𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 34

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CAPÍTULO 34

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Nós nos entreolhamos, confusos. Até Klaus levantou sua cabeça do travesseiro para assistir a cena.

— Como assim? Ela te ligou? — Cinco pergunta, as sobrancelhas franzidas. Diego balança a cabeça, apertando os olhos porque devem estar secos pela noite mal dormida.

— Sim. Tá chorando muito, e dizendo que quer falar com você.

Como se fosse possível, Cinco junta ainda mais suas sobrancelhas.

— Comigo? Ela nem me conhece.

— Estranho, né? — Diego diz, e seu olhar nos mostrou tudo o que pode estar acontecendo do outro lado da linha. — Vai lá, ela ainda tá esperando.

Cinco, num pulo, vira-se em direção à porta e segue pelo corredor. Bastam cinco segundos para ele lembrar que é meu guarda-costas e voltar, me puxando pelo antebraço. Depressa, descemos até a recepção, e Cinco pergunta se há algum telefone na linha. O recepcionista julga nosso estado de urgência e aponta para o telefone na parede, com o fio balançando de um lado para o outro.

Sem pensar duas vezes, Cinco pega o telefone, esperando conversar com a sobrinha e entender o que se passa por lá.

— Alô? — diz ele. Sua expressão faz um leve traço de surpresa enquanto trava a sua mandíbula. — Sim, sou eu. — Ele fica em silêncio. Por muito tempo. Eu escuto a voz sair pelo telefone, mas não consigo entender o que diz, nem quando eu chego mais perto. — Certo, eu vou estar lá. Passa o telefone, quero falar com ela.

Cinco olha de lado para mim, esperando ouvir outra voz no telefone.

— Oi, sou eu. Você tá bem? — Ele faz uma pausa. — Eu e a sua tia Amber vamos te buscar. Obedece a eles, beleza?

Ele balança a cabeça, fazendo um som com a garganta, e então coloca o telefone de volta no gancho. Eu estou totalmente confusa. E fico ainda mais quando ele enrola seus braços em minha cintura, apoiando sua cabeça em meu ombro.

— O que ela falou? — eu pergunto.

— Estão com ela, Amber. Se vestiram de palhaços coloridos e pegaram ela. Ela está bem, não sabe que é um sequestro, mas não vai durar muito tempo.

— O quê?! Como eles tiveram corag… — Eu me altero, tentando me afastar dele só para compartilharmos da mesma indignação. No entanto, ele prende ainda mais o meu corpo ao dele.

— Não se mexe. Estou vendo se algum deles está aqui.

— Ah…

Então é para isso que serviu sua cabeça em meu ombro. Dado o tempo de ele mapear o salão inteiro em busca de traços familiares de antigos colegas, ele agarra a minha mão e usa seu teletransporte para nos levar ao quarto dos meninos.

O ambiente me pega de surpresa. Diego está sem camisa, colocando suas calças enquanto pula num pé só, e atrás está Klaus, de frente para a janela, de onde vem um barulho não muito agradável.

— Ah, por favor! O banheiro é aqui no corredor, cara — eu falo, com o maior tom de desgosto que posso expressar. Ser a única mulher entre eles sempre foi um castigo.

— Depois vocês discutem. Claire está em perigo. Se arrumem porque vamos encontrá-la. — Cinco diz, aguardando com as mãos no quadril. — Onde está Viktor?

— No ensaio. Disse que depois vai pra casa dele.

— Ótimo. É melhor assim. A Comissão não vai tocar nele.

𝐒𝐞𝐠𝐫𝐞𝐝𝐨 𝐀𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨𝐫𝐚𝐥 - The Umbrella AcademyOnde histórias criam vida. Descubra agora