Capítulo 16°_" Recomeço".

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Pov Cheryl...

Eu andava por uma grande quantidade de pessoas, todas homens. Na tentativa de não esbarrar em ninguém, meu corpo desviava dos vultos que passavam, todos indo na direção oposta à minha.

Minha cabeça mantinha-se abaixada, meus olhos no chão, e foi quando os levantei pela primeira vez que notei: Todos eles me encaravam.

Eu não sabia onde estava. Imediatamente, desviei novamente os olhos para baixo, e por algum motivo me dei conta de que

Toni caminhava ao meu lado.

Senti um alívio libertador com sua presença, mas foi quandonossas mãos se tocaram acidentalmente que ela falou.

- Aqui não.

Encarei-a, cheia de dúvidas.

Toni continuava olhando parafrente, imponente, caminhando de forma segura. Então, comoum estalo, me dei conta do que estava acontecendo: elasentia vergonha de mim.

Vergonha de me assumir como alguém que deveria estar aoseu lado. Vergonha do que todos eles, que caminhavamcontra nós, pensariam se nos vissem de mãos dadas.

Toni sentia vergonha de ser vista com uma puta.

- Cherry...

Abaixei a cabeça, não conseguindo encará-la. Não
conseguindo formular uma frase sequer, porque uma tristeza imensa me calava.

E então, eu estava sozinha outra vez.

- Cherry...

Eu estava sozinha. Ela não me amava. E eu sabia disso.

- Cherry... acorda...

De repente, tudo que eu conseguia ver era seu rosto, umpouco longe, mas seus olhos verdes muito próximos. Fui voltando à realidade lentamente, sua presença tomando forma diante de mim.

Era ela. Suas mãos passando suavemente por entre meus cabelos. Seu perfume me traz de volta à consciência mais depressa.

Depois de um breve momento, consegui me situar, e lá estava eu, de volta ao quarto de Toni, deitada em sua cama, coberta por muitos dos lençóis embolados.

Ela estava ajoelhada, arrumada e perfumada com um tipo de blazer cinza escuro, muito próxima ao meu rosto. Mais próxima do que o necessário.

- Desculpa te acordar tão cedo. É que eu tenho que ir trabalhar.

Pisquei os olhos algumas vezes, atordoada por causa do sono, mas com um alívio imenso em estar fora do meu pesadelo.

Que horas deviam ser?

- E você vai ter que ficar aqui sozinha.

Ela não tirou os olhos de mim. Também não se moveu um centímetro sequer, ou parou de me tocar. Mas eu pude ver que alguma coisa incomodava.

- Você, vai ficar? Promete que não vai embora?

Medo...

De novo, ela estava com medo de que eu a deixasse.

De novo, ela considerava essa possibilidade, e me perguntei o motivo pelo qual eu mesma já estava começando a esquecer dela.

- Eu vou ficar.

Ela continuou me encarando, como quem quisesse buscar nas minhas palavras alguma pista de que aquilo era mentira.

Pisquei algumas vezes para tornar meu olhar mais firme, até que ela finalmente pareceu acreditar em mim.

My Sweet Prostitute { Toni G!P }Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin