Capítulo 7

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Barbara

Meus pés estão me matando por estar nesse salto alto, as semanas de ensaios intensos no balé cobram seu preço. Cada passo era uma mistura de graça e dor, os músculos exaustos suplicando por alívio, meu caminhar elegante na frente de todos esconde a dor que aguda que me consome a cada passo.

A festa aqui na mansão está cheia de gente, metade delas eu nem conheço, essas pessoas estavam na lista do Bruno, ou da sua mãe, já que ela tomou a frente de tudo.

Meu noivo acabou de fazer um breve discurso reforçando o quanto está ansioso pelo casamento. Brindamos com champanhe e logo ele é engolido por um mar de homens que só falam de negócios.

Preciso aproveitar que as pessoas não estão ansiando pela minha atenção e subir para trocar esse sapato, já que não vou demorar acredito que não seja necessário avisar minha ausência.

Desvio de um garçom que estava saindo da casa com uma bandeja de bebidas, indo em direção ao jardim que está apinhado de gente. Apesar de ter concordado com essa festa, me sinto estranha em meio a toda essa gente, conheço grande parte dos convidados por serem amigos da família, o que não significa que temos qualquer afinidade.

Antes de chegar as escadas vejo o Benício em um canto fastado falando ao telefone, seu olhar me encontra e me prende, fazendo meu corpo congelar no lugar. Por alguns segundo fico pressa em sua intensidade, até que ele resolve quebrar o contato.

Recobro os sentidos e subo as escadas devagar, fazendo um esforço para que meus pés não sejam castigados ainda mais. Entro no quarto fechando a porta atrás de mim, evito acender a luz e entro no closet, acendo a luminária apenas para trocar os sapatos, ao tocar meus pés descalços no tapete felpudo sinto um enorme alívio me invadir, fico sentada na poltrona apreciando esse momento quando sinto meu celular vibrar no bolso do vestido.

É a Lara, perguntando onde estou, aviso que vou descer em instantes, e continuo aproveitando por mais alguns minutos a maciez do tapeta em meus pés.

Percorro minha coleção de sapatos com os olhos e acho o que procurava no alto da prateleira. Meu vestido é branco com estampa de flores pequenas, o sapato rosa será ótimo para compor o look, e será mais confortável de usar durante o restante da festa, testo ele nos pés antes de sair e ele cumpre o seu papel.

Apago a luminária e devolvo o celular ao bolso, antes de sair escuto a porta do quarto abrir e passos invadirem o cômodo, posso ouvir o som de beijos e gemidos, sinto um pouco de raiva por alguém achar conveniente escolher meu quarto para transar, quando escuto as vozes das duas pessoas que jamais imaginei juntas.

—Tem certeza de que é uma boa ideia sumir assim da festa? — Bruno pergunta.

— Sua noiva deve estar rodando pelo jardim atrás de você, e os outros convidados estão ocupados se servindo do jantar. Podemos escapar para uma rapidinha.

— Eu estava louco para te foder Jess, essa sua bunda nesse vestido me deixou de pau duro assim que te vi.

Essa voz é do Bruno e da Jessica.

Meu noivo e minha melhor amiga.

Eles continuam se agarrando e caem na cama entre beijos e risos bobos. De onde estou tenho uma ampla visão deles.

Meus olhos e ouvidos não conseguem acreditar no que estou vendo.

Me agacho na escuridão e me encolho encostada a parede, cobrindo a boca com as duas mãos para evitar de vomitar ou de gritar perante a cena que se desenrola na minha frente.

Encosto a cabeça nos joelhos na tentativa de não ouvir os dois transando na minha cama, na minha frente, me traindo de todas as formas possíveis.

Os gemidos aumentam minha ânsia de vômito, não sei se uso as mãos para cobrir a boca ou os ouvidos.

Um Acordo de Vingança com o CEOWhere stories live. Discover now