Thirteen

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ALGUMAS COISAS NUNCA MUDAM

— AMBROSE ELIZABETH COLEMAN! — Eve grita a plenos pulmões bem na porta do meu quarto. Tomo um susto tão grande que dou um pulo da cama, despertando dores por todo o meu corpo. A luz do sol invade o quarto a ponto de me cegar. Cubro os olhos e solto um gemido, caindo de volta na cama como um bloco de chumbo. Droga. Grande droga.

— Bom dia para você também, mãe.

Eve me fuzila com total descrença.

— Será que a senhorita pode me explicar porque o seu Ford está DESTRUÍDO lá na garagem?!

Suspiro pesadamente. Depois que o Harry me largou no meio da rua e foi embora, meio que fiquei sem coragem de acordar minha mãe e contar que eu tinha batido o carro. Então apenas o estacionei de volta na garagem — apesar de o capô estar destruído, ele ainda funciona. Os vizinhos ficaram observando, mas não chegaram a se meter. Então me joguei na cama do jeito que eu estava mesmo e dormi que nem uma pedra.

Eu planejava contar para a minha mãe de manhã cedinho, antes que ela fosse sair para trabalhar e se deparasse com o estrago do carro, mas acho que dormi demais... A aula do colégio começou faz uma hora.

Minha cabeça está explodindo, então nem sei por onde começar. Como contar a ela que eu bebi todas ontem, peguei no volante virada de bêbada e bati no carro do Harry bem na esquina de casa?

Eu digo:

— Bebi todas ontem, peguei no volante virada de bêbada e bati no carro do Harry bem na esquina de casa. Foi isso. — cubro o rosto com uma almofada e gemo novamente. — Será que você pode fechar a persiana?

— Santa Mãe de Deus, Ambrose! O que eu tanto falei para você? Que não era para beber demais, garota! Você poderia ter quebrado uma perna, ficado tetraplégica!

— Mas não fiquei, estou bem! E, por favor, não grita, minha cabeça está explodindo!

— E cadê aquele seu novo namoradinho nessas horas, o Zack? Nem conheço esse menino e já não estou indo com a cara dele! Como ele deixou você fazer uma burrada dessas?

— Ele tentou me impedir, mãe. Eu que não dei ouvidos.

— O que está acontecendo com você, Ambrose? Não te reconheço mais! Você sempre foi a mais calma, mais direita... Nunca me deu esse tipo de trabalho! Eu pensei que Audrey seria minha única preocupação, mas agora você deu para agir igualzinha a ela.

— E o que tem de errado? Eu sei que exagerei ontem, não pretendo repetir a dose, mas também não é para tanto! Quer dizer que só a Audrey pode se divertir? Eu tenho que ser a nerd antissocial? — bufo, irritada.

— Não é isso, menina. Acontece que eu conheço você e sei que você não é assim. Não sei por que está agindo desse jeito. Eu apoio que você se solte mais, se divirta mais, mas TUDO TEM LIMITE!

— Tá bom, mãe, já entendi. — virei de bruços e me escondi debaixo das cobertas. — Agora, se me der licença...

— Nada disso, pode levantar dessa cama! — ela puxou o cobertor com tudo e eu quase caí da cama. — Bebeu demais porque quis, nada de ficar o dia todo enfiada nessa cama. Vai tomar um banho para sair dessa ressaca, toma um Advil... Vamos, levanta!

— Argh, me deixa! — resmungo, mas ela é irredutível.

— Vou ligar na escola e dizer que você está resfriada e não vai poder ir. — ela diz quando eu levanto da cama com dificuldade. — Nunca vi marcar uma festa no domingo! Ideia de adolescente idiota. Já vi que hoje o colégio vai estar vazio.

12th Grade and UsOnde histórias criam vida. Descubra agora