Capítulo 4

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Enquanto Fabio dirigia pelas ruas da cidade, me permiti um silencio agradável. Ele me levou a um bar que segundo sua opinião, serviam um ótimo hambúrguer com fritas e tive que concordar, pois acabei com o meu muito rapidamente.

_ Uau, é sim muito maravilhoso. – Concordei limpado a sujeira que o molho fez em minha boca.

_ Sabia que iria gostar.

Ele tomou uma atitude que eu não esperava. No outro canto da minha boca, ele passou o dedo e logo depois o lambeu, me deixando estatelada ali na sua frente.

_ Esse molho também é uma delicia.

Era tolice pensar que tinha maldade em suas palavras, eu estava enxergando demais, ou estava tão claro que eu preferia me iludir.

Vendo que eu não conseguia lhe responder ele me encarou, agora seu olhar alcançou uma intensidade que roubou todo o meu ar.

_ Vamos lá Alice, me diz o que veio fazer aqui na capital sozinha? – sua voz estava carregada de um feitiço muito perigoso, eu podia sentir, porque me arrepiava por completo.

_ Já disse, vim fazer uma entrevista e aproveitei para te dar um oi.

_ Não sou tão ingênuo quanto pensa e nem o babaca do meu irmão, a parte da entrevista pode até ser verdade, mas porque veio atrás de mim?

_ Seremos da mesma família, acho oportuno mantermos algum contato. – Acho que meu nervosismo me entregou, pois, minhas palavras falharam em seu desenrolar.

Fabio por sua vez, colocou os braços fortes em cima da mesa e brincou com o copo que estava quase vazio.

_ Seja sincera comigo princesinha, eu posso sentir que está escondendo algo, basta olhar nos seus olhos.

Droga. Tentando controlar as minhas emoções forcei meus olhos para que eu pudesse ao menos tentar ser mais convincente, mas todo esforço foi inútil pois ao olhar para Fabio novamente mal consegui fechar a boca.

_ Ontem eu cheguei no apartamento do seu irmão e o encontrei comendo a melhor amiga.

_ Uau, sinto que tenha visto isso, mas o que essa visita tem a ver com a história?

_ Eu precisava espairecer, e aproveitei essa entrevista e vim para a capital.

Ele me encarou de maneira especulativa, foi um silêncio que me incomodou. Era como se estivéssemos fazendo algo ilícito ali em público.

_ Me diz o que está se passando nessa sua cabecinha. Seja sincera comigo Alice, ou será punida.

Não sei porque, mas sua ameaça não me tornou violada, mas sim quente. Espremi as minhas pernas porque meu corpo estava respondendo de maneira desconhecida.

_ Eu... – respirei fundo porque eu nem se quer estava cogitando permanecer na história de que só vim espairecer. – Eu quero me vingar dele antes de terminar.

_ Você quer se vingar do meu irmãozinho? Interessante.

Agora foi a minha vez de não desviar o olhar, para que ele pudesse entender as palavras sem que eu precisasse torna-las tão explicitas.

_ Por mais que eu adore a ideia de me deliciar em seu corpo, acho que isso não vai rolar.

Assim que ouvi suas palavras meus ombros caíram em decepção. Como ele pode me dizer não assim. É certo que era um risco que eu correria, mas seu olhar mais cedo me garantiu outra coisa.

_ Não rola com você, mas pode rolar com outra pessoa.

Não sou tão promiscua assim, mas decidi apostar todas as minhas fichas nessa hipótese. Obvio que não transaria com um desconhecido, porque poderia doer em Denis mas não doeria tanto como se fosse com Fabio.

_ Ou, você precisa raciocinar. – Disse segurando meu braço, quando fiz menção de levantar.

_ Eu me preparei para o meu futuro, me guardei para o seu irmão e ele foi sujo comigo. Não vou aceitar esse tipo de situação.

_ Eu não posso te foder Alice, não sou o cara que meninas como você apresenta a família. Não sou nada romântico e nenhum pouco santo.

_ Ótimo, até porque não pretendo apresentar ninguém a minha mãe e nem me casar por tão cedo.

Isso eu disse sendo ousada. Nunca tive uma aventura, mas estava aqui implorando por uma. Denis condenava o irmão por ser um prostituto e nunca parar com mulher nenhuma. No auge dos 30 anos, Fabio nem se quer cogitou a ideia de formar família, apesar da mãe cobrar sobre. Será por isso que ele prefere viver na capital?

_ Princesinha, você está sendo má. – Ele me encarou e respirou fundo, não sei o que viu, só sei que o encarei como o gato de botas esperando que seu desejo seja concedido. – Mas foda-se aquele merdinha.

Ele rapidamente passou pelo caixa e pagou a nossa conta, logo, segurando em minha mão me puxou em direção ao seu carro e antes mesmo que eu pudesse entrar fui prensada contra o mesmo. Seus lábios se chocaram contra os meus e, ah, meu pai. Nunca fui beijada dessa maneira, com tanta devoção, chego a cogitar que seus lábios estavam me venerando.

Enquanto tinha meus lábios assaltados suas mãos serpenteavam pelo meu corpo, até que parou em minha bunda.

_ Você não sabe o quanto eu sonhei com esse momento.

Não entendi o que ele quis dizer com isso, e nem queria, porque eu estava vivenciando um momento único. Não era só vingança, tinha também uma sensação de prazer que nunca senti antes. Deixando a vergonha de lado, arrastei minhas mãos por seu corpo duro como uma rocha e cheio de músculos.

De uma maneira firme, ele segurou em meu pulso e arrastou até o seu membro e ali eu perdi o folego. Oh!

_ Você é uma menina má, e eu adoro meninas más. Acha que está preparada para me aguentar?

Se algum dia eu fui uma pessoa verbal, nesse momento não me recordava. Meu cérebro estava mais parecido com uma gelatina do que nunca e tão vazio quanto o oco de uma imagem santa da era barroca.

_ Me responda Alice. – Ordenou enquanto mordia meu lábio inferior com força.

A dor me fez despertar para o que estava acontecendo, mas não pude deixar de sentir a pontada em minha intimidade.

Palavras eu não tinha, mas com a minha atitude espero que ele tenha entendido. O puxei para que voltasse a me beijar. E acho que graças à Deus, ele entendeu. 

BRINCANDO COM FOGOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora