017; - Carta.

393 49 3
                                    

O DIA SEGUINTE FOI CHEIO DE RESSACA. Aurora sentia vontade de enfiar a cabeça no travesseiro e gritar pra a dor na cabeça parar, mas ela sabia que isso só agitaria mais os seus nervos, então escolheu a segunda opção de; dormir nas aulas. A primeira vítima seria a aula de poções, porém ela se lembrou com quem estava sentando. James Potter. O evitou por um tempo, como nos corredores e até no salão principal.

Mas ele fazia dupla com ela nas aulas de transfiguração e poções e ela se perguntva como que ela nunca mais veria ele se o destino tentava colar os dois com a cola mais grudenta do mundo?

No mesmo momento, ela abriu a porta da sala que só tinha o professor e se sentou em seu lugar, abaixando o rosto logo em sequência. Foi quando a porta foi arreganhada e diversos alunos da casa da Sonserina e Grifinória entraram, logo o lugar ao lado da cadeira de Aurora foi ocupado por quem menos queria ver no momento.

— Fawley, será que podemos conversar? - Ele falou com ela. James se sentou e olhou para ela.

— Não. - Respondeu secamente e pegou a pena com o pergaminho.

— Tem como você prestar atenção no que eu tô falando ao menos uma vez? Larga de ser cabeça dura! - Potter a ofendeu e ela finalmente olhou para ele, os olhos gélidos. Seco.

— Só porque eu não quero falar com você, não quer dizer que eu sou cabeça dura. Vê se me deixa em paz! - Fawley rebateu, já se sentindo irritada por ter ele por perto.

O professor Slughorn começou a dar a aula, Aurora evitava os olhares de James, seus bilhetes, suas piadas, seus gestos e suas falas. Regulus estava sendo o único amigo dela naquele tempo e ele havia o tirado de Fawley, ela não iria ficar bem com aquilo.

Manteve toda sua concentração naquela aula, mas assim que ela acabou, ela deu as costas e saiu de lá, sem sequer olhar para trás. Os passos eram apressados e ela segurava os livros como se sua vida dependesse deles.

Mas James estava ali, naquele corredor e queria falar com ela. Ele aumentou a velocidade, pegou seu punho e a forçou a se virar.

— Caralho, James! Me deixa! - Ela exigiu.

— Não! Não! Por que você beijou aquele cara ontem na festa? - Sua pergunta saiu em tom irritado, ela paralisou no mesmo segundo, tentando raciocinar no mesmo segundo, mas deu uma risada assim que se lembrou que ele não precisava saber.

— Acho que não te devo satisfação da minha vida, Potter. - Foi curta, e ela se virou para seguir o caminho, mas James foi mais rápido e a pressionou contra a parede, a primeira reação dela foi soltar um gemido confuso e repleto de dor com o impacto da parede em suas costas.

— Sim, você me deve sim. Por que? - Seu cenho estava franzido, a respiração descompassada, a raiva apresenta em sua face.

Ela ficou irritada.

— Nós não temos nada, nada! Eu não te devo satisfação. - Ela continuou com o mesmo argumento, erguendo o queixo e em tom firme.

— Eu não ligo se somos namorados, amantes, amigos, inimigos, você me deve satisfação, caralho. Por que você beijou ele na festa ontem? - Afirmou contra o rosto dela.

— Já que você quer ir por esse joguinho, me fala porque você estava beijando a sujeitinha de sangue… A Evans ontem também! - Aurora retrucou, e James ficou calado. — Viu? A vida não é justa, não é? - Ela debochou, empurrando ele e saindo de perto do mesmo, deixando-o sozinho nas próprias palavras e pensamentos.

Na cabeça de James, era diferente porque ele sempre foi apaixonado por Lily. Ela era linda, inteligente, dedicada, atraente, e agora ela finalmente estava dando bola pra ele, mas Potter parecia não sentir a mesma coisa mais. O beijo não foi a mesma coisa que um dia ele pensou que seria.

E Aurora provavelmente também estava irritada com ele pelo que ele contou a Regulus. Sobre eles terem transado, e o Black não pareceu feliz com aquilo. James não contou especificamente por causa do jogo, ele queria provar para si mesmo que não estava sentindo nada por Fawley, sabia que aquilo destruiria a possível amizade dela com Regulus e aquilo a deixaria instável e vulnerável.

Mas ele sentia tanto peso na consciência.

E ao mesmo tempo, foi um ótimo motivo como desculpa para o seu cérebro parar de enxergá-los como um casal. Já que agora estavam separados. Ele só não sabia como eles chegaram naquele ponto.

Sua linha de raciocínio foi guiada até Lily, que passou por ele o deixando um beijo na bochecha e seguiu para sua aula. “Nos vemos depois, James!” Foi o que ela disse antes de desaparecer do seu campo de visão. Mas ele não sorriu bobo igual sempre fazia, ele não foi atrás dela, ele sequer sentiu os pelos se arrepiarem.

Ele apenas a olhou, virou as costas e foi para sua aula.

Apenas.

Algo estava errado, e ele precisava descobrir.

(...)

DEPOIS QUE AURORA SE afastou de Camila, os vômitos se tornaram constantes. Ela começou a diminuir a quantidade de comida que ela comia no almoço e parou de comparecer no café da manhã do salão principal. Camila a ajudava a se manter um pouco mais controlada, mas agora sem ela, ela se sentia com a liberdade de vomitar quantas vezes quiser no dia e a quantidade de comida que deveria comer.

Bem, durante a noite, Fawley havia voltado a dormir nos dormitórios, dividir o quarto com a Nott, mas nenhuma das duas trocavam uma palavra. Assim que Aurora se deitou na própria cama, cansada e exausta de tudo que estava acontecendo, olhou para o criado mudo ao lado de sua cama, abriu a gaveta e observou a carta que sua mãe havia mandado à ela.

Suas mãos tremiam, ela estava com medo do que poderia encontrar ali. Uma possível ameaça? Dieta mais rígida do que agora? Alguma notícia sobre o natal?

Como se tudo isso fosse terrível separado, imagine junto? Foram esses e mais alguns temas da família tradicional comensal que estava escrito na carta.

𝐒𝐋𝐎𝐖 𝐃𝐎𝐖𝐍, (James Potter)Where stories live. Discover now