Eu sempre sonhei em ser uma agente do FBI e quando consegui realizar o meu maior desejo, o destino brincou comigo, me usou como um tabuleiro de xadrez e derrubou todas as minhas peças destruindo tudo dentro de mim.
No fundo sempre soube que tudo qu...
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Assim que me retirei da sala que estava dividindo com a Jessica, tudo que eu mais queria era voltar. Não gosto de enrolar um problema no outro. E, se eu deixar a bomba crescer, ela vai explodir por cima de nós. Os olhos da Jess não conseguiam mascarar a verdade de mim.
Eu conseguia ler a tristeza e a mágoa que reincidiu sobre ela, durante e após a nossa conversa e havia algo dentro de mim que queria acabar com aquilo, que queria mostrar a minha parceira a luz no túnel que ela nem queria uma saída.
Passo a mão pelos meus cabelos e procuro alguém no corredor para me ajudar a encontrar a sala do Rise, aliás ninguém merece ter que conversar com um deles em plena dez da manhã.
Os Rises tem o seu jeitinho próprio de ser, talvez isso seja derivado da péssima relação familiar deles e eles nem tentam esconder isso. Sempre soube que o Roberto Rise tinha mais outro filho, só que nunca fiquei sabendo para onde ele foi enviado.
Não é segredo que o pai deles gosta de escolher e mandar na vida de cada um deles, talvez seja por isso que ele veio parar aqui para ficar longe do demônio do pai dele.
Quando avisto uma loira do corredor aceno para ela e a chamo, pois sem dúvidas, ela conhece isso aqui muito mais do que eu.
— Olá!— Exclamei e a loira de olhos azuis caminha em minha direção, os olhos dela eram mais escuros que o da Jess. Os da minha parceira eram muito mais bonitos, expressivos e cativantes e neles eu conseguiria ficar horas petrificados os observando, anotando em minha mente cada um dos sentimentos que apareciam por aquelas pequenas esferas azuis cintilantes.
Merda!
Que porra de pensamento foi esse? Por que estou comparando os olhos dessas duas agentes?
— Oi, você deve ser o agente Becker. — Começou parando em minha frente. — Eu sou a agente Willow. — E, pelo jeito que falou, esse também deve ser o nome dela. A criatividade deles acabou, só pode ser isso.
Quanto custa criar um nome diferencial? Na minha época ser agente era muito mais emocionante!
— Sim. — Aponto. — É um prazer conhecê-la. — Afirmo oferecendo a minha mão na direção dela. A agente em minha frente sorri e aperta a minha mão. — Será que você poderia me ajudar com algo? — Pergunto encarando os olhos dela, um vinco começa a se formar em seu rosto e sei que nesse momento a garota estava tentando me analisar.
Eles são tão transparentes, parecem crianças aprendendo a engatinhar.
— Se for do meu alcance, sim. — Declarou e sua cabeça pendeu lateralmente.
— Eu queria falar com a Lin, mas não sei onde fica a sala dela.— Um grande sorriso se abre em seu rosto e ela muda o peso do seu pé para o outro.
— Você quer falar com a Lin? — Pergunta um pouco alto demais. — Oh, o parceiro dela vai adorar isso! — Murmurou não baixo o suficiente, confirmando a minha hipótese que o Rise mais novo não era tão indiferente a sua parceira como ele tenta tanto demonstrar.
