CAPÍTULO DOIS

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I couldn't help but askFor you to say it all again I tried to write it down But I could never find a pen

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I couldn't help but ask
For you to say it all again
I tried to write it down
But I could never find a pen

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O quarto da UTI era completamente branco, apenas o azul claro dos lençóis da maca e das cortinas dispersava toda aquela claridade que se acumulava diante dos meus olhos. Me encontrava sentado em um sofá no canto que ficava em frente a janela, procurando qualquer mínimo sinal de alarme que pudesse passar para os policiais que faziam a segurança do corredor e do prédio, mas não conseguia manter meus olhos longe dele por muito tempo. Charles estava desacordado desde o momento em que desmaiou na estrada, a pele pálida, a respiração tão lenta que parecia não existir, mas ainda estava ali, tranquila, fazendo com que não só eu, mas todos todos do distrito, acreditassem que estávamos bem de frente a um sobrevivente, que todos nós ansiamos encontrar desde a primeira semana de seu desaparecimento.

Ele estava com aparelhos ligados em muitos lugares de seu corpo, oxigênio fazia com que seu pulmão funcionasse, já que inconsciente ele não sabia fazer sozinho. Acessos de medicação, seu batimento cardíaco lento aparecendo na tela, tudo ali remetia a melancolia, desde as cores até seu estado de saúde, que era assustador, ao mesmo tempo que encontrá-lo foi um alívio, vê-lo daquela maneira era desesperador, ainda por saber que não poderia fazer mais nada além de sentar naquele sofá e esperar que ele acordasse sozinho, sem que precisasse de ninguém o tocando e o assustando ainda mais do que já estava.

── Ele vai ficar bem, Dino, ele é muito forte, não é? ── Falei baixo, olhando para o cachorro que estava deitado no chão, olhando para a maca com tristeza, ele sabia exatamente tudo o que se passava e sentia mais dor do que qualquer um que estivesse ali.

Era contra as regras do hospital a entrada de animais, mas com pouca insistência e um pouco da história que tinha acontecido, Sebastian tinha conseguido que o cachorro ficasse no quarto de Charles junto comigo, com a promessa de que nenhum latido seria dado e que ele não causaria nenhum alarme muito grande. Dino estava cabisbaixo desde a nossa chegada, ia até a ponta da maca e voltava a se deitar em meus pés, me dando um apoio que nem mesmo sabia que estava dando. Tê-lo ali era ter um pedacinho do antigo quase detetive Charles Leclerc, a jóia da academia, dono de um sorriso admirável, que eu sabia que ainda existia, no fundo ainda existia, o monegasco que encantou a todo distrito desde o momento que souberam da existência dele, Sebastian era o único que havia conversado mais de uma vez com ele, um sorriso orgulhoso aparecia em seu rosto sempre que falava sobre quem era, que logo se tornou triste e cabisbaixo quando o mesmo desapareceu.

Os batimentos de Charles acelerando foi o que me tirou dos pensamentos que tomavam minha cabeça aos poucos, quase dando lugar ao sono. Olhei para o monitor e vi que aceleravam gradativamente, tornando o som de “Bip”, que antes era espaçado, em algo constante e chamativo. Me levantei do sofá e caminhei até a maca, me apoiando na grade de sua ponta, tratando de me atentar não apenas nos batimentos, mas também nos lábios brancos, que se abriam lentamente, junto dos olhos trêmulos, se esforçando para piscar. Senti meu coração errar algumas batidas, esfregando os olhos para ter certeza de que aquilo não era apenas um sonho, mas realidade. Charles estava acordando, estava voltando a consciência.

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⏰ Last updated: Apr 16 ⏰

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