Guerras, Espadas e Romance

Capítulo I

Capítulo I - A festa, o espião e o convidado.
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O que te apavora? O barulho desassossegado do mar? A escuridão mais profunda? Perder algo valioso? Se perder em uma floresta deserta? Ou seria perder a sua própria essência? Perder o seu caminho.

Medos, anseios, angústias. Que trajeto seguir na vida quando o futuro é tão incerto? É tão desconhecido como uma terra ainda não explorada. Como confiar em algo que não se vê e apenas espera acontecer?

Em meio a tantas incertezas, existe apenas um alguém que é capaz de saber sobre todo caminho e toda história ainda não vivida pelos pequenos e mortais seres humanos. Já dizia um certo poeta e rei: “Tu me viste antes de eu ter nascido. Os dias que me deste para viver foram todos escritos no Teu livro quando ainda nenhum deles existia.”

Aquele que é o Criador de tudo e todas as coisas, é o verdadeiro autor de toda história que vier a ser vivida e contada. A confiança está em deixar que Ele o guie pelo caminho já traçado antes mesmo do vosso nascer. Confie nos planos do Criador!

Cada amanhecer é diferente um do outro, o sol pode estar radiante na janela, ou com nuvens que o cobrem anunciando a chuva. De preferência, Lizzie gostava dos dias chuvosos para minimizar o calor que sentia durante o verão, em compensação preferia que durante a noite, o céu estivesse estrelado e sem nuvens para poder admirar sua beleza tão esplendorosa.

Ela não estava em casa naquela manhã, fazendo com que sentisse saudades da família e de sua irmã mais nova que estava fazendo aniversário. Quinze de dezembro, não se esquecia do dia em que viu Aurora pela primeira vez, tão pequena e envolta em mantas cor de rosa. A princesa caçula era tão bela e delicada como uma flor, amada por todos, principalmente por sua irmã mais velha. Lizzie a protegeria a todo custo.

Porém, sua ida ao acampamento militar a proibia de desejar felicitações a sua irmãzinha nos primeiros momentos do dia.

Um espião foi encontrado infiltrado na base e como estava assumindo o posto de general do exército, a princesa precisou cavalgar rapidamente para lá assim que o sol começou a apontar seus raios luminosos no céu. Capturado e amarrado, o invasor tinha por nome, Evan, por sua aparência, acreditava-se ter por volta de vinte e cinco anos, seu olhar era severo e calculista, o que mostrava a dificuldade que teriam em lidar com ele.

Ao entrar na tenda onde tal homem estava preso, Lizzie recebeu um olhar frio do mesmo, arriscava dizer que ele arrepiava até o último fio de cabelo, não de seu corpo, mas de sua alma. Não tinha medo, caso contrário não teria assumido um posto tão alto e importante, porém sabia o quão desafiador era enfrentar um inimigo como aquele.

– Esse é o invasor? - perguntou Lizzie ao capitão que acenou positivamente com a cabeça.

Liam, além de capitão do exército, era uma das pessoas em que a princesa mais confiava. Cresceram juntos, tanto em tamanho como militarmente e ela não precisava pensar muito em quem assumiria seu posto de general assim que fosse coroada rainha. Acreditava em suas palavras, informações, decisões e impressões, principalmente quando ele próprio tinha achado um rival em seu acampamento.

– Como o encontraram?

– O reconheci de uma missão na base inimiga. Fui espião há alguns meses no reino de Palamar, e sem dúvida alguma, este homem faz parte da corte real. Não seria fácil esquecer essa cicatriz em seu rosto. Ele matou um de nossos soldados, roubou sua armadura e infiltrou-se entre nós. - explicou.

– Conseguiu as informações que queria para levar ao seu rei? - perguntou Lizzie ao inimigo.

– Tenho informações suficientes para derrotá-los,  é apenas uma questão de tempo até que eu consiga escapar e voltar para o meu reino. - disse o espião enquanto sorria de canto. Ele mostrava um olhar confiante, de quem ainda tinha esperança de voltar ao seu lugar de origem. - Meu soberano ficará satisfeito com tudo o que consegui.