Eu não quero te deixar

411 56 37
                                    

Paulo André

Paulo André desperta do seu sono, o quarto está começando a ficar claro com os primeiros raios de sol da manhã. Seu braço está dormente, porque a cabeça da Jade repousa sobre ele e ele não pôde se conter com isso.


Jade


A garota que ele nunca esqueceu, a mulher com quem comparou todas as outras. A única que sempre se perguntou como teria sido se ele tivesse feito diferente. Bem, agora ele sabe. Mil vezes melhor que antes, mas como saber disso ajuda com a situação? Paulo não faz ideia, mas não deixa de pensar "que sexo incrível!".


Ele se mexe na cama e se vira para poder olhar seu rosto e vê-la dormir. Observa seus detalhes serenos e seus lábios que formam o famigerado bico, que ele tanto já implicou. As sardas das quais ele costumava provoca-la bem ali no alcance dos seus dedos. PA tem vontade de toca-las mais uma vez como fez durante a última noite. Como foi que isso aconteceu? E por que ele quer se inclinar em sua direção, provar esses lábios e fazer tudo de novo?



Porque é a Jade.



Na noite da festa, assim como também na noite anterior, ele a beijou porque queria. Teve que beija-la, afinal na festa não resistiu em saber se ela beijava igual, se ainda tinha o mesmo sabor, se fazia aquele mesmo olhar que sempre o deixava louco. Na noite de ontem foi a necessidade de levar algo dela com ele, uma última lembrança e acabaram indo além disso. Fazendo com que agora ele esteja ferrado, porque ele quer mais.



PA queria marca-la de alguma forma. Possuí-la da mesma forma que ela o possuiu desde o primeiro dia em que ele bateu na porta da sua casa dizendo que era um novo morador da casa ao lado e perguntou se ela queria sair para brincar com ele. Ela era toda doce, o corpo não tinha curvas e era inocente de todos os modos possíveis. Era assim que ele se lembrava dela. Agora a Jade é ainda mais doce, mas também debochada e sarcástica. Sua inocência é combinada com uma confiança inabalável.



Aquelas retas se transformaram em lindas curvas, curvas essas que neste momento estavam quentes contra seu corpo e imploravam para acaricia-las. Ele luta contra seu desejo. Precisa pensar nas palavras que ela disse durante o sexo - "sempre te quis" - e como elas fizeram ele sentir "ainda me fazem sentir" ele pensa. Possessivo, assustado, aliviado, vivo. Não se deve acreditar nas palavras ditas durante um sexo, você sabe que elas estão perdidas com o desejo, mas lá no fundo, ele sabe que ela falou sério.



Jade se mexe em seu sono, sua mão apoia-se sobre o coração dele. PA sente uma dor no peito que tenta ignorar, porque se ele não fizer isso, vai ficar pensando a respeito e se perguntando o significado das coisas. Como vai ser quando ela acordar, arrumarem as suas coisas e voltarem para seus respectivos mundos? Voltariam para a vida que levam sabendo que isso ainda está ali entre eles? Tudo certo e nada resolvido? "Cale a boca! Viva o momento." ele pensa.



Mas o momento não chegou, porque Jade abriu os olhos naquele exato instante e ao vê-lo ali e relembrar o que havia acontecido, ela correu para fora da cama, puxando o lençol com ela e o deixando sem nada para se cobrir.

Destinos CruzadosOnde histórias criam vida. Descubra agora