Quase um casal

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Passaram alguns dias e, estranhamente, eu me sentia mais livre. Estava conversando muito com Matheus. No início, fiquei com medo e evitei, mas depois percebi que não havia perigo e me deixei levar. Estávamos nos aproximando bastante, e eu não sabia ao certo se gostava dele apenas como amigo ou se havia outro sentimento envolvido. Na sexta à noite, recebi uma ligação e, para minha surpresa, era ele.

"Oi, Carla, sei que nos vimos hoje... Mas é que eu tinha esquecido de te perguntar," ele disse.

"Oi, Matheus. Esqueceu de perguntar o que?" Respondi.

"Eu queria saber se amanhã você não quer ir até a cachoeira que tem aqui perto?"

Fiquei um pouco hesitante no início. Como sair assim de repente? Mas Marília parecia não se importar com o que eu fazia. Esta semana foi corrida para ela; mal ficava em casa.

"Pode ser, que horas?" Perguntei.

"Umas 9?"

"Ok."

Desliguei o telefone e imediatamente comecei a arrumar minhas coisas. Para facilitar, separei um biquíni vermelho, dois shorts e um cropped que ficaria por cima. Depois de organizar tudo, deitei na cama, mas então me lembrei da toalha e me levantei novamente. No dia seguinte, acordei cedo e tomei meu café com pressa. Aproveitei para pegar algumas coisas para comer e subi de volta para o meu quarto. Enquanto guardava minhas coisas, ouvi batidas na porta.

"Maiara, sou eu," Marília falou ao abrir a porta. "Nossa, acordou cedo, né?"

"Oi, estava sem sono... Precisa de alguma coisa?" respondi.

"Bom dia. Não, só queria avisar que vou ter que sair. Tenho outra reunião, essa semana está corrida," explicou.

Não pude conter meu sorriso. "Ah, okay, Marília. Pode ir."

"Tudo bem, Mai. Se comporte," ela disse antes de sair.

Me virei super animada e fui tomar um banho. Quando era 8:30, vi Marília saindo e, incrivelmente, a maioria dos nossos seguranças a seguindo. Isso se tornou rotina desde a morte da minha mãe; meu pai ficou com medo e sempre insistiu em nos acompanhar. Resolvi então  ligar para Matheus.

"Oi, Matheus, bom dia," disse, super alegre.

"Oi Carla, está pronta?"

"Sim, vou te encontrar na estradinha da fazenda, certo?"

"Certo, vamos nos divertir muito hoje."

"Sei que vamos," falei com um sorriso nos lábios e mordendo o canto de um deles.

Quando finalmente desci as escadas, percebi que havia apenas dois seguranças e eles não estavam bloqueando meu caminho. Rapidamente, abri a porta e corri em direção à pequena estrada onde encontraria Matheus. Lá estava ele, olhando para mim de uma maneira diferente, mas eu gostava.

"Oi, você está linda," ele disse, me abraçando.

"Obrigada, você também," respondi
timidamente, sentindo meu rosto corar.

"Vamos?" ele perguntou.

"Sim."

No caminho, conversamos sobre tudo. Ele era extremamente simpático, e o papo fluía naturalmente. Eu sentia algo diferente, algo além da amizade. Embora já tivéssemos nos beijado, para mim tinha sido apenas um beijo casual. No entanto, depois de dias conversando, comecei a perceber que me sentia feliz ao seu lado. Além disso, ele era extremamente atraente. Estava começando a pensar até que...

"Chegamos, Carla."

"Amém, não estava aguentando andar mais."

A área da cachoeira era linda, totalmente aberta, sem árvores para nos abrigar do sol. Apenas uma árvore proporcionava alguma sombra, sob a qual Matheus estendeu um forro para nos sentarmos. Ele também tirou algumas coisas para comermos de sua mochila.

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