Capítulo cinco

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Os olhos não mentem

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Os olhos não mentem.
EYES DON'T LIE - ISABEL LAROSA

MAVIS JONES

Medo. Desde que nasci, esse sentimento me acompanha, como se fosse minha sombra. O medo é a minha sombra, sempre andando comigo e mostrando que estava ali em todas as situações da minha vida.

Associamos o medo a algo negativo, algo que nos paralisa e nos impede de agir. Eu sinto medo todos os dias, ela pulsa constantemente no meu pescoço, prendendo o meu ar, me sufocando. Quando menor, tinha medo do silêncio, meus pais costumavam sussurrar entre si quando estavam em lugares altos, uma antecipação para o que aconteceria quando chegássemos em casa.

O silêncio significava que algo estava por vir. Quando a maré estava baixa, já podia esperar ondas grandes vindo logo depois. Hoje, o silêncio é minha melhor companheira.

Meu pai é uma figura imponente, com uma presença que enchia o ambiente com uma aura de autoridade e, ao mesmo tempo, de opressão. Ele não era apenas uma presença intimidadora, mas sim uma fonte de terror constante, cujas ações cruéis e palavras venenosas deixaram cicatrizes profundas em minha alma. Suas palavras ásperas e seus olhares frios eram o suficiente para fazer meu coração acelerar e minhas mãos tremerem de apreensão.

Além disso, havia o medo de sua raiva explosiva. Nunca sabia quando algo iria desencadear sua fúria incontrolável, transformando-o de um pai distante em um monstro furioso. Suas explosões de raiva deixavam-me paralisada de medo, incapaz de me mover ou de respirar até que a tempestade passasse. Era um medo que se tornara parte de quem eu era, uma sombra constante que pairava sobre minha vida, moldando minhas ações e minhas escolhas.

E então havia o medo do desconhecido. Nunca sabia o que esperar dele, nunca sabia quando sua próxima demonstração de crueldade surgiria. Era como viver à beira de um abismo, constantemente à mercê de seus caprichos e humores imprevisíveis.

Mas, apesar desse medo, eu aprendi que não podia deixar que ele me dominasse. Eu precisava enfrentá-lo de frente, encontrar minha própria coragem para resistir às garras do meu pai e encontrar meu próprio caminho no mundo.

Sentia medo sempre, mas estávamos juntos a tanto tempo, que aprendi a conviver com ele e a sensação já se tornou uma parte de mim, sabia enfrentá-lo e não deixá-lo me dominar. Gostava de senti-lo em minhas veias, o medo me trazia uma adrenalina em minha vida, exatamente o que estava sentindo agora, só que era algo totalmente diferente.

Quando me levantei, sentia minha pele pegando fogo, a adrenalina querendo saltar pela minha pele, estava cagada de medo, não negava, mas aquele momento de tensão acalmava uma parte minha, um lado feio meu.

— Tenho que ir. — Escutei a voz de Will. A mesa soltou um rangido, anunciando que Collins havia se levantado. Não escutei seus passos, estava respirando rápido demais e o único barulho era da minha respiração descompassada e o ar condicionado.

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⏰ Última atualização: Mar 27 ⏰

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