I.

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Reencontro.

— Tudo pronto Piso? — Perguntei ao garoto, colocando a minha escova de dente junto com a nécessaire. Eu me sinto um pouco ansioso, apesar de amar holofotes, ser monitorado a qualquer momento é um grande desafio.

— Tudo sim, já terminei. — Ele sorriu, segurando apenas uma pequena mochila em suas mãos. Ele vai conseguir sobreviver só com isso? Impossível...

— Só?

— Ah por favor Karl, nem todo mundo precisa de uma mala inteira de coisas como você, se aquieta. — Ele debochou, deixando sua mochila em cima do sofá, dei uma risadinha sarcástica e terminei de fechar minha grande mala. Em breve, vamos cair na estrada logo para esse tal Show, e como vai ser um show.

— Você não se sente estranho? — Piso logo tira sua dúvida, não consigo compreender por inteiro sua questão, mas em cima disso, o questionei de volta.

— Como assim?

— Você vai passar quase um mês com o seu ex, e todos, a todo momento, estarão de olho na relação de vocês, isso não te amedronta nem um pouco? — A questão de Coy me complica também. Eu sei que no começo vai ser difícil, ainda guardo um leve rancor insuperável dele.

— Ah sim, um pouco. Mas somos maduros, e tudo o que vivemos está no passado Piso, ele deixou claro isso em sua live. — Respondi tranquilo, mas surtando por dentro. Encostei meu corpo levemente na mala, descansando.

— O que ele disse na live?

— Ah, o que ele não disse é a questão! Mandaram uma pergunta se ele voltaria comigo né, e ele deu um show, dizendo que não ia cometer o mesmo erro duas vezes, e que ele se importa consigo mesmo e deixou de ser tonto e acreditar que amor existe.  — Comento dando risadas curtas durante as questões, é realmente engraçado o quanto um simples pergunta que poderia ser respondida com um "não" pra ele foi o fim do mundo. Sempre muito dramático, não posso negar.

— Oh! Se superou mesmo vamos ver agora, tenho certeza que você vai sair fazendo fila pra beijar na boca. — Piso soa malicioso na voz, fico envergonhado e uso um travesseiro como defesa, tacando nele.

— Eu não! Só vai ter os feinhos.

— Feinhos? Foolish, Spreen, Nolan, e você diz feinhos...eu te conheço Karl, quando você quer esquecer alguém, você faz de tudo, tudo mesmo.

— "Esquecer"? Já esqueci querido, se enxerga. — Olho para ele com certa cara de nojo. Entendemos essa ironia e nosso humor ácido, não é algo que nos afeta mais de tanto que fazemos zueiras com a cara um do outro.

— Vamos já subindo? — Sugeriu ele, assenti e pegamos nossas malas indo para a entrada de casa. Lá esperamos o carro da empresa de Austin nos buscar e nos levar até a casa.

O que não tardou muito.

Entramos no automóvel e decidimos manter silêncio, escutei música e refleti em silêncio como me sentia diante essa futura situação, encaro isso como diversão durante 2 meses, apesar do monitoramento constante, isso não vai me impedir de aproveitar cada mísero segundo, e que se foda o Sapnap!

Ele paga tanto de superado, mas só consegue espectadores se falar sobre a nossa relação. Duvido que ele tenha me superado! Não soando arrogante, mas eu sou inesquecível, porém ele é totalmente esquecível, e quero ele e todos aqueles maníacos bem longe de mim. Não vou tratar ele com indiferença é claro, mas não me sinto em total conforto de cultivar uma relação. É hora de cada um seguir seu caminho, isso não vai matar.

Ao olhar pela janela, observo a casa enorme e alguns carros dos outros streamers parados em sua frente. Balancei Piso acordando ele levemente, na tela a frente do carro passava a transmissão da entrada dos criadores, Quackity acenava para as câmeras e se juntava no jardim, onde os outros também estavam, onde Sapnap estava.

✮ 𝐌𝚢 𝚋𝚎𝚊𝚞𝚝𝚒𝚏𝚞𝚕 𝚎𝚌𝚜𝚝𝚊𝚜𝚢.Onde histórias criam vida. Descubra agora