita. Sei que pode parecer meio rápido demais, contudo estou realmente encantado. 

[...] 

Abby se encontrava na cozinha descascando verduras para o jantar, era uma atividade entediante, porém ela estava usando aquele tempo para pensar. 

Ninguém nunca tinha se interessado por ela antes, nunca mesmo. E se tivessem ela nunca percebeu, mas sinceramente achava dificil que isso tivesse acontecido algumas vez .

Rindo consigo mesma pensou que justo o primeiro que se interessava era um conde. Simplesmente um conde! Se fosse se deixar levar pelo o seu lado emocional e fantasioso sabia que iria dizer "Sim! Por favor, me corteje!", contudo a vida era uma professora excelente e não poderia se deixar levar assim. 

Sendo franca consigo mesma pensou: sou apenas uma empregada, sem estudo ou riquezas, se fosse outra pessoa poderia deixar-se pensar que foi a sua beleza que atraiu o conde de Berkshire, mas sabia que não era uma beldade. Tinha sua mancha que amaldiçoou toda a sua existência e mesmo sem ela os anos de trabalho duro tinha tirado o frescor da juventude. 

E pensou em algo terrível. Talvez ele só queria um casinho fácil. Agora estava amarga e supunha consigo mesma que ele devia achar sua aparência tão terrível que imaginou que ela estava tão carente que aceitaria qualquer migalha de afeto. 

Pelo o que sabia da mente masculina, o que não era muita coisa, eles não se muito importavam com a aparência durante o ato, então, ele só queria aliviar sua necessidade fisiológica básica de homem, revirou os olhos ao pensar nisso. 

Gritinhos animados a tiraram de seu desatino e olhou para as outras empregadas. Não eram muitas. De início, quando veio pedir emprego achava que deveriam existir milhares de empregados, mas eram no máximo 50. Isso junto ao fato da casa do conde ser mais ou menos pequena a levava a supor que o conde não tinha muito dinheiro. Não que pensasse nisso com frequência. 

Prestou atenção no que as outras empregadas estavam dizendo. 

— Ele é tão lindo! — disse Odete. Ela era uma mulher muito baixinha e fazia Abby se sentir uma gigante ao seu lado. 

— Sim! Mas não é como se ele fosse se interessar por você! Desse tamanhinho ele teria que ficar de joelhos só para beijar essa sua cara feia — disse rindo Marisa, que era outra empregada da casa do conde.  Arquejando ofendida Odete balançou a mão na frente do próprio corpo e disse.

— Não se interessaria? Rá! Aposto que eu conseguiria algo com ele, diferente de você com esse corpo magricelo. Homens como ele gostam de ter onde tocar, meu bem! — quando Marisa já ia retrucar Thabita, outra empregada, a interrompe. 

— Por favor, senhoras, tenham mais respeito por si próprias! E entre todas aqui, é obvio que ele me escolheria. Eu sou jovem, bonita e divertida — Odete e Marisa mesmo a contragosto concordam com ela. 

Abby sentia vontade de perguntar de quem elas estavam falando e em um passo de coragem pergunta. Odete é quem responde. 

— Estamos falando do sr. O'Connor. Ele é um fazendeiro da região. 

— Nunca ouvi falar — Abby pensou que fosse por não ter outra amiga além da irmã, as duas não tinham como saber dessas fofocas bobas sendo tão antissociais, pelo menos da sua parte. 

— Pois está muito desatualizada, senhorita! Todo mundo já ouvi falar da produção dele que cresce a cada ano, se não sabem disso sabem da fama do negócio dele — disse Marisa rindo. 

Abby não tinha entendido de primeira, mas depois de ver Odete e Thabita rindo ela se tocou que Marisa não estava falando de comércio. Ela riu sem graça.  

Thabita se encostou na mesa da cozinha, curvou a cabeça, deu um sorriso maldoso e disse. 

— Você bem que podia dá umas voltas comigo quando o O'Connor tiver por aqui, Abigail. Aposto que você me ajudaria a parecer mais bonita aos olhos dele — rindo pegou uma maçã na cesta da mesa e saiu da cozinha. 

Abby deu um sorriso sem graça para Marisa e Odete que logo esqueceram que ela estava ali e continuaram a conversar. 

Por dentro Abby se sentia pior do que estava antes. 

Oiii, gente! Como cês tão? Espero que tenham gostado do capítulo de hj. Deixe sua estrelinha e comenta o que tá achando e sua expectativas para os próximos capítulos. 

Que Jesus te proteja, um beijo e até o próximo sábado!!!!! :)

Renascer do Amor - Nicolle SouzaOnde histórias criam vida. Descubra agora