Abismo.

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CAPÍTULO 41

Meus olhos se abriram lentamente, senti uma leve dor em meus olhos, eles pareciam inchados. Em alguns segundos, me lembrei rapidamente de todo desastre que tinha acontecido, fazendo com que lágrimas caíssem pelos meus olhos.

Meu coração estava em pedaços enquanto flashes se passavam em minha cabeça. Fiquei desesperada, levantando um pouco meu corpo na cama.

Já tinha amanhecido, eu estava no quarto de Tom. Provavelmente ele me trouxe para cá quando eu desmaiei.

Tentei controlar meu desespero quando vi Tom parado olhando através da janela do quarto, parecendo estar pensativo. Eu precisava saber se Vick estava bem, e tinha que pedi-lo para me levar até ela no hospital.

"Tom, eu preciso saber como a Vick está, me leva para o hospital por favor." Eu disse com uma voz de choro.

O mesmo se virou rapidamente, mas seu olhar estava triste. Tom ficou olhando em meus olhos por alguns segundos, como se estivesse buscando palavras para falar algo. Senti um aperto em meu coração rapidamente, já imaginando que o pior poderia ter acontecido.

"Ela se foi Katy, os médicos não conseguiram salva-la." Tom respondeu, abaixando sua cabeça.

Ao ouvir aquelas palavras, lágrimas correram sem controle pelo meu rosto, eu fiquei perdida, sem saber o que fazer. A dor era esmagadora, mas junto comigo estava crescendo uma raiva. Tudo isso era culpa deles, dos malditos Kaulitz.

Eu estava chorando desesperadamente, soluços agudos escapavam de meus lábios enquanto meus braços envolviam meu corpo, com uma tentativa de encontrar algum conforto. De repente, Tom se aproximou, na tentativa de me dar um abraço.

"NÃO TOCA EM MIM! É TUDO CULPA SUA!" Eu gritei, empurrando rapidamente os braços dele com força.

"SUA E DAQUELE MERDA DO SEU IRMÃO, QUE NÃO SOUBE PROTEGER A VICK!" Eu terminei de dizer.

Cada batida do meu coração parecia alimentar esse ódio, prometendo a mim mesma uma vingança pela Vick. Respirei fundo e observei Tom que estava parado em minha frente, ele estava com um olhar vazio, sem dizer uma palavra.

"Você precisa descansar Katy, eu tenho que procurar Bill." Tom disse, ainda com aquele olhar.

Agora Bill tinha desaparecido por causa disso? Como se ele se importasse com a Vick, eu não acredito nisso. Meu corpo estava tremendo de raiva, aquele maldito não me deixou ficar com a Vick no hospital. Eu apenas queria ter ficado com ela mais um pouco, durante seus últimos segundos de vida.

Ainda com lágrimas em meus olhos, eu observei enquanto Tom se virava e caminhava lentamente em direção a porta do quarto, mas ele parou no caminho.

"Não posso deixar você aqui sozinha, você vai comigo." Tom disse, se aproximando novamente e segurando meu braço.

"Eu não quero ir a lugar nenhum com você." Eu disse com uma voz de choro, tentando controlar o mix de sentimentos que eu estava sentindo.

Tom pareceu ignorar minhas palavras, ele me puxou para fora do quarto, em seguida começamos a descer as escadas da casa. Eu não conseguia parar de chorar, aquilo não podia estar acontecendo.

Chegando do lado de fora da casa, Tom rapidamente tirou as chaves de seu carro do bolso. Eu não conseguia olhar nos olhos dele por muito tempo, um mix de sentimentos estava tomando conta de mim.

Eu senti uma mistura de raiva, tristeza e medo. Mas mesmo com todos esses sentimentos ruins, uma parte de mim queria estar ao lado dele. Fechei meus olhos com força, tentando ignorar tudo isso. Rapidamente puxei meu braço, fazendo com que Tom me soltasse.

"EU NÃO VOU TE AJUDAR A PROCURAR AQUELE INFELIZ DO SEU IRMÃO." Eu gritei, soltando toda a raiva que ainda estava dentro de mim.

Tom deu um leve suspiro, apertando seus punhos com força enquanto se aproximava de mim. Ele estava com um olhar de raiva, mas eu ainda conseguia ver a tristeza em seus olhos.

Dei alguns passos para trás, ficando sem saída após meu corpo ficar sobre o carro. Tom estava se aproximando cada vez mais, quando rapidamente ele colocou suas mãos sobre o carro, em volta do meu corpo.

"Eu não quero te machucar agora Katy, por favor não faça isso." Ele disse, com uma voz baixa.

Eu fiquei sem reação, enquanto Tom se aproximava mais ainda de mim. Senti sua mão segurando na parte de trás do meu pescoço, o que me fez sentir um leve arrepio. Seus olhos estavam direcionados para minha boca, eu estava paralisada.

Lágrimas não paravam de cair sobre meu rosto enquanto eu o olhava. De repente, Tom deu um leve suspiro e se afastou em seguida, abrindo a porta do carro para que eu entrasse.

"Entra no carro e fica quietinha." O mesmo disse, esperando que eu entrasse no carro.

Eu não sabia o que fazer, eu não parava de sentir aquele sentimento horrível. Eu tinha perdido minha melhor amiga, eu estava sozinha. Senti um aperto no meu coração ao perceber que nunca iria vê-la de novo.

Entrei lentamente no carro, colocando o cinto em seguida, eu estava evitando olhar nos olhos dele. Escutei o barulho da porta se fechando enquanto eu fechava meus olhos, na tentativa de ficar calma. Tom deu a volta e entrou no veículo, o ligando em seguida. Ele pisou fundo, seu olhar estava fixado na estrada.

Olhei pela janela do carro e era uma manhã escura, pude ver as nuvens carregadas e ouvir alguns trovões. De repente, gotas de chuva começaram a cair no vidro do veículo.

Tom parecia impaciente, provavelmente ele estava preocupado com Bill. Mas eu não tenho que me importar com isso, por culpa deles eu tinha perdido minha melhor amiga.

Tom estava dando a volta ao redor da floresta que ficava perto da casa, como se ele soubesse que Bill estaria lá. De repente, consegui ver um carro mal estacionado na entrada da floresta.

"MERDA!" Tom gritou, parando o veículo com uma freada brusca.

"NÃO SAÍ DAQUI PORRA!" O mesmo gritou para mim, pegando a chave do veículo e saindo rapidamente, correndo para a floresta.

De perto, consegui ver que aquele carro estacionado era o carro do Bill. O que estava acontecendo? Pensei comigo mesma. Mais lágrimas caíram sobre meu rosto, enquanto eu pensava o que fazer diante dessa situação.

Comecei a ouvir gritos vindo da floresta, aquilo não parecia bom. Eu não consegui ficar quieta, eu precisava saber o que estava acontecendo naquela maldita floresta. Respirei fundo, tentando controlar meu choro e saí lentamente do carro, pela porta que Tom tinha deixado aberta.

As gotas de chuva caíram sobre minha pele, enquanto eu caminhava lentamente na direção dos gritos. Eu estava cada vez mais perto, quando me escondi atrás de uma árvore. De repente coloquei minhas mãos em minha boca, me assustando com o que eu estava vendo.

Bill estava ali, todo encharcado, segurando uma garrafa de bebida. Ele estava em cima de um penhasco, eu não tinha certeza, mas aquele lugar parecia ser realmente alto.

Ele estava de frente, enquanto se balançava um pouco quase caindo do lugar alto. Tom se aproximava lentamente, fazendo sinais com a mão para que Bill se acalmasse enquanto gritava.

Meu pesadelo mais sombrio - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora