⠀⠀𝘃𝗶𝗴𝗲́𝘀𝗶𝗺𝗼 𝗾𝘂𝗶𝗻𝘁𝗼

73 10 70
                                    

O estádio estava a compor-se aos poucos, os adeptos de ambas as equipas estavam a ocupar os seus devidos lugares. O jovem guarda redes sentia-se nervoso para a partida daquela manhã. Ele recordava-se da conversa que tivera na noite anterior com os amigos em sua casa. Talvez não fosse certo fazer aquilo visto que nunca tinha falado com a rapariga em questão, mas ele sentia que era o certo e também porque lhe diziam que tentar não custava nada.

"André, convida-a para sair. Aposto que ela não vai dizer que não.", essas eram as palavras que lhe invadiam a mente a cada passo que ele dava para o relvado. O aquecimento deveria ser um momento para ele se focar no jogo em questão e não numa rapariga de cabelos castanhos que, por alguma razão, estava a assombrar os pensamentos todos. 
O natural de Ponte de Lima aquecia sossegado, tentando não olhar para as bancadas que estavam próximas dos bancos de suplentes. Ele queria olhar, mas ao mesmo tempo não tinha vontade porque poderia arrepender-se daquilo.

Constança encontrava-se a percorrer o caminho até ao seu lugar. Junto a si estavam Matilde e Eva, as suas companheiras para tudo. Elas tinham combinado ir ao jogo já que nenhuma tinha planos para aquele fim de semana, por isso decidiram até Moreira de Cónegos para assistirem à partida entre o Moreirense e o Benfica B. Era um jogo complicado já que os da casa tinha experiência de primeira liga e, claramente, eles queriam regressar à mesma. Assim que as três encontraram os lugares indicados no bilhete de cada uma sentaram-se e o olhar de Constança pouso na zona onde os guardas redes estavam.

― Já estás a olhar pro namorado? ― Eva questionou Constança assim que notou que a amiga olhou para os guarda redes.

― Não estou a olhar para ninguém. ― ela resmunga, desviando o olhar. ― Além disso, estava a olhar para o aquecimento e não propriamente para ele.

― Claro que não e nós nascemos ontem, minha cara amiga ― Matilde diz batendo, na brincadeira, no ombro da estudante de Psicologia. ― Nós sabemos que o estavas a procurar e já agora ele sabe que vieste?

― Não, mas também iria dizer-lhe porquê? Não somos propriamente amigos. ― A herdeira dos Vieira profere e cruza os braços fazendo as amigas rirem. ― Vocês adoram-me tanto não hajam dúvidas.

― Nós adoramos irritar-te o assunto André, porque claramente provoca-te alguma coisa, mas também queremos que saibas que estamos a brincar contigo e caso não queiras nós paramos. ― Matti diz à prima de Fábio Vieira.

― Eu sei disso e por isso é que não me importo que façam essas brincadeiras. Até porque fazemos o mesmo em relação à Eva e ao António. ― Constança diz olhando a 'não' namorada do número quatro do Benfica.

― Pronto, já estava a achar estranho não me meterem no meio na conversa. ― Eva resmunga e revira os olhos. ― Não há nada para falar sobre mim e o António. Estamos normais, continuamos amigos como dantes e somos apenas isso.

― Claro que o são. ― Matti profere rindo. ― Vocês ainda conseguem ser piores que a Constança e o André.

― Nós temos que te arranjar alguém para ver se também sofres. ― Eva diz a Matilde.

― Talvez eu já tenha e vocês apenas não sabem. ― Matilde diz, encolhendo os ombros. ― Olha Constança o teu homem está a olhar para aqui, diz-lhe olá.

Constança revira os olhos e olha, por segundos, para o relvado. Era a primeira vez que olhava para André sem ser através de um ecrã, o seu interior estava uma enorme confusão por conta das borboletas que cresciam na sua barriga. A universitária nunca pensou vir a sentir isto por alguém, bem ela já apaixonou-se, mas não intensamente. 

𝗰𝗮𝗻𝘁𝗮𝗱𝗮𝘀, a. gomesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora