17| Eu ganhei

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   Ele vai ficar bem! — Eu disse a mim mesma pela décima vez

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  Ele vai ficar bem! — Eu disse a mim mesma pela décima vez.

E eu mesma não acreditei em mim, pela décima vez.

Tanto não acreditei que agora eu estou arrumando uma mochila com tudo que eu preciso para passar a noite.

Eu fiquei tão atordoada quando vi Hanzel desmaiado na pista de gelo, todos os sentimentos que eu tive, as lembranças dos meus pais, jogados exatamente como ele estava, eu não consegui nem me conter.

Fiz exatamente o que eu fiz quando era os meus pais, sai correndo e gritando em sua direção, na única esperança de que pelo menos dessa vez, eu não tivesse que tentar acordar alguém que já estava sem vida em meus braços.

Balanço a cabeça afastando os pensamentos novamente.

Eu não poderia ter outra crise de novo.

Eu nem ao menos sei se eu conseguiria voltar de uma crise sozinha.

As lembranças, tudo que eu passei depois daquela noite, tudo que eu passei durante meses, até finalmente conseguir um final feliz, nada disso eu queria que voltasse a minha mente novamente.

Mas eu soube assim que eu vi Hanzel jogado, e o medo de perder ele foi o mesmo que eu senti naquela noite, tanto que eu voltei para aquela fatídica noite, eu revivi tudo em fração de segundos, ele é tão importante quanto meus pais foram um para mim.

Era por isso que eu estava fazendo uma mala para que eu pudesse sair de casa e ir para o apartamento dele.

Para passar a noite ao seu lado para ter certeza que ele não iria ter nenhuma convulsão à noite, pelo menos para que tivesse alguém para acudir ele e o levar para o hospital, já que o teimoso não aceitou ir mais cedo.

Terminei de arrumar tudo, e então eu coloquei a alça em meu ombro, nas pontas dos pés, eu fui caminhando para fora do meu quarto, eu já estava na sala quando a assombração que eu chamo de irmão apareceu.

— Indo a algum lugar? — Mattia sorriu e apontou a lanterna do seu celular em minha direção.

Eu tive que engolir o grito de susto que eu dei.

— Cacete, Mattia — Coloquei a mão em cima do meu coração.

Arrumei a alça que tinha caído do meu ombro, eu olhei para ele com raiva, mas ele por outro lado, tinha um belo sorriso presunçoso em seu rosto, seus olhos azuis estavam me analisando.

— Eu apostei comigo mesmo, qual seria o hora você iria sair para ir de fininho — E então o seu sorriso se transformou em um que eu não tinha a menor dúvida que era convencido — Adivinha? Eu ganhei — Ele parou, virando o celular para ele — 01:47 da manhã, vou ter que comprar um presente bem caro para mim mesmo.

Revirei meus olhos. Eu nem precisava pensar muito para saber o que ele iria comprar.

Livros.

Livros caros.

Fazendo - Irmãos De'Lucca 3Onde histórias criam vida. Descubra agora