Maldito corredor

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Ando de pressa pelos corredores de Hogwarts, acabo me esbarrando em algumas pessoas, mas só uma delas veio tirar satisfação.

— Olha por onde anda, Falke— Hermione fala meu sobrenome com um tom de nojo, péssima hora Hermione, péssima hora.

— Não enche, ruiva— Sim, a chamo de ruiva por ter um romance estranho com Roni, e também é um meio de a chamar de pobre.

— Você que anda igual uma desengonçada e eu que tenho que ficar na minha?— Essa menina está me testando.

Paro de andar, respiro fundo, ainda de costas para a mesma, resolvo contar até três. Bom, vamos lá, 1...2...

— Ficou muda? O vovô também resolveu cortar a sua língua? — Filha da puta, eu vou matar ela. Sinto o ódio tomar conta do meu corpo

— CALA A BOCA— Me viro bruscamente para ela, a empurro com tudo contra a parede.

Ela faz uma cara de dor, provavelmente pelo impacto de sua cabeça contra parede.

— Não Hermione, ele não cortou a minha língua— Prendo ela contra parede— Mas a sua cabeça, bom, não tem ninguém me impedindo de cortar— Esbravejo contra ela, que agora sua face transborda ódio.

Hermione faz menção de pegar a sua varinha, mas quando vou tentar me defender, sou arremessada para longe.

— Nunca mais ouse encostar as suas mãos amaldiçoadas nela novamente— Roni me ameaça, era só o que me faltava.

— E você nunca mais se refira a minha irmã com esse tom— Chris e os meninos se aproximam.

— SUA NOJENTA — Eu grito para Hermione que não está com as suas melhores caras.

— Nojenta? Nojento foi o que você fez com a sua própria família, como pode... Ele era o seu avô, e você o matou— Ela jogou as minhas piores feridas contra mim.

Fico sem reação, não irei demonstrar fraqueza na frente de todos, respiro fundo tentando esquecer qualquer malditas lágrimas que insistem em descer.

Sinto um toque em meu braço, me forçando a voltar para realidade.

O olho por cima do ombro, Malfoy me encara, analisando cada expressão minha.

Desvio o olhar e volto a olhar para Hermione.

— Corajosa...— Falo depois de alguns minutos em silêncio — Mesmo sabendo do que sou capaz de fazer tem a OUSADIA de me provocar— Dou um passo em sua direção— Se eu fosse você, Hermione, tomaria cuidado— Solto uma risada nasal— Digamos que quando eu fico com raiva... Eu não tenho muito controle sobre as minhas ações— Dou um sorriso psicótico para ela.

Hermione me olha com desespero, sinto o cheiro de seu medo se instalar pelos corredores.

Dou a última olhada para ela e saio do corredor, droga... Hermione tem o dom de me pegar nos piores momentos e SEMPRE faz questão de jogar as minhas feridas na minha cara.

Passo pelo salão da comunal, e vou direto em direção as escadas, escuto passos atrás de mim, é claro que eles iriam vir atrás de mim.

Adentro o meu quarto e faço menção de fechar a porta, mas a mão de Chris faz eu parar o meu ato.

— A gente precisa conversar— Chris e Malfoy entram em meu quarto, eles se sentam em minha cama e ficam olhando cada ato meu.

— Não quero conversar— Vou em direção ao meu guarda roupa.

— Você quer sim — Malfoy se levanta e caminha em minha direção— Só não sabe como expressar os seus sentimentos— Ele se encosta no guarda roupa.

Solto um riso nasal— Que hipocrisia né?— Falo com um sorriso em meus lábios e o encaro, que agora se encontra com a face irritada.

— Controla esse seu veneno— Chris me pede— Estamos aqui para te ajudar.

—Esse é o problema— Fecho a porta do guarda roupa com força, causando um barulho em meu quarto Silencioso— Vocês querem ajudar mas não sabem ajudar, eu quero ficar SOZINHA.

— A gente sabe que essa não é realmente a sua vontade— Malfoy tenta ser calmo.

Sim, essa realmente não é a minha vontade, mas poxa, não quero chorar na frente deles, não consigo demonstrar fraqueza com eles aqui... Queria chorar no banho com The scientist tocando no fundo bem alto.

Respiro fundo e encaro os meninos à minha frente.

— Desgraçada— começo o meu pequeno desabafo— Ela nem sabe o que aconteceu, ela nem sabe o inferno que eu vivia nas mãos daquele monstro.— Começo a falar tudo de uma vez.

— Se ela tivesse passado por tudo que eu passei, ela tentaria suicídio, afinal, era mais fácil do que matar aquele velho desgraçado.— Arranco aquela angústia de dentro do meu coração. Bom, só um pedaço dela.

—  Não a culpa, foi você que decidiu ocultar a sua versão— Chris joga a verdade em minha cara.

— Eu sei disso, não preciso que jogue isso em minha cara— Falo como se não fosse

— Conte a sua versão — Malfoy fala— Assim, aqueles idiotas vão ter arrependimento pelos seus atos.

— Arrependimento?— Repito a sua última fala.

— Não adianta Malfoy, isso não se torna mais uma opção.— Chris fala me encarando, ele coça a garganta e se levanta—  Foi horrível o que você teve que passar com... Ele. Nunca irei me perdoar por não estar ao seu lado, te protegendo daquele monstro— Engulo em seco com as memórias aparecendo em minha mente — Mas não os culpe, foi você que resolveu não contar o que realmente aconteceu, sei que isso não a dar direito de jogar na sua cara— Ele se levanta e caminha até a porta.

Ele me olha por cima do ombro e sai do quarto, me deixando em um momento de reflexão. Bom, eu estava em um momento de reflexão

— Sabe, ver você ameaçando a Hermione, foi bem excitante— Malfoy me encara, aqueles pares de olhos acinzentados quase se penetrando em minha alma.

Solto uma risada nasal, eu literalmente na bosta e Malfoy querendo falar das suas putarias.

Ao ver minha singela risada, consigo notar um pequeno sorriso surgiu no canto de seus lábios. Ele ameaça continuar a sua fala, mas eu o interrompo.

— Acho melhor você ir— Encaro o chão— Quero ficar sozinha.

— Uma pena— Ele fala— Eu não quero ficar sozinho— Malfoy se joga na minha cama.

Uno as minhas sobrancelhas, Malfoy rir da minha cara, merda, acho que fiz careta.

— Problema é seu — Me aproximo dele.—  Anda Malfoy, sai daqui— Tendo o tirar de minha cama. Mas sinto as suas mãos ao redor da minha cintura, logo sinto o meu corpo entrar em contato com o colchão. Dou um grito pelo susto.

— Você está me tratando igual cachorro, sua vagabunda— Ele me encara, ele quer me irritar.

— Vou tomar o meu banho...

— Fodasse— Malfoy me interrompe.

Respiro fundo, tento juntar o pouco de paciência que me resta— Quero ver você fora do meu quarto— Ordeno e vou em direção ao banheiro.

Entro no box e deixo a água fria escorrer no meu corpo. Um arrepio percorrer toda minha pele, com a água percorrendo no meu corpo, me liberto das malditas lágrimas.

Vocês acham que o Draco realmente vai para o seu dormitório?





𝐃𝐞𝐬𝐩𝐞𝐫𝐭𝐚-𝐌𝐞 | 𝐃𝐫𝐚𝐜𝐨 𝐌𝐚𝐥𝐟𝐨𝐲 Where stories live. Discover now