Capitulo 7

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O tempo passou tão rápido que nem senti as horas se desvanecerem perante o relógio de pulso que portava comigo, já era noite cerrada no mundo lá fora mas eu Katty e Michelle ainda estávamos na conversa sobre as nossas vidas e mudanças repentinas e foi nesse exato momento que Katty tocou no assunto que escondia sobre elas à algum tempo.

-Então Cath a tua vez chegou, o que estás a pensar em fazer daqui a um ano, já que eu vou morar com o meu marido para a cidade do lado poderias passar lá uns tempos connosco, seria divertido espaireceres essa tua mentezinha perturbada por um longo prazo de tempo, sei que por muito que a gente brinque contigo, entre nós as três és a que tens a profissão de longe a  mais difícil, então mereces mesmo ser tu por um momento e te equilibrares na vida de jornalista- olhou-me nos olhos como se tentasse ler a minha alma.

-Bem, chegou a minha hora de contar a verdade, o que eu mais temia era que levassem a mal mas por favor não me julguem, será uma oportunidade arriscada mas é o que eu mais quero fazer- olhando para as duas respondi num tom calmo.

-Eu vou sair do país, para bem longe daqui mais precisamente- falei mais alto para tentar quebrar o clima mas sem sucesso algum.

-Tu estás a brincar certo Cath?, este tempo todo escondeste-nos isso e não deste sequer uma pista- Katty não parecia tão animada a ponto de levar a conversa seriamente.

-Desculpem mesmo, não queria deixar de falar com vocês por muito que vá para longe e não sabendo ao certo o dia da volta...- respondendo num tom mono e cabisbaixo.

-Eu candidatei-me a uma empresa internacional de jornalismo, e mesmo eles não tendo ainda dito nada eu gostava de ver com os meus próprios olhos do que se trata e tentar demonstrar que sou uma pessoa apta para encarregar-me dos trabalhos, por muito que sejam pesados é uma escolha que não posso deixar de parte, cansei se trabalhar nesta empresa, quero me aventurar e descobrir novos horizontes e se me manter aqui a trabalhar não saberei se serei capaz de conseguir mais progressos na minha zona de trabalho e quem sabe poder sair de país em país atrás de noticias que possam vir a mudar o mundo.- tentei falar numa forma menos chocante para que Katty e Michelle pudessem engolir de forma menos seca.

-Cath... Tu sabes muito bem que somos as tuas melhores amigas e vamos te apoiar em todas as tuas decisões independentemente do que seja, pode ate ser a coisa mais burra de sempre que te meta numa encrenca tão grande no qual a única forma de escapatória possível seria venderes um órgão teu para pagares uma despesa que tens com alguma máfia ou assim. Claramente estou a chutar para o ar acontecimentos bastante improváveis, mas por muito  que isso aconteça nós estamos aqui e se for preciso a gente dá os nossos rins para pagar a despesa que tens- alegrou-se Katty, -FALA POR TI KATTY, preciso dos meus rins sabias, se não tens amor aos teus problema teu, mas eu nasci e ei de morrer com os meus dois - ria-se Michelle abraçando Katty.

-Obrigado, asserio, fiquei com medo que levassem a mal mas afinal até foi mais tranquilo doque pensava- respirei ofegante mas antes que fosse acabar a frase Katty interrompeu - E a gente levou a mal, não deverias ter escondido nada de nós por muito pequeno que fosse o detalhe, mas bem vida que segue meninas, vamos beber mais umas garrafinhas até cair para o lado e brindar ao sucesso da Cath- falou Katty debruçando-se sobre a mesa de café da sala que já tinha mais garrafas e caixas de pizza doque alguma vez teve.

A noite foi-se passando e por muito que estivesse cansada e podre de bêbeda fui dormir tranquila pois as minhas pessoas mais importantes neste mundo aceitaram bem a minha mudança de vida drástica, senti um peso sair de trás das costas como se tivesse carregado um monte de sacos de cimento sem sequer parar para descansar.

Ainda assim sentia um frio na barriga pois tudo poderia dar errado, as passagens estavam compradas, iria para Portugal  um país que muitos americanos não conhecem e aqueles que conhecem falam sempre que os portugueses falam espanhol ou que ainda agora faz parte da Espanha mesmo sendo um país completamente independente, enfim, incultos, mas esse não era a causa do meu frio incomodativo mas sim o facto da empresa onde eu me candidatei não me deu nenhuma resposta e estaria a ir de olhos vendados para um sítio totalmente novo para mim, mas ainda assim não fui capaz de desistir e tentar cair na realidade de puder dar tudo completamente errado e só ter perdido tempo e um emprego garantido que mantinha aqui.

-Só espero que corra tudo bem e que nada tenha sido em vão- falei bocejando e quase a fechar os olhos.



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