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UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL

— Ambrose Elizabeth Coleman. Eu acabei de ver você conversando com Harry Sanders ou estou ficando louca? — Gillian me aborda enquanto eu devolvo a bandeja na cantina.

— Ambrose? Quem é essa? — ergo uma sobrancelha para ela. Ah, então esse é o primeiro nome dele. Harry. Agora consigo me lembrar de tê-lo ouvido algumas vezes. As meninas na escola adoram falar sobre esse tal de Harry... Eu só não imaginava que elas se referissem a um brutamonte.

Gillian revira os olhos.

— Certo. Rose. — ela me puxa pelo braço rumo à saída do refeitório. — O que aconteceu?

— Nada. Sério, não se preocupe com isso.

— Quer que eu não me preocupe? Rose, você não se deu conta ainda? — ela fala de uma forma exagerada e dramática, como se estivesse numa peça de Shakespeare.

— Não me dei conta do quê?

— Um cara descolado falou com você. Um cara descolado só fala com gente descolada. Ou seja...

— Não. Não mesmo. — começo a rir. — Ele não quer me incluir no grupinho dele. Aliás, o que eu faria num grupo de jogadores de vôlei? Não sei se você notou, mas eu sou da equipe calcinha, não da equipe cueca-cecê-chulé-tênis-de-mil-dólares-vestiário-fedido.

— Eu não quis dizer isso. — ela ri também. — Mas agora você não é mais uma anônima. Enquanto ele falava com você, Carolyn Davis e companhia não tiravam os olhos dos dois.

— Carolyn?

Tento me lembrar de vê-la nos observando, mas não consigo.

— Todo mundo sabe que ela é a nova garota do Harry. — Gillian continua.

Nova garota do Harry? Mas ele não estava falando de uma garota de outro estado? E não tinha a Diane?

Ah. Claro. Às vezes a minha ingenuidade surpreende até a mim mesma. Onde já se viu um jogador de vôlei ser de apenas uma garota?

Olho em volta e vejo Carolyn com suas amigas voltando do treino na grama. Nossos olhares se cruzam por um momento e ela franze o cenho. Logo interrompe o contato visual e esquece minha existência.

— E o que isso me importa? — volto a me concentrar em Gillian. — Aliás, quando você ficou tão interessada nesses assuntos? Esse não é o nosso mundo, lembra?

Ela dá de ombros.

— As fofocas correm pelos corredores, você sabe. Mas tanto faz. O que ele queria com você?

A essa altura já estamos no meu armário. Eu pego os livros de que preciso.

— Ajuda. — respondo simplesmente.

— Ajuda? — ela arregala os olhos. — Ajuda? A. J. U. D. A. — a cara dela me leva a crer que vai ter um infarto do miocárdio a qualquer momento.

— Ei. Gillian. — estalo os dedos bem na cara dela. — Você está bem?

Ela ri, estupefata e chocada.

— Estou... Caralho, Rose. Isso é inimaginável. — ela diz, mas se corrige logo em seguida: — Não que eu ache que você não seja digna ou capaz de ajudá-lo, nada disso. É só que...

— É, eu sei. Fiquei surpresa também.

— Ajuda em quê?

— Em matérias. Ele pode ser bom com uma bola, mas parece não ter habilidade usando o próprio cérebro.

12th Grade and UsOnde histórias criam vida. Descubra agora