𝐓𝐇𝐄 𝐅𝐎𝐑𝐆𝐎𝐓𝐓𝐄𝐍 𝐃𝐀𝐔𝐆𝐇𝐓𝐄𝐑 - 𝐇𝐃𝐎

002.

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O ÔNIBUS NOS DEIXOU na porta de uma grande construção de reboco avermelhado, que parecia um museu, no meio do nada. Um vento frio soprava no deserto, me fazendo agradecer mentalmente pela a escolha da roupa de hoje.

— Então, vamos a um curso intensivo para quem sofre de amnésia — disse Leo em tom solícito, o que deu a Jason a impressão de que aquilo não ia ajudar em nada.

— Nós frequentamos a "Escola da Vida Selvagem". — Começou Leo, fazendo sinais de aspas com os dedos. — Isso significa que somos "adolescentes malvados". Sua família, a justiça ou sei lá quem decidiu que você criava problemas demais.

— Por isso, você foi mandado para esta adorável prisão... quer dizer, "internato"... em Armpit, Nevada, onde você aprende coisas valiosas para a vida ao ar livre, como correr dezesseis quilômetros por campos de cactos ou tecer chapéus com margaridas! — Continuei.

— E, como prêmio, fazemos excursões "educativas" com o treinador Hedge, que mantém a ordem usando um bastão de beisebol. Está se lembrando de tudo agora? — Leo finalizou.

— Não — respondeu Jason, olhando apreensivo para os outros jovens.

Leo revirou os olhos.

— Você quer mesmo seguir com esse joguinho, né? Certo. Nós três entramos aqui juntos, este ano. Delphine entrou tem cinco anos. Apesar disso, somos muito unidos. Você faz tudo o que eu digo, me dá sua sobremesa, faz minhas tarefas...

— Leo! — Eu e Piper o repreendemos.

— O.k., ignore a última parte. Mas nós somos amigos. Bem... Piper é um pouco mais que sua amiga, nas últimas semanas...

— Leo, pare! — disse Piper, com o rosto vermelho, assim como Jason.

— Se você realmente não se lembra de nada, deveríamos fazer algo sobre isso. — Eu disse, olhando ao redor.

— Ele está com amnésia ou algo do tipo — disse Piper. — Precisamos avisar a alguém.

Leo debochou.

— A quem? Ao treinador? Ele vai tentar resolver o problema dando uma pancada na cabeça de Jason.

O treinador estava à frente do grupo, gritando ordens e apitando na tentativa de mantê-los em fila; mas não parava de olhar para Jason e fazer cara feia.

— Leo, Jason precisa de ajuda — insistiu Piper. — Ele deve ter sofrido uma concussão ou...

— E aí, Piper? — Um dos garotos se aproximou enquanto eles entravam no museu, enfiou-se entre Jason e Piper e quase derrubou Leo e eu no chão. — Não fique conversando com esses manés. Você é meu par, lembra?

Se Dylan tivesse um hateclube oficial, eu com certeza seria a fundadora dele.
Ainda mais depois que ele havia tentado me beijar outro dia.

— Saia daqui, Dylan — disse Piper. — Eu não pedi para ser seu par.

— Ah, não mesmo. Mas hoje é seu dia de sorte! — disse Dylan, dando o braço a Piper e conduzindo-a à entrada do museu.

Ela deu uma última olhada por cima do ombro, como se pedisse socorro.

Leo se ajeitou e então virou-se para nós.

— Odeio esse cara. — Ele ofereceu o braço a Jason, como se fosse para entrarem juntos. — "Eu sou Dylan, sou cool, queria namorar comigo mesmo, mas não sei como! Por que, então, você não me namora? Que sortuda!"