capítulo 2

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Xiao Zhan e Haikuan passaram a maior parte da tarde comentando sobre como deve estar sendo o encontro de Xuan Lu ou sobre como Haikuan queria poder se mudar para mais perto deles.

Xiao Zhan queria contar a ele sobre o cara do bar, e que descobriu ainda a pouco ser seu vizinho, mas tem medo que Haikuan leve o assunto para outros lados.

— Zhan?

— Ah, sim?

— você está tão distraído, estou te entediando? — Haikuan riu um pouco.

— Jamais, Liu. — Xiao Zhan se levantou e caminhou poucos passos até a poltrona que o outro estava sentado.

Ele o abraçou por trás e fechou os olhos, suspirando. Haikuan sorriu e fez um carinho no antebraço de seu amigo.

— está tudo bem, Zhan. Me conte quando se sentir pronto.

— Pare de ler minha mente! — Xiao lhe deu um leve tapinha na cabeça.

— Não leio pensamentos. Mas não é preciso ser um gênio para saber quando você está escondendo algo.

— Não estou escondendo. Eu só preciso de um tempinho.

— tudo bem. Vou fazer um café para a gente, o que acha?

— você é a visita aqui, Liu.

O moreno fez com que o amigo se sentasse novamente na poltrona, e logo saiu até a cozinha para preparar o café.

Enquanto fervia a água, ele observou pela janela em cima da pia. Conseguia ver dali, o quintal da frente da casa vizinha. O cara do bar, Yibo,  ele disse aquela noite. Também viu outro garoto, mais baixo que Yibo, ele era fofo e muito bonito. Por um momento, Xiao Zhan se preocupou ao ver que eles faziam carinho em sua gata, porém parecia que ela estava gostando bastante.

— temos uma traidora entre nós. — ele riu um pouco.

Passando o café da forma antiga, que julgava bem mais gostoso, ele apreciava um perfume diferente alcançando suas narinas. Quando pensou ser o novo perfume de Haikuan, a lembrança se fez como um flash em sua mente: Wang Yibo e seus olhos dourados.

Virando a cabeça, quase derrubou o líquido quente ao ver sua lembrança se tornar seu presente. O castanho o fitava do lado de fora da janela.

Não de seu quintal, mas bem do lado de fora da janela. Seus olhos vibravam, Xiao Zhan precisou se apoiar no balcão atrás de si, para não cair, devido a fraqueza em suas pernas.

Era bem óbvio o efeito que o demônio causava em suas vítimas, mas Xiao Zhan nunca facilitaria, seja demônio ou não.

— Olá?

— Oi, gege... — Yibo passeou lentamente com a língua pelo próprio lábio inferior, provocando.

— aconteceu alguma coisa?

— Não. Eu apenas descobri que somos vizinhos. Você vai estar no restaurante hoje?

— Sim. — Xiao se obrigou a desgrudar do mármore. — por que?

— gostaria de levar meus irmãos lá. Eles vão adorar o lugar.

— ótimo. Ficarei feliz em atendê-los. — continuou servindo dois copos de café, um com açúcar e outro com adoçante.

Yibo observou atentamente cada movimento do moreno. Ele não era habilidoso apenas preparando drinks, mas também era capaz de preparar qualquer bebida perfeitamente.

Xiao Zhan apenas ignorou-o, voltando para a sala e servindo Haikuan com um sorriso. Liu conseguiu ver Yibo pelo canto do olho, se virando em sua direção e acenando gentilmente.

Yibo retribuiu o aceno com um sorriso, até perceber a pulseira azul no pulso do outro. Como um reflexo, o Wang se abaixou rapidamente, mordendo o lábio inferior.

— merda... — susurrou para si mesmo.

Liu Haikuan usava uma pulseira angelical. Isso significa que ele é um dos poucos anjos que foram enviados para a terra atrás deles.

Os sete pecados, diferente dos outros demônios, não tinham permissão para circular livremente pela terra. Por isso, quando eles fugiram do inferno, algumas dezenas dos anjos que representavam os sentimentos foram enviados em sua busca.

Eles têm vivido extremamente bem até hoje, é claro, alguns dos anjos foram mortos em um momento de descuido, e isso só aumentou sua perseguição.

Yibo não poderia matar Haikuan, não que ele não gostaria, mas isso prejudicaria os outros também.

Ele seguiu abaixado pelo gramado de Zhan, até a sua casa, trancando rapidamente a porta depois de entrar.

— Pᴇssᴏᴀʟ? Rᴇᴜɴɪᴀ̃ᴏ, ᴀɢᴏʀᴀ!  — Yibo falou em uma voz rouca, quase revelando sua verdadeira face.

Poucos segundos depois, os seis pecados estavam reunidos na sala de estar. Zi Yi estava fora, ainda em seu encontro, eles a comunicarían mais tarde.

— Que foi, pirralho? — Zhoucheng perguntou. Apesar de todos terem mais de milhões de anos, Yibo ainda era o mais novo entre eles.

— Cheng, Hao, lembram do cara do carrão?

— Claro. — Zhoucheng sorriu malicioso.

Haoxuan não respondeu, mas seus olhos brilhavam ao olhar pela janela, o belo veículo ainda estacionado do lado de fora.

— esse desgraçado é um dos angelicais.

O silêncio pairou entre os seis.

— cê tá zoando, né? — Cao Yuchen se pronunciou primeiro.

— Não nos acham a séculos... — Yubin completou.

— Eu não sei. Mas desde a última vez que matamos um deles, aumentaram a busca.

— Será que eles mandaram os arcanjos? — Ji Li perguntou apreensivo.

Por um momento, Yibo se lembrou da garota do bar e dos amigos dela que chegaram depois. Eles ficaram o observando a noite inteira, e os olhares vazios... Sim! Eles eram os arcanjos.

— Na verdade... Acho que eles já acharam... — susurrou.

— Merda, Yibo! — Haoxuan lhe deu um tapa na nuca.

— Esquece, eles não podem fazer muita coisa aqui.

Mesmo que os angelicais e os arcanjos tenham os encontrado, eles precisam da permissão do demônio para levá-lo de volta ao inferno. E os sete pecados, ainda eram demônios, por mais 'especiais' que fossem.

E nenhum deles daria a permissão. Não por vontade própria.

O Protegido do Inferno Where stories live. Discover now