𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 21

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CAPÍTULO 21

Agora

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Desviando de rochas, materiais em combustão e um irmão super poderoso, nós corremos para fora da Academia. Estou apertando a mão de Cinco com toda a minha força, tendo a certeza de que ele está comigo para onde formos. Conseguimos achar uma saída e, assim que pisamos na rua, recuperamos nosso fôlego longe da nuvem de poeira.

— Você está bem? — Eu pergunto para Cinco, que balança a cabeça, mesmo tossindo muito.

A alguns metros daqui, escuto as vozes de Klaus e Diego chamarem pela nossa mãe. Procuro por eles. Os dois estavam no beco ao lado da Academia, e gritavam para Grace escutar andares acima.

— Sai daí, mãe! — Diego exclama, desesperado.

No entanto, a estrutura começa a ceder. Diego tenta entrar para salvar nossa mãe, mas os meninos não deixam. Assistimos lenta e dolorosamente os escombros caírem em cima dela. Vemos ela morrer pela segunda vez.

— Diego, ela se foi — Klaus diz, contento o irmão.

A Academia vai ao chão em poucos minutos. Aconteceu tudo tão rápido. Eu estava em meu quarto, depois estava à beira da morte e agora estou no meio da rua assistindo o lar de tantas memórias virar pó. Memórias boas e ruins. Nunca mais vou poder visitá-las novamente.

— Onde está Allison? Luther? Pogo? — Eu pergunto, olhando ao redor, tentando enxergar através da poeira. Tenho receio de Allison estar presa em algum lugar e não ter como pedir socorro.

— O Pogo está morto — Luther aparece, de repente. Me alivia ver Allison ao seu lado, viva e bem.

— O quê?

— Ele matou. Vimos Viktor matar o Pogo antes de sairmos.

— A mamãe e agora o Pogo? — Klaus questiona, retoricamente, com dor em sua voz.

É tudo tão irreal que eu mal consigo aceitar que essa é a minha nova realidade. Pogo, que sempre nos tratou tão bem, até melhor que nosso próprio pai, está morto, sem que tenhamos chance de nos despedir. A mesma coisa com a nossa mãe. Eu não sei o que pensar. Cinco anda apressadamente até a caixa de correspondência, tirando o jornal lá de dentro.

— Pessoal, o apocalipse ainda vai acontecer. O mundo acaba hoje — Ele diz. Um suspiro coletivo de desaprovação surge.

— Pensei que tinha acabado — Luther reclama.

— Eu errei, tá bom? Eu achei esse jornal no futuro no dia em que eu fiquei preso. A manchete é a mesma.

— Não, isso não quer dizer nada. O tempo pode ter sido alterado desde que esse jornal saiu de manhã — Diego contesta. Surpreendentemente eu concordo com ele.

— Você não tá me ouvindo. Quando eu achei esse jornal, deduzi que esse lugar tinha desabado com o resto. Mas nós estamos aqui, a Lua ainda tá brilhando, a Terra tá intacta, só a Academia que não.

— Confuso, hein?

— Então me escuta, seu idiota. O Viktor destrói a Academia antes do apocalipse. Eu pensei que o Harold Jenkins fosse a causa, mas ele era o estopim, o Viktor é a bomba. Viktor causa o apocalipse.

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Pelo helicóptero que sobrevoou a Academia, tivemos que fugir da cena. Nosso ponto de encontro foi o boliche. Entrei no meu carro, dando carona para os meninos. Desde o dia em que eles ficaram de castigo coletivo, nunca os vi tão quietos por tanto tempo.

𝐒𝐞𝐠𝐫𝐞𝐝𝐨 𝐀𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨𝐫𝐚𝐥 - The Umbrella AcademyOnde histórias criam vida. Descubra agora