Capítulo 2

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Florian pega a bolsa e sai de casa limpando a boca na camiseta, entra no carro marrom antigo que fora herdado pelo pai e logo Konrad chega no carona totalmente pilhado.

— Precisamos conversar.

Florian da a marcha e contorna a rua.

— Porra anjo, tanta coisa que dá pra fazer, sei lá vá pixar uma parede descascar um coco, mas não faz isso.

Ela não o escuta nem mesmo o exerga, nunca nem mesmo o ouvira.

— Droga. — Pragueja. — Ei, porque estamos indo na direção errada?

Florian aperta firme o volante e com o rosto firme ela arranca o motor.

— O que está fazendo? — sua feição dura não demostrava bons sinais, pisa no acelerador.

— Ei, ei ei pare o carro. — acelera. — Pare a porra do carro Florian!

O freio foi pisado, os olhos de Konrad estavam arregalados, ela coloca a cabeça na direção e começa a chorar.

— Infernos, desgraça de impotência. — Lamenta.

Por pouco, Florian entra na contramão.

— Desse jeito você vai acabar se matando. — Florian fungava. — Não chora, merda, eu não sei o que fazer, eu não tenho o que fazer.

A garota se ergue tomando força e com coragem ela limpa as bochechas com o dorso das mãos, respira fundo e faz o retorno.

— Que bom que esta melhor. — é tudo que ele poderia dizer, tombou a cabeça. — Pintou o cabelo?

Aos poucos casas conhecidas começaram a surgir na paisagem.

— Este não é o caminho para aquela humilhação que apelidaram de faculdade, para onde vai anjo? — a investiga com atenção.

O prédio alto começa a aparecer ao fim da rua, o que faz Konrad xingar mentalmente esquecendo totalmente que hoje é terça - feira, dia de hospital universitário.

— Pensando bem que tal matarmos aula? Estudos não levam ninguém a lugar nenhum e isso não matou ninguém, olha eu já tô morto mesmo.

Florian estaciona o carro na vaga de sempre, desce e pega a sua mochila pronta para iniciar mais um ciclo de aula prática com o senhor James.

Ela caminha devagar em direção a entrada, e em menos de cinco minutos a atravessa e sobe para o prédio destinado, a sua amiga Chloe sai da sala e acena de longe.

— Oi Florian! — Konrad revira os olhos.

Ele já a viu fofocando pelas costas dela.

Florian retribui com um sorriso amarelo, o puxar das camadas inferiores dos olhos destacavam ainda mais as suas bochechas cheias, ela gira a maçaneta.

— Atrasada, se dependesse de você senhorita Florian é mais um paciente em óbito em suas mãos.

— Desculpe. — disse sem jeito, se ajuntando aos demais pondo o jaleco.

Florian parecia estar em outro mundo, encolhida e cutucando a cutícula, mania de quando estava nervosa.

— Mande-o a merda, anjo.

— A morte não da segundas chances, mais responsabilidade na próxima.

Mais responsabilidade na próxima. — Konrad o remedeia, a voz escassa.

O chato do senhor James odeia atrasos mas parece que seu passatempo favorito é incomodar a senhorita Florian e Konrad se pudesse o assombrar faria com a mais absoluta certeza.

— Onde estávamos? Ah sim, referente a primeiros socorros digamos que um homem esteja convulsionando, o que fazer? Vamos ver.. — passa os olhos a todos na sala com a mão apoiada no queixo, sorri zombeteiro.

Konrad mostra o dedo do meio.

— Senhorira Florian, tem alguma sugestão?

— Volta pro útero.

— Senhorita Florian?

— O que?

— Parece que temos alguém no mundo da lua hoje. — ri. — Paciente em convulsão senhoria Florian. — debocha batucando a mesa.

— Coloque-o deitado no chão, mantenha- o longe de objetos cortantes, retirar colares e óculos e protejer a cabeça com algo macio. — Diz com suavidade.

— Que tal essa babaca? Essa é a minha garota! — comemora mordiscando o lábio inferior.

— Responda mais rápido na próxima senhorita Florian, tempo é vida. — sibila rabiscando algo na lousa. — Vamos pra próxima sala, há um paciente que quero que vejam...

— Namorada legal. — Konrad olha para o lado, surpreso, uma criança com traços orientais balançava as pernas no balcão da sala de espera. — Ela tá solteira?

— Tira o olho pirralho, ela não se interessa por fedelhos.

— Tecnicamente. — conta os dedos. —
Posso ser mais velho que você então quem sabe. — Da de ombros, as covinhas marcavam a face.

Continua...

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