Pecado original

O noivo

Um mês depois...

— Já fizemos de tudo! O que faço para convencê-los?!

— Precisa mostrar provas de que isso funciona Flora, não será do dia para a noite sabe bem disso.

Eu estava irritada ao ponto de chorar, faz um mês desde o incêndio no bar e até hoje não tenho avançado muito. Minha meta era fazer as mulheres estudarem principalmente as mulheres pobres mas os conservadores estão indo contra essa ideia.

Já ofereci várias recompensas as famílias para que permitam mas até hoje ninguém aceitou e já estou farta de tentar.

— Alteza...

— O que você quer Estevão?!

— Desculpe incomodar mas... o rei Enrique está aqui..

— O que?!

Erick olhou para mim assustado já que não esperávamos por seu pai hoje, ele não nos deu mais notícias sobre meu noivo e já estava até aceitando a ideia não me casar mais até agora. Meu coração estava acelerado, provavelmente ele trouxe o homem que será meu futuro marido e eu já estou estressada demais para ainda sim ter que conhecê-lo.

— Seu pai não me disse que viria hoje..

— Já esperávamos por isso Flora, acho até que demorou muito.

Estevão estava ali sem saber o que fazer assim como nós, decidi enfrentar logo esta situação já que não teria para onde correr agora. Fui até Erick e o beijei para tomar coragem e então saí do escritório.

— Estevão, ele o trouxe?

— Creio que sim alteza, estava com um homem.

— Como era?

— jovem...

Isso não me deixou mais tranquila, se era jovem provavelmente não teria piedade de mim ao descobrir minhas impurezas. Me apressei em ir até a sala e quando cheguei Enrique me aguardava de pé e o outro homem vestido com roupas finas estava sentado no sofá como se estivesse bastante confortável.

— Senhores.

— Não avisei que viria porque não queria alarma-la...

Em outras palavras não queria que eu fugisse ou conseguisse um plano para evitar esta situação.

— O jovem em questão se chama Alexander, ele é o rei da Costa rica.. tem vinte e cinco anos e não tem doenças.

— Que bom, já tem o contrato?

— Está aqui.

Ele me estendeu o papel enquanto o homem no sofá me encarava fixamente, não sabia o que ele estava pensando mas seu olhar me analisava com certeza.

— Terei que engravidar no primeiro ano de casamento?

— O rei Alexander não tem parentes vivos assim como você, ele precisa procriar logo já que em cinco anos fará 30.

Eu não gosto da ideia de ter filhos, não é minha vocação ser mãe mas se assinasse isso eu teria que engravidar do contrário ele poderia mandar cortar meu pescoço.

Não sei como são as leis no país dele mas em todos os países é assim que funciona. Estava tentando me manter firme e não demonstrar meu nervosismo, mas o fato dele não dizer nada já estava me irritando.

— Leia e assine, volto amanhã para buscar o contrato. Ah e combinamos que hoje Alexander ficará no castelo para conhecer os aposentos.

— Deveria ter me comunicado sobre isto.

— Eu estou tratando do seu contrato de casamento posso fazer o que achar melhor.

— Mas eu sou a rainha! Este é meu reino e ele não é meu noivo. Enquanto eu residir aqui deverá me comunicar cada vez que vier até mim e cada vez que trouxer alguém está claro?!

Eu já estava farta de vê-lo passar por cima de minha autoridade apenas por estar com raiva do meu relacionamento com Erick, me exautei um pouco ao falar mas ele apenas engoliu seco sua raiva de mim e assentiu confirmando minha ordem.

Quando ele saiu dali eu apenas respirei fundo voltando minha atenção ao homem que ainda me observava, eu precisaria falar com ele em algum momento principalmente porque ele ficaria aqui por hoje.

— Alexander de que? Qual o seu sobrenome?

— Monterei... Alexander Monterei, alteza.

Ele estava debochando pela forma como falava, não parecia ser tão rígido ou conservador provavelmente por sua idade mas sei que as aparências enganam.

— Porque quer se casar comigo?

— Porque preciso me casar e você está procurando um noivo, não é assim que essa... coisa funciona?

— Essa "coisa", irá definir nossas vidas. Não vou mentir para você não sou uma mulher comum, não sou recatada, muito menos obediente. Não será fácil para você lidar com meu humor e espero que fique claro desde agora.

— Eu percebi, seu antigo sogro procurou muito por um noivo que te aceitasse.

— Posso saber porque?

— Ninguém queria uma noiva tão libertina.

A forma como ele disse de certo me ofendeu, não sou libertina apenas gosto de coisas que todos gostam mas que nenhuma mulher tem coragem para admitir..

— E se sou tão libertina porque mesmo assim quis ser meu noivo? Deveria procurar alguém que te agrade.

— E procurei, honestamente pensei que nunca encontraria uma mulher como você... vamos nos dar bem rainha, tenho certeza.

Algo neste homem me causava desconfiança, ele saiu dali observando cada parte do castelo mas honestamente eu preferia tê-lo por perto.

Voltei ao escritório e Erick ainda estava lá ansioso por saber o que estava acontecendo e então contei a ele sobre Alexander.

— Ele sabe sobre nós?

— Não sei, acho que não... Seu pai apenas disse a ele que sou libertina, por Deus... olhe para mim, eu libertina?

Ri em deboche por não acreditar no que ele disse sobre mim mas notei quando Erick desviou o olhar sem dizer nada e isso me irritou, ele realmente acha que sou assim?!

— Erick..

— O que?

— Você também me acha promíscua?!

—...Flora... é complicado..

— Não acredito nisso... me acha vulgar? você me acha mesmo vulgar?!

— Vulgar e libertina são duas coisas diferentes... você só se expressa de outro modo mas não tenho problema com isso, eu te amo do seu jeito.

Sem poder conter minha raiva comecei a bater nele pelo que disse, estava descontando toda raiva distribuindo tapas e socos enquanto ele ria tentando agarrar meus braços até que finalmente fez isso me preenssando contra a mesa e ficando entre minhas pernas.

— Me solte! Preciso bater em você!

— Eu não estou te julgando, eu gosto de você assim...- ele começou a beijar meu pescoço me fazendo esquecer um pouco da raiva.— Desse jeito, promíscua... libertina... eu amo sua personalidade assim..

— Mentiroso... está me julgando..

— Consigo te provar que não...

Ele me beijou deixando transparecer em sua língua o quanto me desejava, Erick soltou meus braços e agarrou minha cintura com força pressionando seu pau entre minhas pernas me fazendo sentir o quão duro estava.

Suas mãos enfiaram por baixo do meu vestido o levantando até meu quadril e quando ele estava prestes a afastar minha calcinha....

— Alteza eu pos....

Nos afastamos depressa mas o meu futuro noivo já tinha visto o que não deveria, ele ficou ali na porta nos observando com um olhar que eu não soube identificar até sair sem dizer mais nada.

— Que merda.