CAPÍTULO 45

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CASA SALLES;
20:18 PM. 

Suspirando, Ayla atravessou a grande porta de entrada de sua enorme casa, por horas tentou adiar a droga daquele momento. Depois de almoçar com seus amigos acabou indo passar a tarde com Rebeka na casa da loira, não podendo ficar muito tempo já que Diego acabou aparecendo por lá para resolver alguma briga entre eles, Ayla descobriu por alto que eles brigavam muito, não parecia grave, mas também não parecia bom… para o garoto, era o único com aparência sofrida entre eles.

Após o pequeno contratempo, a jovem acabou por ir caminhar na praia, mesmo com os sapatos de salto, a calça jeans larga e as sacolas de lojas de grife em mãos. Fora reconfortante poder pensar, pensar muito, e talvez deixar com que algumas poucas lágrimas rolassem por sua pele pouco maquiada. Ainda sim não houve escapatória, seu celular vibrou, era José, seu motorista e amigo confidente lhe avisando que aquele era o tempo limite, seu pai havia chego de viagem a muito tempo, já havia descansado e estava pronto para jantar, o que significava que nada estava bom par Ayla.

Sua primeira visão fora a de sua mãe de braços cruzados em meio a sala, deslumbrante e jovial como sempre. Vestida em um tubinho que destacava as curvas que geneticamente se copiaram no corpo de Ayla a mulher estava elegante como nunca, isso não era um bom sinal, poucas famílias entenderiam.

— Ayla, minha filha! — Ela parecia desesperada vindo em direção a adolescente, olhando de cima a baixo para a garota. — Por que ficou esse tempo todo fora? Você ia ao shopping com seus amigos, não?

— Sim mãe, foi o que eu fiz. — A garota disse num tom apático enquanto mordia os lábios, seus olhos se negavam encontrar o de sua genitora. — E eu sempre fico o tempo que quero fora, você nunca me cobrou isso.

— Sim Ayla, porque EU permito já que seu pai nunca está, mas você sabia que ele estaria aqui hoje! Às vezes parece que você faz de propósito, minha filha… — Ela suspirou passando a mão pelos cabelos volumosos pela escova que parecia ter sido feita recentemente em seus cabelos. For nesse momento que ela analisou melhor a filha, arregalando os olhos amendoados que a ruiva também tinha herdado, tendo uma síncope em silêncio. — Por favor, não me diz que você está mesmo vestida assim… justo hoje Ayla?! Me dê um bom motivo pra você não estar aqui mais cedo pra se aprontar?

— Não tem nada de errado com as minhas roupas, mãe… você vive copiando o meu estilo, não seja hipócrita. — Ayla verdadeiramente tinha seus picos entre adorar e odiar seriamente a personalidade da mulher que lhe deu a vida, essa síndrome de nunca envelhecer parecia que a fazia deixar a maturidade no fundo de seu cérebro.

Ayla sabia bem o motivo de todo aquele estresse, sabia como seu pai gostaria de controlar totalmente sua vida e a imagem que passava para as pessoas a sua volta. Era inegável o quanto ele gostava da fama de Ayla, e como não? Sendo o dono da maior agência de famosos do Brasil, tendo parceria com diversas gravadoras de músicas, clubes esportivos ou então grupos de dança, era inevitável querer que sua filha fosse a melhor entre todos aqueles, exigir o mínimo de classe vindo dela não era nem o pior de tudo.

Mas poxa, as vezes dentro da família Salles o fato de a garota estar apenas no fim de seus dezesseis anos era esquecido, o fato de que ela não recebia nem um pingo de amor materno ou paterno também. Era uma jovem que vivia rodeada apenas pelos funcionários que trabalhavam em sua casa, tendo eles como seus verdadeiros amigos e família; Uma jovem que tinha a liberdade e maturidade de uma mulher de vinte e poucos anos, sem nenhum tipo real de vigilância para que no fim algo que havia feito de errado lhe fosse cobrado, quando ao menos o ensino básico havia sido dado pelos que exercem o papel de pais nessa história.

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⏰ Last updated: Apr 14 ⏰

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