Capítulo 16

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Benício

Quando volto para a sala de reunião a Ruth e o Bruno estão falando sobre o documento que o permite exercer a função de CEO.

Jana, que estava aguardando ser chamada para a reunião do lado de fora, entra logo atrás de mim com pastas para todos na mesa. Nelas eles vão encontrar o mesmo documento que o Bruno insiste em mostrar, só que eu pedi que fosse destacado a parte em que apenas o marido da Barbara teria a função de CEO, mostro também a procuração assinada pela minha esposa, já com o meu sobrenome adicionado ao dela, referente a autorização e início do processo de fusão das empresas, minha parte nessa reunião agora é explicar para todos o que virá na minha gestão.

— Como todos podem ver, haverá mudanças importantes e significativas na Farmacom.

— Eu ainda sou o CEO dessa empresa. — Bruno tenta rebater.

— Você foi destituído quando me casei com a Barbara, se quiser participar da reunião como acionista ocupe uma cadeira, se for continuar batendo na tecla da posição que você não possui se retire da sala.

Mais algumas pessoas o repreendem pela interrupção, estão todos ávidos para saber o benefício que a fusão irá trazer para eles.

Passei anos me preparando para esse momento, nos últimos dias foi trabalhando intensamente para elaborar uma apresentação para convencê-los que essa fusão será benéfica para todos.

Mãe e filho se rendem e se acomodam para participar da reunião. Preciso de um jeito de fazê-los abdicar da parte deles das ações, não os quero aqui, nem perto da Barbara. Eles precisam sumir de nossas vidas, não merecem uma fatia do sucesso da empresa.

Jessica já não está mais na sala, minha secretária liga o notebook e abre na apresentação que irá ser responsável por me garantir a fusão.

****

Dispenso o motorista e dirijo até a academia para buscar a Barbara. Passei o dia imerso no trabalho, a reunião durou horas, quando acabou ainda tive o desprazer de ser seguido pelo BRuno até a sala que se tornou minha. Ele tentou falar, mas Jana foi eficiente e chamou o segurança para acompanhá-lo até a saída.

Jessica já não estava mais na empresa, Ruth saiu atrás do filho indignada pelo tratamento que estavam recebendo.

Não consegui trabalhar naquela sala, tudo estava sujo pelo sexo e pela traição dos dois. Prontamente Jana me mostrou um esboço da redecoração da sala, levaria menos de uma semana para que tudo fosse trocado e limpo.

Até lá irei usar a sala de reuniões, uma vez que terei várias reuniões durante os próximos dias com cada setor da empresa.

Estaciono na porta da academia e vejo minha esposa e minha irmã se despedindo na entrada. Lara vê o meu carro e me espera descer.

— Quase não te vejo antes de ir embora. — Lara diz quando paro ao lado da Barbara.

— Estamos indo jantar, não quer ir com a gente?

— Não, vou para casa, — ele nega de imediato.

— Posso te levar então.

— Não precisa, estou de carro. — Ela me dá um beijo no rosto e outro na cunhada. — Bom jantar para o casal.

Lara entra no carro que está estacionado do outro lado da rua e buzina quando acelera para ir embora.

— Está com fome? — pergunto quando pego a bolsa da Barbara e levo até o carro.

— Faminta na verdade, comi pouco hoje e pratiquei o dia inteiro.

— Você não pode fazer isso, — abro a porta para ela entrar no carro — se passar mal durante a prática vou demorar para chegar até você.

Dou a volta e entro no carro dando a partida.

— Você viria até a mim se eu passasse mal na prática? — sua pergunta soa incrédula.

— Claro que sim, por que não viria?

— Uma vez isso aconteceu, quando eu estava ensaiando para uma apresentação. Desmaiei e ligaram para o Bruno, ele não veio me ver e quando me encontrou a noite não perguntou como eu estava.

Fico em silencio com o que ela relata, controlando a raiva que cresce dentro de mim por ela me comparar com aquele idiota desprezível. O clima no quarto fica tenso, ela parece perceber que a menção a ele me incomodou.

— Desculpa. — Ele diz baixinho.

Chegamos ao restaurante que a trouxe antes com a Lara, sem demora saio do carro, dou a volta abro a porta para ela, que parece estar com medo de mim. Provavelmente minha expressão não deve estar muito amigável. Seguro sua mão e entro indo direto para a sala privativa, antes de entrar na sala falo para o garçom nossos pedidos e sei que tenho pelo menos dez minutos até que ele retorne com os pedidos.

Fecho a porta atrás de nós e posso notar a preensão no rosto da Barbara.

— Você disse que o Bruno não se importou com o fato de você ter passado mal na academia, — minha voz é baixa e rouca, a raiva se dissipando aos poucos para não a assustar. — Acha que eu faria o mesmo? Acha que somos iguais?

— Não foi isso que eu quis dizer, — ela fala com a voz baixa — eu só me lembrei daquele momento.

Estamos de frente um para o outro, dou passos em sua direção e ela recua, mais alguns passos e ela bate na mesa, apoio as mãos uma em cada lado do seu corpo, nossos rostos ficam próximos ao ponto de estarmos respirando um ao outro.

— Você está casada com um homem Barbara, não um moleque, — posso sentir a respiração dela mudar — você o mencionou porque ainda o ama? Sente falta dele?

— Claro que não. — Sua voz é um sussurro.

— Ficou balançada quando o viu hoje Barbara?

— Não. — Seu olhar recaí sobre a minha boca.

— Não me compare com ele, — me aproximo mais dela imitando capturando seu olhar no meu — a partir do momento em que você decidiu se casar comigo eu sou o único homem em que você deve pensar, chamar e olhar. Não ache que farei o mesmo que o Bruno fez, eu não quero e nem desejo nenhuma outra mulher a não ser você, minha esposa.

Nossos lábios roçam um no outro, mas somos interrompidos com a chegada do garçom.

Seguro a Barbara pela cintura, firmando seu corpo junto ao meu, enquanto a mesa é posta. Beijo a têmpora da minha esposa e ela se solta do meu abraço para se sentar à mesa.

— Tomei a liberdade de pedir a lasanha que você queria da última vez que esteve aqui.

— Obrigada.

Durante o jantar ela evitou olhar para mim, mas seu sorriso de satisfação ao comer a lasanha foi contagiante, mas não foi maior que o desejo de tomá-la como minha na mesa de jantar.

Desde o nosso beijo na cerimônia que anseio por mais beijos, mais toques, mais tudo com ela. Meu corpo anseia por estar perto dela, quero sentir o seu gosto, quero fazê-la gemer de prazer em meus braços. No entanto não posso forçá-la, ela precisa querer o mesmo, então preciso ser paciente e esperar que ela tome a decisão. Por enquanto vivo de migalhas de seu toque, seu cheiro e sues sorrisos. 

Um Acordo de Vingança com o CEOWhere stories live. Discover now