𝐀𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐝𝐨 𝐍𝐚𝐭𝐚𝐥

5. Ruby Klaus

POV' Andy

Para minha surpresa eu consegui o trabalho. A ruiva estressada e desgostosa me chamou quando eu já estava quase saindo do edifício, fiz todos os procedimentos necessários e fui avisada que no dia seguinte já começaria a exercer meu cargo.

Isso tudo foi ontem, ou seja, hoje começarei a trabalhar com Miranda Priestly e darei início ao plano de me aproximar de suas filhas.

O Nate está sendo uma luz pra mim, embora ainda ostente aquele mesmo sorriso estranho de sempre. Quando o noticiei que teria um trabalho para pagar as contas ele comemorou comigo, preparou o jantar, o que me surpreendeu, pois David e papai nunca cozinharam pra minha mãe, minha irmã ou para mim. Ele é divertido e engraçado, ele trabalha como cozinheiro então obviamente é bom nisso, só não é melhor que do que eu ou minha irmã, modéstia a parte, somos ótimas na cozinha.

Hoje pela manhã, assim que acordei, senti um delicioso cheiro de pão recém assado. Ele fez um bom café da manhã para nós e me deu várias dicas sobre o primeiro dia de trabalho pra que eu não ficasse nervosa, o que acabou me lembrando da Sra. Priestly e, consequentemente, me deixando nervosa. Aquela mulher me assusta um pouco.

Após todas as orientações, tentou me ensinar a utilizar o metrô, mas vendo minhas ressalvas quanto aquele lugar subterrâneo, optou por me dar carona em sua moto. E moto é algo incrível, o vento no rosto, mesmo que fosse mais fumaça do que oxigênio, é tranquilizador.

Chegando ao edifício Elias Clarke, desço da moto e nos despedimos breve e estranhamente, ainda não sei bem como tratar outras pessoas que não sejam minha família.

Quando vejo a moto partir respiro fundo e entro no cinzento edifício.

❄️

POV' Emma

Assim que adentramos o seu escritório sinto cheiro de papel e me sinto em casa, de volta a minha biblioteca secreta, só a mamãe sabe da existência dela, nem mesmo Andy sabe. O escritório da deusa, apesar de aconchegante, tem cores escuras e passa uma sensação mais firme, ao mesmo tempo que é mais simples do que eu imaginava do escritório de uma deusa, é bem humano o local, assim como os outros cômodos que passamos para chegar até aqui.

Não que eu seja uma especialista em humanos ou qualquer outra espécie, mas o escritório do papai é imenso e mágico, como entrar em outro universo. Então imaginei que o dela seria tão ou mais surpreendente.

Ela senta atrás de uma mesa de madeira escura e sinaliza com o olhar pra que eu ocupe a cadeira à sua frente, e assim o faço ainda olhando ao meu redor, tentando capturar cada título dos livros inéditos para mim.

- Então, Srta. Swan, quais são suas qualificações? Você possui indicação? - Ela me lança dois questionamentos tirando minha antenção dos livros.

Tudo bem, no papel que recebi da senhora da agência me dizia sobre qualificações, mas indicação? Não seria a própria agência um meio de indicação?

- Cuido desde recém nascidos até os mais velhos e rebeldes. Tenho experiência com todos os cuidados necessário, banho, alimentação, corte de pel-cabelo e ensino. Ajudei alguns a darem seus primeiros passos e até a se comportarem melhor. - Finalizo esperando, sinceramente, que ela não tenha percebido que eu não falava de crianças, muito menos de humanos.

Minha única experiência em cuidar de outra vida são as renas, mas o quão diferente pode ser?

Ela me olha analítica enquanto parece absorver minhas palavras, quando escutamos sons de passos correndo e em seguida um garotinho de curtos cabelos ondulados abre a porta sorridente.