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Felipe França

3 semanas depois

Meus pais tiveram que viajar e eu fui obrigada a cuidar das empresas deles, nunca gostei e me interessei das coisas deles.
Com tanta coisa que ficou na minhas costas, fui obrigada a me isolar de todo mundo, meus amigos eu não vejo desde Angra.
Foi muito bom viajar com eles, estava precisando disso, conheci um carinha também em um rolê completamente aleatório da Bruna.
Ele é bem fofo e estamos conversando depois daquele dia, mais obviamente não era ele que queria estar.
Aliás depois daquela cena eu nunca mais falei com ele, resolvi esquecer o que não tínhamos e até bloquear ele bloquei.
Estou indo pra faculdade hoje, tenho algumas coisas pendentes.
Pego a minha mochila e chave de casa, estou sem carro então minha opção agora era pegar um ônibus.
Poderia ir de Uber mais é perto, não compensa pagar por isso.

.......

Assim que saio da faculdade vejo um carro preto brindado parado, não sei mais já vi ele em algum lugar.
Começo andar a caminho do ponto já que estou sem carro, observo o carro me seguindo novamente.
Começo a acelerar os meus passos, o carro começou acelerar e me fecha no meio da rua.

Santiago: — Entra no carro. - o vidro do carro desce e vejo a pessoa dentro dele, coloco a mão no peito pelo susto que acabei de levar.

— Você está maluco? - tento controlar a minha respiração, acho que estou passando mal.

Santiago: — Só entra no carro Felipe! - diz com um tom bravo, mais nem ligo muito pois quem está mais que ele sou eu.

Cruzo os braços e olho bem pra ele com uma cara de tédio.

— Acha mesmo que eu vou entrar? Você vem até aqui, me dá um susto do caralho e pedi pra entrar no carro com essa marra toda? -

Santiago: — Só entra Felipe, por favor. - nossa ele sabe o que e essa palavra, mais continuo parado aonde eu estou. — Eu quero falar com você cara, não me faz te pegar no colo não.

O pouco que conheço dele sei que ele é meio maluco, então resolvo entrar no carro.
Mando mensagem pra Bruna colocando a minha localização, vai que ele me mata.
Entro no carro mais não falo nada, só observo o carro andar.
Assim que ele para o carro, vejo que estamos na praia, olho pra ele com cara de dúvida do motivo que me leva até aqui.

Santiago: — Achou que eu ia te matar é? - faço uma cara em concordância. — Só trouxe você pra almoçar Felipe, relaxa.

Assim que ele fala, vejo o restaurante do outro lado da calçada.
Vejo ele saindo do carro e em questões de segundos vejo ele abrindo a porta do passageiro dando passagem pra mim sair, meu Deus acho que estou vivendo em um mundo paralelo.
Espero ele fechar o carro e a caminho com ele até o restaurante.
Ele fala com um cara que deduzo que seja o garçom e nós leva a uma mesa bastante distante.
Um restaurante bastante agradável.

Santiago: — Primeiro desculpa pelo susto que te dei, agora na saída da sua faculdade. - saio dos meus pensamentos assim que ele fala.

— Tudo bem Santiago, só não faça mais isso ok? - vejo ele balançando a cabeça em sinal de confirmação, ainda estou tentando regular o susto que eu levei.

O garçom deixou o cardápio na mesa e fomos escolher o que queríamos comer, pedi um hambúrguer com fritas pois a minha fome era por besteira mesmo já o santi a pediu um peixe com não sei o que.

Santiago: — Foi mal por Angra também mano, fui chamado pra voltar pro morro com urgência tive uma reunião. - observo atentamente cada palavra dele, só queria saber o porque ele está falando isso agora pra mim. — Não foi minha intenção te deixar sozinho, você sabe! - sei lá é como ele quisesse se explicar o não explicável.

— Tá tudo bem Santiago, você não precisa dar satisfações da sua vida não é como se a gente namorasse, entendeu? - ele confirma, mais reparo na sua fase que não era o que ele queria escutar.

Logo após daquela pena conversa não falamos mais nada.
Esperamos a comida chegar, comemos em silêncio o que estava começando a ficar constrangedor.

Santiago: — Mais eu queria te dar essa satisfações Felipe, você meio que sei lá, ficou estranho. - disse de repente mais escuto atentamente o que ele dizia. — Sei lá mano, até me bloquear você me bloqueou sem eu fazer porra nenhuma tá ligado.

Agora entendi o motivo de estarmos aqui, dou um pequeno sorriso frouxo.

— Eu te bloqueei, porque eu quero uma coisa que você não quer e eu entendo você, só não vou criar expectativas em algo aonde não tem. - bebo um pouco da água que estava na mesa pra tentar me acalmar um pouco. — Mais desculpa por isso, deveria ter conversado com você.

Passou cerca de 2 minutos vejo ele levantando da mesa sem ao menos falar nada.

Santiago: — Vamos? - Sinto a sua respiração atrás de mim, levanto e vou atras dele. — Pra você! - olho pra suas mãos e de um sorriso, ganhei um monte de chocolate.

Entro no carro, coloco o sinto e o olho assim que ele faz o mesmo.
Fomos o caminho todo conversando, era algo estranho não sei, uma tensão entre nós, aquilo estava estranho.
Observo que chegamos no meu condomínio, nem o pergunto como ele sabe o meu endereço.
Tiro o sinto, dou um beijo na bochecha dele, pensei que ele ia me matar mais foi ao contrário, um sorriso o saiu dele.

— Obrigada por hoje Santiago, tchau. - fecho a porta do carro, vejo que ele me espera abrir o portão para dar a partida.

Nós dois Onde histórias criam vida. Descubra agora